Neurologista e
professor do curso de Medicina da Unicid aponta os motivos e como lidar com a
situação
Depois daquela deliciosa refeição, às vezes bate
uma leveza que pode gerar sono. Em alguns casos, pode haver tonturas, causando
mal-estar. Mas afinal, por que a tontura pode ocorrer depois de comer?
De acordo
com Arnaldo José Godoy, neurologista e professor doutor do curso de Medicina da Universidade
Cidade de S. Paulo – Unicid, os motivos são diversos, mas o principal deles, em
boa parte dos casos, advém de uma variação específica do funcionamento fisiológico
relacionada ao sistema endócrino. Ou seja, aos hormônios.
É que
algumas pessoas podem ter uma produção excessiva de insulina (hormônio) após se
alimentarem: a glicose (açúcar) entra na corrente sanguínea após digerida e
absorvida, devendo ser consumida pelas células do organismo; mas, quem tem
insulina em excesso, acaba tendo grande disponibilidade desse açúcar de forma
rápida.
“Com isso,
muita glicose entra rapidamente nas células e, como pode entrar bastante nos
vasos sanguíneos do sistema digestório, não sobra para o cérebro. Isso gera o
que chamamos de hipoglicemia reativa, que é quando os níveis de glicose
sanguínea ficam baixos após uma refeição, daí causa a tontura”, explica
Arnaldo.
Outro
motivo para o atordoamento é o fato de algumas pessoas comerem muito
rapidamente. Quando isso acontece, a glicose do alimento entra de forma
acelerada no sangue, ocasionando o mal-estar.
“É
importante que a gente se alimente devagar, mastigando bastante o alimento.
Além disso, as pessoas também não devem comer muito doce, pois quanto mais é
ingerido, mais glicose chega no sangue e, com isso, podemos agravar o quadro de
tontura”, aconselha.
No caso da
alimentação rápida, o neurologista ressalta que o ideal é seguir três passos,
sendo eles: fracionar as refeições em horários diferentes, comer devagar o
máximo que der e, na hora da sobremesa, não abusar do doce.
“Existem
diversos sintomas que são resultados de uma combinação de fatores. No caso da
insulina, pode se agravar no paciente diabético e se esse indivíduo exagerar na
dose, isso vai favorecer a ocorrência das tonturas e não só após as refeições.
Quem convive com doença de Parkinson, que é uma enfermidade neurológica comum,
os pacientes apresentam a tendência de queda da pressão quando ficam em pé e
quando isso acontece a pressão diminui. Portanto, com essa condição, é possível
sentir mais tontura”, afirma.
O professor
de Medicina da Unicid recomenda que, se houver esses sintomas com alguma
frequência, a pessoa deve se consultar com um clínico geral, que avaliará as
possíveis causas. Com base nisso, se o clínico concluir que pode ser a
insulina, ele encaminhará o paciente para um endocrinologista, que avaliará os
hormônios.
Já o neurologista vai precisar ser consultado se a investigação inicial for negativa. “Ou seja, no caso de a pessoa não produzir muita insulina. Outras possibilidades são quando o quadro de tontura é prolongado e pode acontecer após ou longe das refeições, ou então se a pessoa desmaia e apresenta convulsões. Acontecendo isso, o mais indicado é a consulta com neurologista, pois pode ser uma coisa mais séria, envolvendo um tumor na região da cabeça, entre outras enfermidades”, pontua.
Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
www.unicid.edu.br
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