Intervenções devolvem qualidade de vida
às mulheres e um tratamento não tão doloroso
No Brasil, a cada ano, cerca de 100 mil mulheres são diagnosticadas com algum tipo de câncer. É possível destacar o de mama, de ovário e de útero, cuja incidência pode ser aumentada em mulheres com predisposição genética. O câncer ginecológico representa uma preocupação significativa para a saúde pública.
Buscando cuidar da saúde e se antever a complicações que possam
afastá-las das atividades cotidianas ou até mesmo colocar suas vidas em risco,
as mulheres procuram alternativas. Diante desse cenário, as cirurgias
preventivas surgem como uma estratégia eficaz para reduzir o risco de câncer
ginecológico em mulheres com predisposição genética.
“Embora as cirurgias preventivas possam reduzir substancialmente o risco de câncer ginecológico em mulheres com predisposição genética, elas não estão isentas de riscos e complicações, como problemas de cicatrização, queda de produção hormonal, hematomas e, às vezes, infecções”, explica Dra. Audrey Tsunoda, cirurgiã oncológica do Hcor.
Segundo a especialista, existe uma cirurgia chamada de salpingo-ooforectomia
bilateral profilática, que envolve a remoção preventiva das trompas de Falópio
e dos ovários. “Por ser realizada a partir de técnicas minimamente invasivas, a
intervenção pode reduzir o risco de câncer de ovário em até 80%, assim como em 33% os problemas de endométrio, que
podem ser uma porta de entrada para um câncer ginecológico”.
Estudos indicam que mulheres que nasceram com mutações nos genes
BRCA1 e BRCA2 têm um risco aumentado de até 70% a 80% de desenvolver câncer de
mama e um risco significativamente elevado de desenvolver câncer de ovário. “A
mastectomia bilateral profilática (retirada das mamas), por exemplo, pode
reduzir o risco de desenvolver câncer de mama em até 90%”, afirma a Dra.
Audrey.
A mastectomia com redução de risco (MRR) é a intervenção mais
eficaz para diminuir a doença e a necessidade de tratamento com quimioterapia.
Em casos em que o câncer de mama foi diagnosticado em estágio inicial uma opção
a ser considerada é a crioablação, que consiste em um procedimento minimamente
invasivo e utiliza temperaturas baixíssimas para enfraquecer as células
cancerígenas.
“Essa técnica é altamente conhecida para tratar câncer de pulmão e
de rim, mas pode ser uma ótima saída para o câncer de mama”, ressalta. É
importante lembrar que as mulheres que optam por cirurgias preventivas
geralmente passam por um acompanhamento médico rigoroso e especializado, o que
pode facilitar a detecção precoce de qualquer recorrência de câncer ou outras
condições de saúde.
“Tudo o que queremos é devolver a essas mulheres uma vida com mais
qualidade, menos dor e necessidade de um tratamento agressivo. Se podemos
tratá-las com humanização, colocaremos todos os nossos esforços em promover o
melhor cuidado possível”, finaliza a Dra. Audrey.
Hcor
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