Em 2022, o sistema de transferências instantâneas alcançou a maior participação em número de transações em relação aos demais meios de pagamento, de 29%
O volume de transações financeiras
digitais por pessoa praticamente dobrou desde o lançamento do Pix no fim de
2020, acompanhado, no mesmo período, de uma redução mais acelerada dos saques
de dinheiro físico no País, afirmou o Banco Central.
As operações per capita por meio
digital eram de 242 em 2020 e passaram a 453 em 2022. Em 2012, eram 131.
No ano passado, o sistema de
transferências instantâneas criado pelo BC já alcançou a maior participação em
número de transações em relação aos demais meios de pagamento, de 29%.
Por outro lado, a quantidade de saques
em caixas eletrônicos e agências bancárias caiu de 3,4 bilhões em 2020 para 2,6
bilhões no ano passado. Em valores, a queda foi de R$ 2,5 trilhões para R$ 2,1
trilhões. Em 2012, o número era de 3,9 bilhões, com movimentação financeira de
R$ 4,5 trilhões.
"A quantidade e o volume
financeiro de saques em ATMs e agências bancárias vêm se reduzindo ao longo do
tempo de forma gradual. De 2020 em diante, essa redução de uso parece ser mais
acentuada, o que pode ser explicado pelas mudanças comportamentais da pandemia,
a introdução do Pix e o aumento de transações com cartões", detalhou o BC.
As avaliações foram feitas no boxe
"Evolução de Meios Digitais para a Realização de Transações de Pagamento
no Brasil", que faz parte do Relatório de Economia Bancária de 2022, a ser
divulgado na íntegra no dia 6 de junho, às 8 horas.
Segundo o BC, o avanço das transações
digitais antecede o Pix e as mudanças provocadas pela pandemia de covid-19,
embora tenha se tornado mais vigoroso nos últimos dois anos. Um marco, diz o
órgão, é a criação formal das instituições de pagamento, conforme regulação do
órgão em 2016.
Houve ainda o crescimento da utilização
do telefone celular para fins de realização de transações financeiras, hoje o
principal canal de relacionamento da população brasileira com o sistema.
Em relação à participação de cada
instrumento de pagamento na quantidade total de transações financeiras de 2012
a 2022, o BC observou um crescimento mais acelerado no uso de cartões, com
possível relação, segundo o órgão, da entrada de instituições de pagamento, que
emitem cartões de crédito e cartões pré-pagos.
Com o uso do Pix, a partir do fim de
2020, houve redução relativa da utilização dos demais meios de pagamento, mas a
autarquia pondera que, em termos absolutos, há contínuo aumento da utilização
de cartões, com estagnação de boletos e redução acelerada no pagamento com
cheques.
Em 2022, o cartão de crédito
representou 20% da quantidade de transações, o de débito, 19%, e o pré-pago,
9%. O conjunto de cartões representava 39% de participação em 2012, mas não
havia a modalidade pré-pago.
Já o boleto representou 11% do volume
de transações no ano passado, contra 28% em 2012.
O cheque apresentou participação quase
nula em 2022 ante 7% em 2012.
"Em apenas dois anos de operação,
entre novembro de 2020 e dezembro de 2022, o Pix tornou-se o instrumento com
maior quantidade anual de transações (participação de 29%)", destacou o
BC, acrescentando papel importante do meio de pagamento na inclusão de pessoas
que nunca haviam realizado transferências.
"As instituições de pagamento vêm
tendo papel relevante na inclusão financeira, ao proporcionar contas de
pagamento a pessoas que anteriormente não tinham nenhum relacionamento com o
sistema financeiro", completou.
Em relação ao valor transacionado por
meio de pagamento, o BC ressaltou que as transferências inter e intrabancárias
continuam liderando, respondendo por cerca de 65% do volume financeiro
transacionado em 2022. O Pix representou 12%, atrás ainda do boleto (13%).
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