A alfabetização se refere ao processo de aprendizagem no qual adquirimos a habilidade de escrita, leitura e interpretação. Esse conceito vai muito além, principalmente no ambiente de educação infantil e no papel fundamental do professor, em um cenário de infinitas possibilidades na formação dos pequenos indivíduos. Auxiliar no desenvolvimento de novas habilidades é uma tarefa repleta de desafios.
Ao lecionar pela primeira vez, tive um misto de
sentimentos e achava que não iria conseguir ser como a minha primeira
professora, que foi uma inspiração inesquecível na minha vida e que influenciou
diretamente na minha escolha pela profissão. Desde então, muito mais do que
pensar em um método de ensino ou em uma maneira eficaz de aprendizado, o
professor responsável pela alfabetização deve também ser um agente de
transformação que transcende o espaço das salas de aula. Alfabetizar consiste
na missão de abrir novos caminhos dentro e fora do universo da escrita e
leitura, afinal, essa ação também diz respeito a como será a interação das
pessoas na sociedade, compartilhando saberes e experiências através da
construção do conhecimento.
Entre algumas técnicas de alfabetização infantil, é
possível citar práticas com atividades lúdicas, que envolvam, por exemplo, a
realização da leitura de parlendas em sala de aula, mas que possam ser
transpostas em atividades que transformem a leitura em brincadeiras,
estimulando a criança no processo de associação de palavras, através da
ludicidade.
Também, é importante usar palavras de apoio nessa
fase da aprendizagem, assim, os alunos têm como pensar sobre o valor sonoro e
forma gráfica. Nesse contexto, é válido proporcionar um ambiente adequado para
determinadas atividades, que chamo de ‘cantos de atividades’, como o canto com
livros, outro com massinha de modelar, outro com recorte e colagem e outro com
objetos não estruturados, entre outros. Outra possibilidade é promover uma
leitura compartilhada, em que nessa roda podem ser usados livros paradidáticos,
dos autores Ruth Rocha e Roald Dahl, por exemplo, para que aprendam novas
palavras.
Promover um ambiente alfabetizador é fundamental e
a aplicação de cartazes na sala de aula tem essa funcionalidade. Ensinar o nome
dos colegas de classe e ter uma lista no formato de cartaz com o nome de todos
os alunos, o mesmo para as brincadeiras aplicadas, bem como datas
comemorativas, aniversários da turma, dentes decíduos - a primeira dentição com
20 dentinhos antes da troca permanente. Enfim, existem inúmeras possibilidades.
Poder
contribuir com o desenvolvimento de uma criança é entender que não há uma
receita definida para a alfabetização, mas que existem caminhos que podem ser
trilhados, sempre colocando o aluno no centro dessas ações. A primeira vez que
vi uma aluna ler foi fascinante, ela veio toda feliz com brilho nos olhos e
queria ler tudo, é um sentimento tão maravilhoso que não consigo nem descrever.
O encanto de ser alfabetizado é um direito de todas as crianças. Uma frase que
que levo sempre comigo nesse processo de alfabetização é: “um dos maiores danos que se pode causar a uma
criança é levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar”, da
Emília Ferreiro. A ação de alfabetizar, está no incentivo à leitura, no
estímulo à ampliação do vocabulário e também no incentivo ao desenvolvimento do
potencial de cada ser humano.
Aline Soares Monteiro - Formada em pedagogia e psicopedagogia, Aline Soares Navarro
é professora do Fundamental I da rede de escolas Luminova.
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