Será que este ano desencalho? Psiquiatra alerta que expectativas irreais sobre relacionamentos podem gerar problemas de saúde mental
Com o início mês de junho, os corações vermelhos
começam a se espalhar pelo comércio. Para muitos solteiros, o Dia dos Namorados
é apenas mais uma data comercial que não influencia em nada a rotina do dia 12,
mas para outros é uma fonte de angústia - alguns até se recusam a sair de casa
nesta noite. Para a psiquiatra Lívia Castelo Branco, da Holiste Psiquiatria, a
tristeza está muito mais ligada à cobrança social do que necessariamente à
falta de parceiros.
"As mulheres, principalmente, sofrem bastante
com a proximidade da data. Por mais que exista o movimento atual de
fortalecimento e independência feminina, a cobrança que dita que não estar em
um relacionamento é um sinal de fracasso aos olhos da sociedade ainda gera
muitos questionamentos e angústias. É claro que muitos homens também sofrem,
mas a pressão social é menos latente", aponta a especialista.
A psiquiatra reforça não haver problemas em buscar
um relacionamento, a questão é exatamente quando a expectativa pessoal ou de
terceiros passa a causar sofrimento emocional, crises de ansiedade, de choro,
abuso de substâncias e até pensamentos de morte. Ela destaca que mesmo
indivíduos que nunca tenham sido diagnosticados com qualquer transtorno mental podem
desencadear episódios assim e não é vergonhoso buscar ajuda porque está se
sentindo desestabilizado por causa disso.
"O sofrimento nunca é bobo. Quando se trata de
relacionamento ou da expectativa de um, estamos falando de gatilhos emocionais.
Contudo, indivíduos que já padecem de transtornos de humor, de ansiedade ou de
personalidade estão ainda mais vulneráveis a descompensações em momentos
específicos, como dia dos namorados, tanto por conta de cobranças pessoais ou
familiares e pelo contexto cultural em que está inserido", detalha a
profissional.
Por este motivo, a psiquiatra alerta que o
atendimento psicológico para qualquer pessoa que experimente sofrimento
associado a um relacionamento ou à falta dele é de extrema importância. Assim,
o acompanhamento e, se necessário, as medicações, são uma estratégia para
voltar a se sentir melhor com a própria companhia, lidar com a pressão social e
voltar a estabelecer relações saudáveis no futuro.
Quando o
assunto é saúde mental, a informação é o primeiro passo do tratamento.
www.holiste.com.br
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