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O Brasil é um dos países com maior
incidência de tuberculose no mundo. Em 2023, a doença tirava a vida de 14
pessoas por dia, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Atualmente, o
território brasileiro já responde por um terço das notificações feitas nas
Américas e é o único país do globo listado em duas categorias prioritárias pela
Organização Mundial da Saúde (OMS): tuberculose e coinfecção por tuberculose e
HIV.
Geralmente, seus principais sintomas
são tosse por mais de duas semanas, podendo ser seca ou, em alguns casos, com
catarro, febre baixa, sudorese, cansaço, dor no peito e perda de peso.
A doença, ainda considerada um
problema de saúde pública, continua evidenciando desafios significativos entre
a população, seja pela falta de diagnóstico precoce, pela dificuldade de acesso
ao tratamento adequado ou pela sua não finalização, ou ainda pela desinformação
sobre o tema.
Pensando em todos esses impactos, no
Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24), a infectologista Tassiana Galvão, do
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do CEJAM - Centro de Estudos
e Pesquisas “Dr. João Amorim”, responde a alguns dos principais mitos e verdades
relacionados ao quadro. Confira:
Tuberculose não
tem cura?
Mito! O tratamento é longo,
geralmente de 6 a 12 meses, dependendo da forma clínica da doença. No entanto,
realizando o tratamento completo e seguindo as orientações médicas, as chances
de cura são altíssimas. Mas é fundamental que o paciente mantenha as consultas
em dia, controle as comorbidades existentes e esteja ciente das possíveis
interações que podem ocorrer com o uso de outras medicações concomitantes.
O tratamento só
é realizado de forma particular?
Mito! O tratamento é totalmente
disponibilizado pelo Sistema único de Saúde (SUS). As medicações são retiradas
em centros específicos ou unidades básicas de saúde (UBS).
A tuberculose
pode levar ao óbito?
Verdade! A
tuberculose pode ser uma doença fatal. Se não diagnosticada e tratada
precocemente, a tuberculose pode causar danos irreversíveis aos pulmões,
levando à insuficiência respiratória e, consequentemente, à morte.
Existe teste
rápido para tuberculose?
Verdade! Em alguns locais, há a
possibilidade de realizar o GeneXpert, um teste rápido que pode detectar a
presença da bactéria causadora da doença e identificar a resistência ao
antibiótico rifampicina, usado no tratamento de tuberculose. No entanto, é
importante ressaltar que esse teste não substitui outros exames complementares,
como a baciloscopia de escarro.
Essa doença só
afeta o pulmão do paciente?
Mito! A bactéria Mycobacterium
tuberculosis, que causa a tuberculose, pode afetar várias partes do corpo.
A doença pode se espalhar para outros órgãos, como ossos, rins e sistema
nervoso central, resultando em complicações graves. Porém, os pulmões são os
órgãos mais comumente afetados.
A
tuberculose se transmite pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros
objetos?
Mito! A transmissão ocorre,
principalmente, por via aérea, quando uma pessoa infectada libera partículas
contendo as bactérias no ar ao tossir, espirrar ou falar.
Pessoas que
fumam cigarros correm mais risco de ter a doença?
Verdade! Tabagistas e ex-fumantes
geralmente já têm lesões prévias nos pulmões. E o acometimento sobreposto em um
órgão já frágil pode gerar complicações mais sérias e até dificultar o tratamento
em caso de diagnóstico.
Existe um
público que é mais atingido?
Verdade! A população mais vulnerável
inclui pessoas com baixo nível socioeconômico, portadores do vírus HIV/Aids,
usuários de drogas, indivíduos privados de liberdade e populações indígenas. Outra observação: A tuberculose afeta, frequentemente,
adultos jovens, entre 20 e 40 anos. No entanto, pode acometer qualquer faixa
etária.
A tuberculose
pode ser agravada se a pessoa já tiver outros problemas de saúde?
Verdade! Principalmente, em casos que
a pessoa já tem algum acometimento pulmonar prévio, como Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC), neoplasia, fibrose pulmonar ou imunossupressão.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
Cejamoficial
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