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segunda-feira, 4 de março de 2024

Cirurgias preventivas auxiliam no combate aos cânceres femininos

Intervenções devolvem qualidade de vida às mulheres e um tratamento não tão doloroso

 

No Brasil, a cada ano, cerca de 100 mil mulheres são diagnosticadas com algum tipo de câncer. É possível destacar o de mama, de ovário e de útero, cuja incidência pode ser aumentada em mulheres com predisposição genética. O câncer ginecológico representa uma preocupação significativa para a saúde pública. 

Buscando cuidar da saúde e se antever a complicações que possam afastá-las das atividades cotidianas ou até mesmo colocar suas vidas em risco, as mulheres procuram alternativas. Diante desse cenário, as cirurgias preventivas surgem como uma estratégia eficaz para reduzir o risco de câncer ginecológico em mulheres com predisposição genética.

 “Embora as cirurgias preventivas possam reduzir substancialmente o risco de câncer ginecológico em mulheres com predisposição genética, elas não estão isentas de riscos e complicações, como problemas de cicatrização, queda de produção hormonal, hematomas e, às vezes, infecções”, explica Dra. Audrey Tsunoda, cirurgiã oncológica do Hcor. 

Segundo a especialista, existe uma cirurgia chamada de salpingo-ooforectomia bilateral profilática, que envolve a remoção preventiva das trompas de Falópio e dos ovários. “Por ser realizada a partir de técnicas minimamente invasivas, a intervenção pode reduzir o risco de câncer de ovário em até 80%, assim como em 33% os problemas de endométrio, que podem ser uma porta de entrada para um câncer ginecológico”. 

Estudos indicam que mulheres que nasceram com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 têm um risco aumentado de até 70% a 80% de desenvolver câncer de mama e um risco significativamente elevado de desenvolver câncer de ovário. “A mastectomia bilateral profilática (retirada das mamas), por exemplo, pode reduzir o risco de desenvolver câncer de mama em até 90%”, afirma a Dra. Audrey. 

A mastectomia com redução de risco (MRR) é a intervenção mais eficaz para diminuir a doença e a necessidade de tratamento com quimioterapia. Em casos em que o câncer de mama foi diagnosticado em estágio inicial uma opção a ser considerada é a crioablação, que consiste em um procedimento minimamente invasivo e utiliza temperaturas baixíssimas para enfraquecer as células cancerígenas. 

“Essa técnica é altamente conhecida para tratar câncer de pulmão e de rim, mas pode ser uma ótima saída para o câncer de mama”, ressalta. É importante lembrar que as mulheres que optam por cirurgias preventivas geralmente passam por um acompanhamento médico rigoroso e especializado, o que pode facilitar a detecção precoce de qualquer recorrência de câncer ou outras condições de saúde. 

“Tudo o que queremos é devolver a essas mulheres uma vida com mais qualidade, menos dor e necessidade de um tratamento agressivo. Se podemos tratá-las com humanização, colocaremos todos os nossos esforços em promover o melhor cuidado possível”, finaliza a Dra. Audrey.
 

Hcor

 

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