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A safra brasileira de cereais,
leguminosas e oleaginosas deve bater o recorde de 261,7 milhões de toneladas em
2022. Em relação ao ano passado, o aumento previsto é de 3,3% ou 8,5 milhões de
toneladas. Porém, a estimativa de agosto ficou 0,7% abaixo do apurado em julho,
ou 1,8 milhão de toneladas a menos.
Os dados são do Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o gerente da pesquisa, Carlos
Barradas, a redução na estimativa de julho para agosto ocorreu devido à
influência de questões climáticas.
Segundo ele, as principais
variações negativas ocorreram no Paraná (-865.300 t), em Goiás (-559.010 t), em
Minas Gerais (-532.786 t), no Ceará (-70.185 t), em Alagoas (-24.753 t), no
Espírito Santo (-30 t) e no Piauí (-10 t).
“Mas vale ressaltar que a área
colhida alcançou 73 milhões de hectares, 6,5% maior (mais 4,5 milhões de
hectares) que a área colhida em 2021, e 0,1% maior (mais 61,1 mil hectares) que
no mês anterior. Esses números mostram que os produtores têm investido no
aumento da produção da safra devido aos preços elevados das commodities
agrícolas”, diz.
LAVOURA
Os principais produtos da
pesquisa são o arroz, o milho e a soja que, somados, respondem por 91,5% da
estimativa da produção e 87,1% da área a ser colhida.
Na estimativa para a produção
de milho, houve acréscimo de 9,8% na área em relação a 2021, sendo de 7,7% no
milho 1ª safra e de 10,5% no milho 2ª safra.
Segundo Barradas, como não
houve problemas climáticos que prejudiquem a segunda safra, ao contrário do ano
passado, quando faltou chuvas, a estimativa é que a produção de milho aumente
25,2% na comparação com 2021, chegando a 109,9 milhões de toneladas.
A soja, principal commodity do
país, subiu 4,7% na área em relação ao ano passado. Quanto ao volume da
produção, houve crescimento de 0,1% em relação a julho, mas a estimativa é de
queda de 11,9% na comparação com 2021, com um total de 118,8 milhões de
toneladas, devido à falta de chuvas no centro sul do país, como explica o
gerente da pesquisa.
“Apesar dos produtores terem
aumentado a área de plantio da soja, os problemas climáticos derrubaram o
potencial de produção agrícola da soja brasileira em 2022. A perda de
produtividade está diretamente relacionada aos problemas climáticos”.
A área de arroz caiu 2,6%, o
algodão herbáceo em caroço aumentou 17,7% e o trigo aumentou 9% sua área,
podendo chegar ao recorde de 9,7 milhões de toneladas, o que representa 24,1% a
mais do que o volume produzido em 2021.
“O aumento da produção nacional
do trigo é uma resposta do produtor brasileiro às restrições da oferta
internacional devido aos problemas da guerra da Ucrânia”, afirma Barradas.
Segundo a análise do IBGE, a
produção do arroz e a do feijão devem ser o suficiente para atender ao consumo
do mercado interno, com um total de 10,6 milhões de toneladas e de 3,1 milhões
de toneladas, respectivamente.
Já quanto ao café, a produção
deve chegar a 3,2 milhões de toneladas, somando as espécies arábica e
canephora, um crescimento de 0,9% em relação à estimativa de julho e aumento de
9,6% na comparação com 2021. De acordo com Barradas, o clima seco e frio
prejudicou o grão.
“Em 2022 teríamos um ano de
bienalidade positiva para o café arábica, e deveria produzir mais do que está
produzindo. Isso não está ocorrendo porque o clima seco e excessivamente frio
do inverno de 2021 reduziu o potencial de produção do café arábica. Os grandes
produtores são Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Espírito Santo. O café canéfora
tem grande produção no Espírito Santo e Rondônia. Essa espécie cresce 9,4% em
relação a 2021”.
PRODUÇÃO
REGIONAL
A estimativa de agosto do IBGE,
na comparação com 2021, é de aumento na produção de cereais, leguminosas e
oleaginosas nas regiões Centro-Oeste (11,4%), Norte (11%), Sudeste (10,8%) e
Nordeste (10,3%). A estimativa para o Sul é de queda de 14,6%.
Na variação mensal, apenas a
Região Norte apresentou alta, de 2,1%. O Centro-Oeste caiu 0,4%, o Sul reduziu
1,3%, o Nordeste teve queda de 0,3% e a Região Sudeste registrou decréscimo de
1,9% na estimativa de safra na passagem mensal de julho para agosto.
Na estimativa de agosto, a
participação de cada região na produção nacional ficou em 49,6% para o
Centro-Oeste, 25,1% do Sul, o Sudeste tem 10,4%, o Nordeste 9,7% e a Região
Norte reponde por 5,2% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do
país.
Entre os estados, Mato Grosso é
o maior produtor nacional de grãos,?com participação de 30,8% do total
nacional, seguido pelo Paraná (13,2%), Goiás (10,3%), Rio Grande do Sul (9,8%),
Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6,5%). Juntos, esses estados
representam 78,7% da produção nacional.
Fonte: https://dcomercio.com.br/publicacao/s/ibge-projeta-safra-recorde-de-261-7-milhoes-de-toneladas-em-2022
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