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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Alzheimer: como Terapia Ocupacional pode ajudar pacientes a terem mais qualidade de vida

Como Terapia Ocupacional pode ajudar pacientes
a terem mais qualidade de vida

Banco de Imagens
Doença atinge cerca de 1,2 milhão de brasileiros, de acordo com Ministério da Saúde. Terapia Ocupacional atua conforme estágio do Alzheimer


Setembro marca o mês de conscientização sobre o Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva que impacta a memória, a linguagem e a percepção do mundo do paciente. No Brasil, de acordo com estimativa do Ministério da Saúde, são cerca de 1,2 milhão de pacientes diagnosticados.

A doença, ainda sem causas conhecidas e sem cura, apresenta fases e estágios. Em cada um deles, é preciso orientação profissional para garantir mais autonomia e qualidade de vida para a pessoa com Alzheimer, como a Terapia Ocupacional.

“O objetivo da TO é evitar a piora e a progressão dos sintomas, mantendo o paciente ao máximo no quadro mais básico possível, por mais tempo. Infelizmente, ainda sem cura, sabemos que o Alzheimer vai evoluir, mas trabalhamos para manter a memória e, com o passar dos estágios, adaptamos o trabalho”, explica a terapeuta ocupacional Syomara Cristina, que tem mais de 30 anos de experiência.

Além do acompanhamento, a profissional reforça ser fundamental a participação da família e de pessoas próximas no processo. “Mas é preciso estar muito atento. Sempre dizemos que o diagnóstico de Alzheimer afeta não apenas o paciente, mas todos ao redor. A família sofre muito e também precisa ser tratada. Ela necessita de ajuda, suporte, de sustentação psicológica”.


Os estágios do Alzheimer

O Alzheimer possui quatro estágios trabalhados na Terapia Ocupacional. Em cada um deles, a busca é por maior qualidade e autonomia para os pacientes. No caso de Syomara, que atua em Curitiba, um dos métodos utilizados é o Perfetti.

Na primeira fase, chamada de preparo, o foco está em exercícios de manutenção da memória. Já nos estágios dois, três e quatro, a chave do sucesso é o estabelecimento e respeito a uma rotina.

“Quanto mais rotina o paciente tiver, menos crise ele terá. O Alzheimer é a perda da memória atual, e a manutenção da antiga, por isso nossa tarefa é jogar essa rotina para o passado, de forma que ele consiga criar uma relação”, frisa Syomara.

Para isso, o comprometimento familiar se faz fundamental. Em um almoço de família, por exemplo, é preciso manter os horários e tarefas da pessoa com Alzheimer para evitar um episódio de crise.

“Na TO, nós trazemos do passado a sensação para que o paciente tenha uma luz de contato. Quando falamos no quarto estágio, o mais avançado, é como se o Alzheimer fosse uma parada. A pessoa não tem mais contato nenhum, fica com o olhar perdido. E durante todo o processo, é importante que a família visite, mas respeite o espaço. Tirar de uma casa para a outra, por exemplo, desestabiliza”, afirma a terapeuta ocupacional.

Ainda assim, com o avançar da doença, a internação de pacientes pode ser a melhor opção. Apesar de ainda ser um tabu, a medida pode minimizar os riscos do paciente.

“O suporte de uma clínica é maior. É óbvio que estamos falando de um lugar com qualidade, mas é até mesmo uma questão de segurança. Como a pessoa com Alzheimer pode ter lampejos de realidade, ela pode sair para a rua. Alguns pacientes realmente precisam”, conclui Syomara.

 

Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 33 anos como terapeuta ocupacional e tem experiência no tratamento em reabilitação dos membros superiores em pacientes com lesões neuromotoras. Faz atendimentos com terapia infantil e juvenil, adultos e terceira idade. Desenvolve trabalhos com os métodos Bobath, Baby Course Reabilitação Neurocognitiva Perfetti, Reabilitação de Membro Superior-Terapia da Mão, Terapia Contenção Induzida (TCI) e Imagética Motora entre outros.

 

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