Dados, da região de Campinas, voltaram aos patamares de antes da pandemia
Após a retomada das cirurgias eletivas, o número de
casos de cirurgia de câncer colorretal descobertos nos serviços de urgência e
emergência sofreu uma queda de 32,2%, a primeira desde o início da pandemia. Os
dados foram divulgados pelo Grupo Surgical, responsável por cirurgias de
urgência e emergência nos hospitais Madre Theodora, Santa Tereza, Irmãos
Penteado, Beneficência Portuguesa e Maternidade de Campinas, todos em Campinas,
e Hospital e Maternidade Galileo, em Valinhos.
A queda é referente ao período de janeiro a julho
deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Nos anos anteriores,
houve aumento. De janeiro a julho de 2019 para o mesmo período de 2020, o
crescimento foi de 6%. Já de 2020 para o mesmo período de 2021, o aumento
chegou a 28,2%. “Com a suspensão das cirurgias eletivas durante a pandemia, os
casos eletivos se agravaram e se transformaram em urgência. Por isso, sentimos
um aumento considerável na época. Nossa impressão é que quando as cirurgias
eletivas foram retomadas e conseguimos dar vazão à demanda represada, a
situação voltou a ficar mais dentro do normal, em patamares próximos aos de
antes da pandemia. Isso mostra o quanto é importante fazer prevenção e o
diagnóstico precoce. A campanha Setembro verde, de prevenção ao câncer
colorretal, é uma ótima oportunidade para falarmos sobre este assunto”, explica
o CEO do Grupo Surgical, Bruno Pereira.
Embora os números tenham diminuído, a situação está
longe do ideal, segundo o cirurgião. “Primeiro, porque estamos pegando casos
mais graves de tumores. Segundo, porque o câncer colorretal pode ser prevenido
de uma maneira simples, com a colonoscopia. Se ainda temos tantos casos na
urgência e emergência, é porque não estamos fazendo a prevenção como deveríamos”,
afirma. “Quando descoberto na urgência, o prognóstico do câncer colorretal
piora em cerca de 30%. A cirurgia de urgência e emergência, por si só, já é
mais delicada do que uma eletiva. Além disso, a pessoa, ao descobrir o câncer
em estágio avançado, diminui as chances de cura”, reforça o cirurgião.
De acordo com Pereira, cerca de 90% dos casos de
câncer colorretal começam com um pólipo, que pode evoluir para um tumor
maligno. “Mas isso demora anos. Portanto, se a pessoa fizer exames preventivos
de colonoscopia, esse pólipo, na grande maioria das vezes, pode ser retirado
antes de virar câncer”, explica. “Ainda há um certo preconceito com este tipo
de exame, por isso, é importante que haja muita orientação nos consultórios. Os
médicos, mesmo de outras áreas, precisam orientar seus pacientes de rotina
sobre a importância da prevenção”, diz.
Segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia,
a colonoscopia deve ser feita a partir dos 50 anos de idade e, caso esteja tudo
normal, repetida a cada 10 anos. Se houver algum caso de câncer colorretal na
família, ela deve ser realizada a partir dos 40 anos ou 10 anos abaixo da
pessoa mais nova diagnosticada com a doença, ou seja, se a mãe teve com 45, o
filho deve fazer com 35.
Sintomas
O câncer colorretal costuma ser silencioso. Quando
apresenta sintomas, é porque já está em estágio mais avançado. “O principal
sintoma que leva o paciente a buscar ajuda médica na urgência é a mudança do
hábito intestinal, que pode ser tanto constipação quanto diarreia, além de dor
abdominal. Sangramento ao evacuar também é um sintoma muito comum”, comenta.
Obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e
uma dieta rica em carnes vermelhas, gorduras e processados estão entre os
principais fatores de risco da doença. “Casos de câncer colorretal em parentes
de primeiro ou segundo graus, histórico de pólipos e doenças inflamatória
intestinal também são fatores que precisam ser levados em conta”, orienta o
cirurgião.
Grupo Surgical
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