Organizados em
prol de causas como meio ambiente e desigualdade social, jovens podem ser
decisivos para construir um mundo mais justo
Embora discussões sobre os problemas do meio
ambiente sejam frequentes há muitas décadas, é a geração alfa - das crianças nascidas
a partir de 2010 - que se vê às voltas com um desastre ambiental iminente. Em
2022, alguns países europeus enfrentaram temperaturas acima dos 40º no verão, o
que causou mortes e destruição. E os efeitos das mudanças climáticas tendem a
ser cada vez mais catastróficos.
Há muitas pessoas buscando soluções para esses
problemas. Organizações mundialmente reconhecidas se esforçam para frear e até
reverter algumas dessas consequências da ação antrópica sobre o planeta. Mas
uma saída definitiva passa, também, por iniciativas locais, focadas em
problemas específicos de algumas cidades, bairros e até ruas. Em 2019, alunos
do Colégio Estadual Lindaura Ribeiro Lucas, em São José dos Pinhais (PR),
desenvolveram o projeto LTB. Após algumas pesquisas de campo, o grupo
identificou que havia muito lixo nos terrenos vazios ao redor da escola. De
acordo com os integrantes, esse problema acarretava muitos outros:
desvalorização dos imóveis do entorno, atração de bichos e utilização do espaço
para uso de drogas. A solução que encontraram foi destinar corretamente o lixo
e aproveitar os materiais recicláveis para fazer artesanatos e gerar renda para
as próximas ações.
Para o coordenador pedagógico da Conquista Solução
Educacional, Ivo Erthal, desenvolver uma mentalidade empreendedora também passa
por tomar consciência das próprias responsabilidades no mundo e na sociedade.
“É comum haver o entendimento de que Empreendedorismo se refere apenas a ações
pessoais para desenvolver um negócio individual ou em parcerias para benefício
próprio. No Empreendedorismo Social, a ação se direciona para os setores da
sociedade que apresentam índices de desigualdade social”, destaca.
Além do meio ambiente, questões de cunho social,
como a imensa desigualdade econômica, característica da vida contemporânea,
também devem estar na pauta das discussões que essa geração precisará enfrentar
no futuro próximo. De acordo com a doutora em Sociologia e professora da Escola
de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo (UP), Violeta Sarti Caldeira,
“quando há muita desigualdade social, ninguém vive bem. Uma sociedade desigual
fica entristecida, empobrecida e embrutecida porque não consegue se isolar do
mundo – e esse isolamento nem é desejável. Um mundo que fere a existência do
outro não é um mundo em que alguém pode andar em liberdade e fazer suas
próprias escolhas", ressalta.
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), formulou o
seguinte conceito para desenvolvimento sustentável: “desenvolvimento capaz de
suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de atender
às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os
recursos para o futuro”. É nesse futuro que a geração alfa precisará viver e,
portanto, é dele que ela deve se ocupar.
Erthal lembra, ainda, que o empreendedorismo social
pode ser, de fato, responsável por criar oportunidades para pessoas em situação
de vulnerabilidade nas mais diversas áreas. “Alguns exemplos de impacto do empreendedorismo
social estão relacionados à atuação em comunidades carentes, com projetos
educacionais, apoio com questões de Direito e acesso à saúde, com consultas
médicas, psicológicas e odontológicas”, finaliza.
Conquista Solução Educacional
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