![]() |
Os alimentos que não forem refrigerados e requentados adequadamente podem representar um risco à saúde Crédito: Envato |
Saiba como armazenar e esquentar corretamente sobras de comidas para evitar complicações e garantir sua segurança alimentar
Não é todo mundo que tem tempo para cozinhar todos
os dias, muito menos em cada uma das refeições. Uma pesquisa realizada em 2021
pela MindMiners em todas as regiões do Brasil revelou que apenas 41% dos
entrevistados têm o hábito de cozinhar em casa diariamente. Ou seja, a maioria
da população consome alimentos requentados ao longo do dia.
Entretanto, o que muitos não sabem é que o consumo
de comidas reaquecidas pode ser bastante perigoso para a saúde. “Qualquer
alimento que não for refrigerado e requentado adequadamente pode representar um
risco à saúde. Quando esse processo é realizado de forma errada, pode não haver
o aquecimento e tempo necessários para destruir algumas bactérias patogênicas
que podem ter se desenvolvido no alimento”, alerta a nutricionista, doutora em
Ciência e Tecnologia de Alimentos e professora do curso
de Nutrição da Universidade Positivo (UP), Mariana Etchepare.
A especialista explica que essas bactérias podem
causar toxinfecções alimentares, como salmonella, cólera, botulismo e rotavírus,
entre outras. Elas podem se desenvolver mesmo em alimentos frequentemente
consumidos de forma requentada, como arroz e feijão. “A bacillus
cereus, por exemplo, que se desenvolve em cereais, pode proliferar
no arroz se ele for mantido em temperatura ambiente após ser cozido, antes da
próxima refeição”, orienta Mariana, esclarecendo ainda que esse período em que
o arroz fica fora de refrigeração é propício para o desenvolvimento de
organismos patogênicos, que podem causar intoxicação alimentar.
Carnes, aves, peixes e frutos do mar reaquecidos de
maneira inadequada também podem abrigar bactérias como salmonella,
campylobacter,
vibrio
parahaemolyticus e vibrio vulnificus. Se esses alimentos
não forem aquecidos a uma temperatura interna segura, as bactérias podem
sobreviver e causar intoxicação alimentar, o que pode levar a quadros mais
graves de saúde, especialmente em grupos vulneráveis, como crianças, idosos,
mulheres grávidas e pessoas com sistema imunológico enfraquecido. Os sintomas
comuns da intoxicação alimentar incluem náuseas, vômitos, diarreia, dor
abdominal e febre. Esses sintomas geralmente desaparecem dentro de alguns dias,
mas, a intoxicação alimentar pode levar a complicações sérias, como
desidratação grave, danos aos órgãos, distúrbios neurológicos e até mesmo a
morte.
Outro ponto que a especialista destaca são os
cuidados na utilização do forno micro-ondas para reaquecer os alimentos. O
principal problema é que o equipamento geralmente aquece a comida de maneira
irregular, ou seja, algumas partes não atingem uma temperatura interna segura
para consumo. “Por isso, ao aquecer alimentos no micro-ondas, é essencial usar
recipientes seguros, verificar a temperatura interna dos alimentos para
garantir que estejam adequadamente aquecidos e seguir as orientações de
segurança alimentar específicas para cada tipo de alimento”, ensina. Mexer a
comida durante o aquecimento e cobrir o prato com uma tampa também pode ajudar
a reter a umidade e a aquecer os produtos de maneira mais uniforme.
Apesar do alerta, cozinhar em todas as refeições,
ou todos os dias, não é a única forma de evitar problemas de saúde causados
pelo consumo de alimentos requentados. A alternativa é prepará-los rapidamente
e armazená-los na geladeira assim que estiverem prontos, ainda quente. “Para
evitar a proliferação de bactérias nos alimentos, o correto é mantê-los
refrigerados por até cinco dias antes de consumi-los, quando devem ser
aquecidos por cinco minutos a uma temperatura de 74 graus Celsius, para
garantir a eliminação de qualquer organismo patogênico que possa estar presente
na comida”, finaliza Mariana.
Universidade Positivo
up.edu.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário