A VetBR, mais
completa distribuidora de produtos para saúde animal do País, convidou uma
médica veterinária para dar dicas sobre as principais enfermidades e
imunizantes
Desde que nascem, os pets estão sujeitos a numerosas
doenças, que podem afetar não só o animal, mas também os seus tutores. A
vacinação adequada é a melhor forma de prevenção. Pensando nisso, a VetBR
convidou uma médica veterinária para detalhar as principais enfermidades dos
cães, e que podem ser evitadas com vacinas: múltipla, giárdia, antirrábica,
gripe e leishmaniose.
Segundo Julcynete Magalhães, supervisora comercial
e médica veterinária da VetBR, a vacina polivalente (óctupla ou déctupla) é um
dos principais imunizantes: não pode deixar de ser aplicada no animal. A vacina
evita doenças como cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina,
leptospirose, doença infecciosa respiratória e coronavirose.
“Para que o animal seja imunizado por completo, é necessária a aplicação de
três a quatro doses dessa vacina, com intervalo de 21 dias entre elas. A
primeira da série deve ser aplicada a partir de seis semanas de vida do pet. E
deve permanecer sem contato com outros animais, principalmente não vacinados,
dessa forma, não indicamos passeios fora de casa.” ressalta.
Existem outras doenças que podem afetar o animal e
para as quais os imunizantes representam a melhor prevenção. A giardíase
canina é uma delas. A vacina contra a doença deve ser aplicada com intervalo
entre 21 e 28 dias entre a primeira e a segunda doses — depois disso, o reforço
é anual. A vacina contra gripe canina (também nomeada como
tosse dos canis, traqueobronquite infecciosa canina ou doença respiratória
infecciosa canina) é primordial para evitar essa doença — são duas doses, sendo
a primeira após oito semanas de vida do filhote e a próxima pode ser aplicada
depois de duas semanas da aplicação da primeira dose - é importante lembrar que
o animal deve ser vacinado anualmente, as 2 doses iniciais só garantem proteção
por um ano. Já a vacina antirrábica, que garante a imunização contra raiva,
é obrigatória para a garantia da saúde do pet (e também de seus tutores) e deve
ser aplicada quando o animal estiver com pelo menos três meses de vida, sendo o
reforço anual.
A veterinária afirma que a vacina contra leishmaniose
visceral canina (LVC), pouco difundida, mas de extrema
importância, também é essencial para garantir a saúde do pet. Mas antes da
vacinação, é necessário fazer o teste sorológico para identificar se o animal
está infectado. O resultado negativo indica que pode ser vacinado. Nesse
esquema de imunização, a aplicação inicial em cães acontece com três doses no
primeiro ano — a primeira aplicação quando o animal está com quatro meses de
idade, a segunda deve ser aplicada 21 dias após a dose inicial e a terceira
também três semanas após a segunda dose. Depois disso, é recomendável também a
revacinação anual, com apenas uma dose.
A seguir, uma lista com as principais doenças
citadas e informações sobre e sintomas, preparada pela VetBR.
Cinomose
Doença viral contagiosa provocada pelo vírus CDV
(ou vírus da cinomose). É transmitida através do contato direto com secreções
nasais e oculares, tosse e espirros. As fezes também podem conter os vírus
infectantes. Na primeira fase, o cão é acometido por problemas respiratórios.
Mas a doença pode se agravar e causar danos neurológicos com efeitos, como:
espasmos, paralisia e convulsão. A doença pode matar o animal e a única forma
de ser evitada é com a imunização, encontrada nas vacinas múltiplas (óctupla ou
déctupla).
Parvovirose
A parvovirose é também considerada uma doença viral
grave. É transmitida por meio das fezes de outros animais doentes e afeta o
sistema digestivo dos cães. Com quadros de vômito e diarreia, na maioria das
vezes com sangue nas fezes, o animal pode ficar desidratado. Por se tratar de
um vírus resistente, o agente infeccioso pode permanecer na residência por
meses, mesmo após a higienização. Caso o cão contraia a doença, é necessário
que o ambiente fique pelo menos durante seis meses sem receber outros animais.
Pode ser evitada com vacina.
