Se a
Independência foi sonho que se realizou, também o desenvolvimento inclusivo e
sustentável pode ser conseguidoIMAGEM: Thinkstock
Comemoramos neste 7 de setembro o bicentenário da
Independência, que tornou o Brasil uma nação soberana, livre das amarras que
desde o descobrimento a prendia a Portugal. Esta data deve ser aproveitada para
resgatarmos o patriotismo, o civismo, e a solidariedade que deve caracterizar
um país descoberto sobre a bandeira do Cristianismo e os valores ocidentais.
Vamos aproveitar essa data tão relevante para
procurar resgatar o sonho de José Bonifácio e muitos outros, de construir, a
partir da Independência, a grande Nação do Continente Sul Americano, projeto
inacabado passado duzentos anos.
Considerando a situação atual do país, seus
progressos e suas carências, podemos constatar que houve avanços nesses dois
séculos, mas que ainda temos muito o que fazer para construir uma nação
desenvolvida e justa.
Os avanços foram muito limitados se compararmos as
conquistas nesse longo período com os sonhos da época e, principalmente, com o
enorme potencial do país, com seu imenso território, recursos naturais,
população numerosa e unidade nacional.
Cabe pesquisar as razões determinantes desse
desempenho relativamente modesto do país após a Independência, quando entremeou
períodos de expansão, de estagnação e até de recessão.
Seguramente, muitas foram as razões, mas uma que
parece bastante provável é o patrimonialismo e o corporativismo que se
mantiveram mesmo após o país se tornar independente, gerando forte intervenção
do estado na economia, burocracia e ineficiência e concentração da renda.
O Brasil, contudo, não está condenado a continuar
nessa situação medíocre, e pode superar a “armadilha da renda média”, definida
pelo Banco Mundial como os países que tiveram progressos até um limite e depois
ficaram relativamente estagnados, sem atingir o padrão das nações mais
desenvolvidas.
O grande desafio do Brasil é o de escapar dessa
“armadilha”, o que é difícil, mas não impossível.
Se a Independência foi sonho que se realizou,
também o desenvolvimento inclusivo e sustentável pode ser conseguido, se houver
unidade de objetivos, determinação e participação de todos.
Precisamos primeiro sonhar, isto é, traçar o
desenho do “BRASIL QUE QUEREMOS”, para podermos definir os caminhos que devemos
trilhar. Em grandes linhas o objetivo maior deve ser o de crescer com inclusão,
acabar com a miséria e a fome, resgatar a dívida social, ser protagonista no
cenário mundial e voltar ser a terra das oportunidades, para os brasileiros e
para os imigrantes.
A CACB, a FACESP e a ACSP vão elaborar propostas
para que esse sonho possa se transformar em realidade, a partir das exposições
feitas no Ciclo de Palestras com os candidatos à Presidência e a governador do
Estado.
Para realizar o sonho de todos, o Brasil precisa
crescer a taxas elevadas para compensar décadas de baixo desempenho. Para isso
é preciso aumentar fortemente a produtividade, e mobilizar toda a nação em
torno de um projeto articulado de desenvolvimento econômico e social.
Precisamos transformar o potencial representado
pelo território extenso, enormes reservas naturais e a grande população, em
recursos para alavancar o crescimento. Agropecuária, minerais e energia limpa,
em produtos de maior valor agregado, com o uso da pesquisa, tecnologia e
inovação, propiciado por educação, saúde e inclusão.
Simultaneamente, atacar a burocracia, atender aos
mais carentes e melhorar a distribuição da renda.
Como estamos em um período eleitoral, devemos
aproveitar para cobrar dos candidatos compromissos que permitam materializar o
sonho do Brasil que queremos. Não se trata de uma tarefa para uma pessoa, mas
para toda a nação e, por isso, não podemos nos preocupar apenas com a escolha
dos candidatos aos cargos executivos, presidente e governadores, mas
selecionarmos com critério os membros do Legislativo, que deverão ter a mesma
responsabilidade que o executivo na construção da nação.
Que as comemorações dos duzentos anos da
Independência, sonho do passado, sirvam para unir o país na busca do sonho do
futuro, de uma nação próspera, em que todos sejam independentes para realizar
seus objetivos pessoais, com igualdade de oportunidades e distribuição justa
dos frutos do progresso.
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