Doença atinge
cerca de 1,2 milhão de brasileiros, de acordo com Ministério da Saúde. Terapia
Ocupacional atua conforme estágio do AlzheimerComo Terapia Ocupacional pode ajudar pacientes
a terem mais qualidade de vida
Banco de Imagens
Setembro marca o mês de conscientização sobre o
Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva que impacta a memória, a
linguagem e a percepção do mundo do paciente. No Brasil, de acordo com
estimativa do Ministério da Saúde, são cerca de 1,2 milhão de pacientes
diagnosticados.
A doença, ainda sem causas conhecidas e sem cura,
apresenta fases e estágios. Em cada um deles, é preciso orientação profissional
para garantir mais autonomia e qualidade de vida para a pessoa com Alzheimer,
como a Terapia Ocupacional.
“O objetivo da TO é evitar a piora e a progressão
dos sintomas, mantendo o paciente ao máximo no quadro mais básico possível, por
mais tempo. Infelizmente, ainda sem cura, sabemos que o Alzheimer vai evoluir,
mas trabalhamos para manter a memória e, com o passar dos estágios, adaptamos o
trabalho”, explica a terapeuta ocupacional Syomara Cristina, que tem mais de 30 anos de experiência.
Além do acompanhamento, a profissional reforça ser
fundamental a participação da família e de pessoas próximas no processo. “Mas é
preciso estar muito atento. Sempre dizemos que o diagnóstico de Alzheimer afeta
não apenas o paciente, mas todos ao redor. A família sofre muito e também
precisa ser tratada. Ela necessita de ajuda, suporte, de sustentação psicológica”.
Os estágios do Alzheimer
O Alzheimer possui quatro estágios trabalhados na
Terapia Ocupacional. Em cada um deles, a busca é por maior qualidade e
autonomia para os pacientes. No caso de Syomara, que atua em Curitiba, um dos
métodos utilizados é o Perfetti.
Na primeira fase, chamada de preparo, o foco está
em exercícios de manutenção da memória. Já nos estágios dois, três e quatro, a
chave do sucesso é o estabelecimento e respeito a uma rotina.
“Quanto mais rotina o paciente tiver, menos crise
ele terá. O Alzheimer é a perda da memória atual, e a manutenção da antiga, por
isso nossa tarefa é jogar essa rotina para o passado, de forma que ele consiga
criar uma relação”, frisa Syomara.
Para isso, o comprometimento familiar se faz
fundamental. Em um almoço de família, por exemplo, é preciso manter os horários
e tarefas da pessoa com Alzheimer para evitar um episódio de crise.
“Na TO, nós trazemos do passado a sensação para que
o paciente tenha uma luz de contato. Quando falamos no quarto estágio, o mais
avançado, é como se o Alzheimer fosse uma parada. A pessoa não tem mais contato
nenhum, fica com o olhar perdido. E durante todo o processo, é importante que a
família visite, mas respeite o espaço. Tirar de uma casa para a outra, por
exemplo, desestabiliza”, afirma a terapeuta ocupacional.
Ainda assim, com o avançar da doença, a internação
de pacientes pode ser a melhor opção. Apesar de ainda ser um tabu, a medida
pode minimizar os riscos do paciente.
“O suporte de uma clínica é maior. É óbvio que
estamos falando de um lugar com qualidade, mas é até mesmo uma questão de
segurança. Como a pessoa com Alzheimer pode ter lampejos de realidade, ela pode
sair para a rua. Alguns pacientes realmente precisam”, conclui Syomara.
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