Hepatite infecciosa canina
É uma infecção no fígado de cães, causada pelo
adenovírus tipo-1. O vírus acomete as células hepáticas do animal e pode ser
fatal. A doença, bem comum em animais mais jovens, é transmitida por descargas
orais e nasais, além de outras secreções, como as fezes de animais infectados.
Após acometer o fígado, causa febre, vômito, diarreia e lesão ocular. Prevenção
principalmente com vacina.
Leptospirose
Doença infecciosa transmitida pela bactéria
leptospira durante a exposição do animal, de forma direta ou indireta, à urina
de animais contaminados, chamados de reservatórios. Cada sorovar de
leptospirose provoca uma doença diferente e contamina espécies diferentes. O
rato, reservatório de um sorovar específico, elimina a bactéria pela urina e,
quando outras espécies entram em contato, como cão e o ser humano, podem
adoecer. A transmissão também é possível pelo contato de mucosas ou de pele
lesionada com água contaminada. Vale salientar que a doença é considerada uma
zoonose, ou seja, pode ser transmitida também para seres humanos. Entre os
sintomas, estão a febre, vômitos, diarreia, perda de apetite, urina escura,
úlcera bucal, além da cor amarelada nos olhos e na boca do animal.
Doença respiratória infecciosa
canina
Considerada uma espécie de gripe canina, é uma
doença contagiosa que afeta o trato respiratório do cão. São vários os vírus e
bactérias responsáveis pela infecção, entre eles Bordetella bronchiseptica
(Bb), vírus parainfluenza (CPIV) e adenovírus tipo 2 (CAV-2). São diversos os
sinais clínicos da doença, mas principalmente febre, corrimento nasal e tosse,
seguidos por possível taquipneia e lesões graves no trato respiratório podendo
progredir para uma pneumonia. A prevenção contra o CPIV e CAV-2 estão em
vacinas múltiplas, enquanto a Bb encontra-se em vacina separada ou em conjunto
com as cepas citadas acima.
Coronavirose entérica canina
A coronavirose é uma doença viral que afeta o trato
gastrointestinal do cachorro. Os sintomas são diarreia intensa, perda de
apetite, vômito, desidratação, aumento de temperatura corporal e tremores, além
de apatia e depressão. O animal pode ser infectado por fezes de animais
doentes. A enfermidade não é letal, mas em conjunto com outras doenças, como a
parvovirose, pode agravar o quadro geral do animal e aumentar a taxa de
letalidade. Doença altamente contagiosa que pode ser prevenida com vacinação.
Giardíase canina
A doença, transmitida pelo protozoário Giardia
lamblia, é caracterizada por problemas intestinais, como diarreia.
Como o sintoma é muito parecido com o de várias outras doenças, a confirmação
do diagnóstico depende de exame parasitológico de fezes. É uma zoonose que pode
levar principalmente às crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas a
adquirirem a doença através da ingestão dos cistos. O pet pode ser contaminado
por meio das fezes de diferentes animais infectados, por água não filtrada e
alimentos que não foram higienizados corretamente.
Raiva
É uma das doenças mais graves para pets, ainda sem
cura. Trata-se de uma enfermidade de notificação obrigatória: o dono precisa
comunicar os órgãos competentes em caso de infecção do animal. A raiva é
transmitida pela saliva ou pela mordida de um animal enfermo. Após infecção, o
vírus age no sistema neurológico do pet, levando-o à morte. Entre os sintomas
estão: febre, dor de cabeça, salivação excessiva, espasmos e paralisia. É uma
zoonose e a única forma de prevenção é a vacina.
Leishmaniose
É considerada uma das zoonoses mais graves. A
transmissão da leishmaniose visceral canina ocorre principalmente pela picada
do flebotomíneo, mais conhecido como mosquito-palha. O cão é considerado o
responsável pela manutenção do ciclo biológico no ambiente urbano, pois apresenta
o maior número de parasitas, principalmente na pele. O diagnóstico é
considerado difícil, pois há grande variedade de sintomas que por si só não
confirmam a doença, como crescimento exagerado das unhas, anemia, palidez da
mucosa, dermatites, crescimento do baço e fígado, entre outros. Há tratamentos
contra a leishmaniose que aumentam a sobrevida e a qualidade de vida do animal
infectado, mas não há cura.
VETBR
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