Hebe de Camargo
Bernardo, professora doutora do curso de Psicologia da Módulo, fala sobre um
dos problemas que pessoas mais velhas sofrem no mundo moderno
Quando se
trata de discriminação, tem-se aumentado as discussões sobre os problemas que
os idosos sofrem no mundo todo. No Brasil, especificamente no âmbito
universitário, o ingresso de alunos mais velhos tem sido visto cada vez mais –
ao passo que há notícias da discriminação conhecida como etarismo por conta da
faixa etária desse público.
Segundo
dados do Censo de Educação Superior de 2019, o mais recente disponibilizado
pelo Ministério da Educação, 27 mil idosos fazem cursos universitários no
Brasil. De 2015 a 2019, o total de idosos em universidades cresceu 48%.
A psicóloga
Hebe de Camargo Bernardo, professora doutora do curso de psicologia da Módulo,
explica que o fenômeno se deve ao fato de muitas pessoas idosas buscarem mais
qualidade de vida e novas oportunidades, ao se lançarem nos bancos acadêmicos.
"As
faixas etárias não representam a importância da idade mental, portanto, os
estereótipos estão diretamente ligados a faixas etárias muitas vezes não
representativas do mundo interno do sujeito”, afirma. “A troca de saberes pode
ser explorada e enriquecida nos encontros intergeracionais vividos nos espaços escolares
e, nesses encontros, quando existe o estímulo flexibilidade de parte a parte,
todos saem ganhando”, detalha a docente.
Para
refletir sobre o ingresso a pessoas idosas nesses espaços, Hebe sugere algumas
formas de como deve ser o melhor acolhimento a essa “nova juventude”.
O que os jovens devem fazer para o acolhimento neste espaço assumir um
importante valor:
- Canalizar sua energia e
potencial para prover aos mais velhos as necessidades referentes às
informações e tecnologias no sentido de aprender a desenvolver o senso de
cidadania e serem úteis na integração social;
- Dissipar os preconceitos e
estereótipos de ambas as partes;
- Refletir sobre a ação e se
comprometer com o dever ao próximo.
A docente
esclarece que, em caso de um colega sofrer preconceito, é importante lembrarmos
que existe um Tratado Internacional de Direitos Humanos e que todos têm o
direito de convivência em espaço educacional. “A educação e o conhecimento não
têm idade. A Constituição Federal permite o direito de estudar a todos
independentemente da idade. Devemos reagir contra esse tipo de comportamento
informando pelas leis existentes e o direito do cidadão”, completa.
Leis que protegem o idoso contra etarismo e velhofobia:
- Estatuto de Idoso: prevê de
seis meses a um ano de reclusão e multa em caso de discriminar sobre
pessoa idosa;
- Delegacias do idoso em
algumas cidades que podem ser procuradas;
- Tratado Internacional dos
Direitos Humanos.
Para as
Instituições, Hebe sugere trabalhar o tema com disciplinas que contemplem essa
faixa etária, programas de prevenção e atividades em que possam ter uma ampla
visibilidade dentro do espaço educativo e no espaço público também, por esse
ser um problema político-social.
Por fim, a
docente salienta o estímulo do convívio entre diferentes idades que pode
renovar as energias dos mais velhos e promover maior ganhos de amadurecimento
emocional nos mais jovens. “No ambiente escolar, a única coisa que separam
jovens e “velhos” é o registro do RG, porém o tempo vivido é o presente, e esse
tempo é o mesmo vivido neste momento por todos nós”, pontua.
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Faculdade São Sebastião
www.fass.edu.br
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