Perder apenas 10 Quilos pode ser essencial para os Obesos?
Discriminação e preconceito ainda são presentes
entre pessoas acima do peso
No dia 04,
comemora-se o Dia Mundial da Obesidade e a data é um alerta para o
avanço da doença globalmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a
obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. É uma
doença crônica, que tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não receba
o tratamento adequado.
A entidade
estima que cerca de 167 milhões de pessoas, em todo o planeta, estarão com
sobrepeso ou obesidade até 2025. Já dados da OPAS (Organização
Pan-Americana de Saúde) mostram que, em 2021, a obesidade foi responsável, nas
Américas, por 2,8 milhões de mortes por doenças não transmissíveis (DCNT) como
as cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e certos tipos de
câncer.
As taxas de
sobrepeso e obesidade triplicaram na Região nos últimos 50 anos, e essas condições
afetam cerca de 62,5% da população, a maior prevalência regional do mundo. Os
níveis de sobrepeso e obesidade, entre as crianças, também estão aumentando, e
afetam 33,6% das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos nas Américas, devido
principalmente aos baixos níveis de amamentação e dietas pobres, com baixo teor
de frutas e vegetais e alto teor de alimentos e bebidas ultraprocessados.
“É essencial
aumentar a conscientização sobre a urgente necessidade de se combater esta
epidemia global e interromper este ciclo de aumento da obesidade”, alerta o
Prof. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, endocrinologista, Fellow da
Obesity Society FTOS – USA e presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia.
Para o
especialista, cuidar do sobrepeso e da obesidade é uma questão de saúde e não
apenas estética. “Hoje a farmacologia dispõe de diversos medicamentos que,
aliados a uma alimentação saudável e atividade física, podem devolver ao obeso
uma melhor qualidade de vida. Em uma obesidade controlada, as perdas
progressivas representam um avanço, pois a cada 10 quilos a menos, se reflete
em importante melhora nas comorbidades da doença”, explica.
Com acolhimento e sem discriminação
O Prof. Dr.
Ribas observa que a obesidade pode, ainda, desencadear problemas sociais e de
comportamento que geram uma discriminação, desde a infância. “A gordofobia é
uma doença social e o seu combate não consiste em apenas lutar para que o obeso
não seja perturbado e vítima de um potencial bullying”, observa.
Segmento
Farma Editora (2021)
Prof. Dr.
Durval Ribas Filho
Em seu livro
“Obeso Acolhido” (2021), em parceria com o médico
psiquiatra Dr. Arthur Kaufman, ressalta que situações constrangedoras e até
inusitadas, não são raras com obesos e que se somam à lista de outros
preconceitos tão em pauta, atualmente, como os raciais, étnicos, religiosos e
sexuais.
“Além dos
riscos físicos, a obesidade também é um gatilho para problemas emocionais, que
passam pela dificuldade de se socializar e, muitas vezes, até realizar
atividades com amigos, no trabalho ou num relacionamento afetivo. É um processo
discriminatório, de estigmatização muito forte, em todos os seus aspectos, onde
o obeso não é acolhido pela sociedade. Ao contrário, sofre preconceito”,
destaca o especialista.
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