Movimento contra
excesso de trabalho cresce nas redes sociais
Você já ouviu falar em “demissão silenciosa” ou
"quiet quitting"? Esse fenômeno, liderado inicialmente
pela Geração Z, teve início em julho, quando um vídeo em que um profissional
afirmava fazer somente o mínimo para não ser demitido viralizou na internet.
Desde então, é possível ver diversos posts sobre o tema, em que colaboradores
expõem não se esforçar tanto para entregar suas tarefas diárias.
Entre os principais motivos para o movimento ter
crescido está a sobrecarga e o desgaste nas relações de trabalho. Segundo um
levantamento recente*, realizado com três mil profissionais de diversos níveis,
após a pandemia, 54% dos candidatos entrevistados indicaram frustração com o
trabalho e pouco mais da metade, 51%, relatam dificuldades para cumprir suas
atividades.
Utilizado como estratégia para se preservar do burnout, o
movimento, por outro lado, põe em risco a transparência no ambiente de trabalho
e leva a prejuízos, tanto para profissionais quanto para as empresas.
“Equilíbrio entre vida pessoal e profissional é o
princípio para manter a saúde mental, sem dúvida. É interessante entender que o
caminho para isso, no entanto, pode e deve ser outro”, diz Gabriela Mative,
Diretora de Operações da Luandre.
Ela ressalta que não só a produtividade e a
performance das organizações ficam comprometidas e as lideranças impotentes,
mas a atitude também torna a reputação do profissional vulnerável e pode
impactar na evolução de sua carreira.
Importante entender que embora o nome dê a entender
que este profissional esteja buscando ser demitido, na verdade, ele quer
permanecer no cargo, mas sem se engajar de fato com a empresa e fazer
estritamente o que consta em seu job description.
Diferentemente do que se pode entender num primeiro
momento, a causa desse comportamento pode ir além da sobrecarga de atividades e
estar ligada à falta de sensação de pertencimento. É o que indica um
estudo publicado em 2021*, realizado com mais 98 mil participantes, entre
jovens, média gestão e alta liderança, que revela que uma cultura inclusiva
impacta diretamente na percepção de vida significativa e bem-estar. Outra
pesquisa deste ano*, realizada com estudantes, confirma que a nova geração
prioriza saúde mental, diversidade e chance de aprendizado no local de
trabalho. Além disso, 42% afirmam que ações e informações nas redes sociais são
essenciais para definir suas opiniões sobre cada organização.
Outra tendência detectada é a cada vez maior busca
pela flexibilidade. Um levantamento que o LinkedIn trouxe a público, em maio
deste ano, mostrou que 78% dos profissionais entrevistados buscam política
flexíveis: 49% para que o trabalho não tenha um impacto negativo em sua vida
pessoal e 40% querem preservar a saúde mental. Dos entrevistados, 43% também
consideram que a flexibilidade é um fator para aumento de sua produtividade.
Cultura inclusiva, engajamento e aprendizagem
contínua são, portanto, palavras-chave para fortalecer as relações de trabalho.
“É inegável que a pandemia trouxe mudanças significativas. Os desafios iniciais
levaram ao ambiente phygital (físico e digital ao mesmo
tempo), que se tornou realidade para muito mais profissionais e leva a uma
maior autonomia da gestão de tempo. Neste cenário, o diálogo é a forma de
adequar as expectativas de ambos os lados de forma transparente e assertiva”,
destaca a Diretora de Operações da Luandre.
*1. Realizado pela Pulses, agência de gestão e
engajamento.
*2 e *3. Pesquisa Carreira do Sonhos, da Cia de
Talentos.
Luandre Soluções em Recursos Humanos
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