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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Dia do Sexo é ocasião para tratar da libido na maturidade

Data comemorada em 6 de setembro desperta para o tema


Duas atrizes de idades avançadas revelaram recentemente à imprensa que ainda pensam naquilo. Vera Fischer, de 70 anos, afirmou para uma renomada revista que sexo e masturbação sempre fizeram parte do seu cotidiano. Já Suzana Vieira, de 80, disse em um programa de TV que tem interesse por sexo e beijo na boca. Assim como estas divas, a manutenção de uma vida sexual ativa na maturidade vem se tornando um tema cada vez mais comum na imprensa e nos consultórios médicos. O Dia do Sexo, comemorado em 6 de setembro, é uma data para se pensar nas vantagens e cuidados a serem tomados por quem pretende continuar sexualmente ativo com o passar dos anos.

 

Especialistas afirmam que, para manter uma saúde sexual na maturidade é fundamental envelhecer com saúde, uma vez que doenças e alterações hormonais podem comprometer o desejo. “Depressão, diabetes, síndromes metabólicas (aumento de colesterol, triglicerídeos e glicose), parkinson, doenças neurodegenerativas, alterações hormonais e lúpus podem afetar a libido”, destaca a geriatra que atua com medicina integrativa, Márcia Umbelino. “Já a alteração no cortisol pode diminuir a testosterona e em consequência o desejo, assim como a menopausa e a andropausa (no homem) precoce”, completa a médica que também é especialista em modulação hormonal e soroterapia. 


Insônia, estresse, fadiga crônica, abuso de álcool, uso de drogas como a cocaína, tratamentos oncológicos e alterações na tireoide são outros fatores que costumam interferir na libido, de acordo com médicos e especialistas. Márcia Umbelino ressalta que costuma indicar suplementação para melhorar a produção de testosterona de forma endócrina (pelo próprio organismo). “Mas quando o problema é uma síndrome metabólica, por exemplo, é indicada uma reposição hormonal, porque o paciente fica muito inflamado e não produz os hormônios normalmente“, recomenda a geriatra, acrescentando que os medicamentos contra a hipertensão arterial alteram a ereção e os antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores o desejo. 

 

Entre os segredos para envelhecer com saúde que valem também para uma vida sexual ativa estão: praticar atividade física, dormir e se alimentar bem, evitar o tabagismo e fazer check up anual. 

 

Criatividade é a chave para driblar as limitações biológicas da idade

 

Não é só a saúde que interfere na performance sexual. O bem estar mental é importante nessas horas. A psicóloca Flávia Freitas destaca que alguns tabus rondam o sexo na terceira idade, mas com as atitudes certas, é possível ter uma vida sexual plena. “É preciso aceitar as mudanças físicas e ter criatividade a respeito delas. Isto significa esquecer o desempenho do jovem e buscar novas formas de contato íntimo e de satisfação sexual. Tirar o foco da penetração e aprender a estimular e receber estímulo em outras áreas do corpo pode ser o caminho”, aconselha Flávia.

 

A ginecologista especialista em sexualidade, Nathalie Raibolt, explica que, nessa fase da vida, é preciso ampliar o contato com o corpo todo, pois a excitação, a ereção e a lubrificação podem demorar mais para acontecer. “Experimentar acessórios e produtos eróticos, uma camisinha diferente, lubrificantes com sabor e aroma e brinquedos sexuais também são opções. É uma fase para explorar a criatividade, estimulando o prazer físico e a excitação psicológica também”, comenta a médica.

 

Lubrificantes e masturbação são aliados da mulher

 

Entre as principais queixas de quem passa ou já passou pelo climatério e a menopausa está o ressecamento vaginal. Segundo Nathalie Raibolt, o problema é esperado na maturidade. Para prevenir e tratá-lo, a  melhor opção é a reposição local de estrogênio no início dos sintomas. “O uso de hidratantes vaginais também pode ser útil para quem tem contraindicação ao uso de hormônio local”, indica. 

 

Apesar da despreocupação com a gravidez, outros cuidados devem ser mantidos nessa faixa etária. Mesmo na maturidade não se está livre de DSTs, por isso, a ginecologista mantém a recomendação do uso de preservativo, principalmente quando há troca frequente de parceiro. 

 

Raibolt explica que os riscos do sexo são os mesmos para todas as idades, mas considerando que há recursos para diminui-los, não se deve evitar oportunidades de experimentar o prazer por isso. O prazer é bem-vindo durante toda a vida. O sexo ajuda a manter a percepção de conexão com uma parceria e de autoestima, por isso, ele não deixa de ser uma área importante da vida com o passar do tempo. “Pelo contrário, muitas mulheres relatam que experimentam o melhor do sexo na maturidade, pela autoconfiança e liberdade que conquistam nessa fase da vida”, finaliza Nathalie.

 

Outro ponto que desperta atenção são os benefícios do orgasmo e da masturbação para a saúde da mulher madura. Ambos garantem um estímulo ao fluxo de sangue na vulva e na vagina. De acordo com Nathalie, como o sangue é o que nutre os tecidos, essa manutenção pode fazer diferença nos incômodos causados pela menopausa. 

A psicóloga Flávia Freitas acrescenta que conversar sobre sexo também é muito importante. “Sentir-se confortável é fundamental e nada melhor do que trazer o assunto à tona. Fale de suas dificuldades e também de suas preferências. Busquem juntos soluções para as dificuldades”, recomenda a psicóloga.


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