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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Dia do sexo: neurocientista explica como funciona nosso cérebro durante a relação

A terça-feira (06) é marcada pela comemoração do Dia do Sexo. A palavra guarda muitos sentimentos e por que não dizer segredos? Pois é. A relação sexual pode provocar reações diversas no corpo humano.

Mas para além do coração, como será que outros órgãos do nosso corpo reagem aos impulsos do sexo? O Pós PhD em Neurociência, Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela, explicou como o cérebro reage a uma relação sexual.

“O sistema límbico, que é uma região mais primitiva do cérebro relacionada a emoção, é ativado durante o sexo. Outras áreas do córtex cerebral que governam o raciocínio superior, no entanto, ‘desligam’. Como consequência, o ato sexual em si é impulsionado mais pelo instinto e emoção do que pelo pensamento racional”, iniciou.

Fabiano, ainda no início da explicação, detalhou como acontece isso no cérebro da mulher. “Na mulher,  áreas ligadas à autoconsciência e à auto inibição também são desativadas. Essa desinibição ajuda as mulheres a atingir o orgasmo”, detalhou.

Ainda conforme o especialista, “o sexo faz com que o cérebro libere níveis muito mais altos de neurotransmissores que ajudam a regular as atividades sexuais. O hipotálamo, que também regula a fome, a sede e as respostas emocionais, além da temperatura corporal, é responsável pelo aumento da dopamina. A ocitocina é um hormônio que atua como um neurotransmissor no cérebro, que  aumenta com a excitação sexual e o orgasmo. Dito isso, vale lembrar que as mulheres podem ser mais conectadas emocionalmente após o orgasmo graças à oxitocina e vasopressina”.

Ele seguiu falando das substâncias liberadas durante a relação: “A vasopressina promove sonolência, isso pode refletir as diferenças de gênero, por isso, os homens, onde é mais significativa as mudanças desse hormônio, sentem mais sono após o sexo”, comentou.

Fabiano explicou também que como a serotonina aumenta durante o sexo, ela pode levar a sentimentos de felicidade e paz após a brincadeira. Pode ser útil no processos de qualidade cognitiva principalmente se o sexo for feito de manhã.
 
Ainda conforme ele, a norepinefrina aumenta a excitação, a atenção e a energia ativando o sistema nervoso simpático no cérebro, ela é liberada para aumentar nossos batimentos cardíacos e nos despertar.

Já no pós-sexo, o neurocientista informou que, após o orgasmo, o cérebro libera a prolactina neuroquímica e diminui a dopamina. Essa mudança pós-sexo pode explicar por que algumas pessoas têm disforia pós-coito, ou sentimentos de tristeza após o sexo que são distintos de sentimentos de arrependimento ou solidão.

“As mudanças químicas no cérebro não apenas tornam a experiência mais prazerosa, mas também têm valor evolutivo. O sexo é vital para nossa sobrevivência como espécie. Então faz sentido que o ato seja gratificante, prazeroso e nos torne menos vulneráveis ao desconforto físico que pode interromper o ato”, falou.





Dr.  Fabiano de Abreu Agrela - Pós PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FACMED - Faculdade de Medicina no Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México, membro FIEPS e membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro de 4 sociedades de alto QI, entre elas a Mensa International e a mais restrita do mundo Triple Nine Society.

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