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sexta-feira, 2 de junho de 2023

Entenda os desafios e como acolher alunos idosos na pós-modernidade

Hebe de Camargo Bernardo, professora doutora do curso de Psicologia da Módulo, fala sobre um dos problemas que pessoas mais velhas sofrem no mundo moderno


Quando se trata de discriminação, tem-se aumentado as discussões sobre os problemas que os idosos sofrem no mundo todo. No Brasil, especificamente no âmbito universitário, o ingresso de alunos mais velhos tem sido visto cada vez mais – ao passo que há notícias da discriminação conhecida como etarismo por conta da faixa etária desse público. 

Segundo dados do Censo de Educação Superior de 2019, o mais recente disponibilizado pelo Ministério da Educação, 27 mil idosos fazem cursos universitários no Brasil. De 2015 a 2019, o total de idosos em universidades cresceu 48%. 

A psicóloga Hebe de Camargo Bernardo, professora doutora do curso de psicologia da Módulo, explica que o fenômeno se deve ao fato de muitas pessoas idosas buscarem mais qualidade de vida e novas oportunidades, ao se lançarem nos bancos acadêmicos. 

"As faixas etárias não representam a importância da idade mental, portanto, os estereótipos estão diretamente ligados a faixas etárias muitas vezes não representativas do mundo interno do sujeito”, afirma. “A troca de saberes pode ser explorada e enriquecida nos encontros intergeracionais vividos nos espaços escolares e, nesses encontros, quando existe o estímulo flexibilidade de parte a parte, todos saem ganhando”, detalha a docente.  

Para refletir sobre o ingresso a pessoas idosas nesses espaços, Hebe sugere algumas formas de como deve ser o melhor acolhimento a essa “nova juventude”. 


O que os jovens devem fazer para o acolhimento neste espaço assumir um importante valor:  

  • Canalizar sua energia e potencial para prover aos mais velhos as necessidades referentes às informações e tecnologias no sentido de aprender a desenvolver o senso de cidadania e serem úteis na integração social; 
  • Dissipar os preconceitos e estereótipos de ambas as partes; 
  • Refletir sobre a ação e se comprometer com o dever ao próximo.  

A docente esclarece que, em caso de um colega sofrer preconceito, é importante lembrarmos que existe um Tratado Internacional de Direitos Humanos e que todos têm o direito de convivência em espaço educacional. “A educação e o conhecimento não têm idade. A Constituição Federal permite o direito de estudar a todos independentemente da idade. Devemos reagir contra esse tipo de comportamento informando pelas leis existentes e o direito do cidadão”, completa. 


Leis que protegem o idoso contra etarismo e velhofobia:  

  • Estatuto de Idoso: prevê de seis meses a um ano de reclusão e multa em caso de discriminar sobre pessoa idosa;  
  • Delegacias do idoso em algumas cidades que podem ser procuradas;  
  • Tratado Internacional dos Direitos Humanos.  

Para as Instituições, Hebe sugere trabalhar o tema com disciplinas que contemplem essa faixa etária, programas de prevenção e atividades em que possam ter uma ampla visibilidade dentro do espaço educativo e no espaço público também, por esse ser um problema político-social. 

Por fim, a docente salienta o estímulo do convívio entre diferentes idades que pode renovar as energias dos mais velhos e promover maior ganhos de amadurecimento emocional nos mais jovens. “No ambiente escolar, a única coisa que separam jovens e “velhos” é o registro do RG, porém o tempo vivido é o presente, e esse tempo é o mesmo vivido neste momento por todos nós”, pontua.

 

Centro Universitário Módulo
www.modulo.edu.br


Faculdade São Sebastião
www.fass.edu.br

 

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