Reconhecimento dos sintomas e intervenções podem reduzir a mortalidade
De acordo com dados divulgados pela Global
Sepsis Alliance cerca de 11 milhões de pessoas entram em óbito
devido a complicações da Sepse. Desse número, 80% acontecem fora do ambiente
hospitalar e 40% desses casos acontecem em crianças menores de cinco anos de
idade.
Com o slogan “Antibiótico muito além da
primeira hora”, o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) promove
estudos e iniciativas para o combate a Sepse. Esse ano o tema está fundamentado
em 4 pilares, são eles: 1) Prevenção – que é realizada por meio de ações como:
conscientização, vacinação, higiene adequada das mãos e alimentos e condições
de saneamento básico; 2) Reconhecimento precoce – conhecendo os principais
sinais e sintomas, para rápida atuação, dessa forma divulgar esse sinais para a
população e na chegada ao hospital a identificação pelos nossos profissionais;
3) Tratamento correto – através de medidas pré-definidas com coleta de exames e
administração de antibiótico no tempo correto, a chance de mortalidade é menor
e a 4) Reabilitação – felizmente a mortalidade diminuiu e precisamos olhar para
as possíveis sequelas dos sobreviventes, esse acompanhamento faz toda a
diferença no planejamento da alta e na continuidade do cuidado.
Em 2020, o Sabará Hospital Infantil
identificou uma média de 19 casos de sepse por mês, sendo que, em 2023 (só no
primeiro semestre) esse número subiu para 89 casos por mês. “Esse aumento de
casos no Sabará ocorreu porque nossa equipe está apta a detectar a Sepse já nos
primeiros sinais, agilizando todo o procedimento protocolar e trazendo muito
mais eficácia ao tratamento. A Sepse ainda é uma causa importante de
mortalidade infantil não só no Brasil, mas no mundo todo. Já é consenso entre
os especialistas do mundo inteiro que, a maioria dos casos de Sepse
poderia ser tratada por meio de um diagnóstico precoce e um manejo clínico
adequado. Nessa semana, em que nos dedicamos a conscientizar sobre a
Sepse, devemos lembrar que informar a sociedade sobre o assunto certamente vai
levar a um diagnóstico mais precoce e ajudar a diminuir a morbidade e a
mortalidade”, explica Dra. Regina Grigolli Cesar, Supervisora
médica da UTI pediátrica do Sabará Hospital Infantil.
Para comemorar o Dia Mundial da Sepse (13 de
setembro), a especialista esclareceu algumas das principais dúvidas dos pais e
responsáveis sobre o assunto.
O que
é a Sepse?
A Sepse é um conjunto de manifestações graves
em todo o organismo que podem ser causadas por uma
infecção.
É um
problema que só atinge crianças?
Não. A Sepse pode atingir pessoas de qualquer
idade. Entretanto, a faixa etária mais vulnerável, que são as crianças e
idosos, está mais propensa a apresentar essa condição.
A
Sepse é o que conhecemos como infecção generalizada?
Não. A Sepse é uma
resposta inflamatória generalizada a uma infecção. Ou seja, não significa que a
infecção está em vários órgãos, mas, sim, que o organismo causa inflamações
diversas na tentativa de combater os agentes da infecção (bactérias ou vírus),
o que pode levar à disfunção ou falência dos órgãos, e até mesmo à morte,
quando não descoberta e tratada rapidamente.
Quem
está mais suscetível a ter Sepse?
Bebês prematuros de baixo peso, crianças
que têm alguma doença complexa como os oncológicos.
A
Sepse pode levar à morte?
Infelizmente, se não for detectada de
maneira precoce por uma equipe especializada pode levar a criança a óbito.
Entretanto, com intervenções rápidas e eficazes, é possível prevenir em até 84%
das mortes.
Como
identificar a Sepse?
Os sintomas da Sepse nem
sempre são fáceis de serem identificados e variam de febre ou temperatura muito
baixa, vômitos, aceleração do coração (taquicardia), respiração rápida
(taquipneia) até fraqueza e tonturas. O reconhecimento rápido de uma
equipe especializada e uma intervenção clínica eficaz e adequada podem salvar
vidas.
É
possível prevenir a Sepse?
Sim. Para isso, é necessário que se tome
algumas medidas de saúde pública, como por exemplo a melhora no saneamento
básico, vacinação e controle de infecções. Uma higiene adequada das mãos também
é fundamental para evitar a Sepse.
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