Dra. Lirane Suliano explica como é possível ter boas noites de sono sem medicamentos
Os
brasileiros não dormem bem e a pandemia agravou ainda mais esse quadro. É o que
revela um estudo da plataforma Global Sanofi Consumer Healthcare (CHC) e do
Instituto IPSOS, divulgado em fevereiro de 2022. Segundo o levantamento, 8 em
cada 10 entrevistados classificaram as noites de sono como regular ou ruim e
apenas 34% dos brasileiros que participaram da pesquisa buscaram tratamento
para o problema. Para a Dra. Lirane Suliano, uma das especialistas mais renomadas
em auriculoterapia neurofisiológica do Brasil, a técnica é um recurso
terapêutico eficiente no combate à insônia.
“Podemos
usar diversas técnicas de auriculoterapia para fazer as pessoas dormirem
melhor. E para isso, recorremos a tratamentos no pavilhão auricular, com laser,
sementes, agulhas e eletroestimulação. Para a insônia relacionada a maus
hábitos, o resultado costuma ser rápido e muitos pacientes já percebem os
resultados na primeira sessão. Contudo, é necessária uma mudança dos hábitos que
atrapalham o sono, criar uma rotina de horários e até se alimentar em horários
mais adequados. Já para a insônia crônica é necessário um acompanhamento
individualizado, mas em geral o paciente após 5 sessões já apresenta respostas
muito positivas no seu sono”, finaliza Lirane Suliano.
De
acordo com a especialista, o sono é importante porque à noite o organismo
libera hormônios essenciais para a reconstrução dos danos causados durante o
dia pelo estresse, má alimentação e esforço físico. A liberação da melatonina
no começo da noite nos permite relaxar e nos preparar para o sono mais profundo
e, na sequência, haver liberação de outras substâncias, como o hormônio do
crescimento, essencial para o ganho de massa muscular e redução da gordura
subcutânea.
“Muitas
pessoas não sabem, mas o sono de qualidade é um dos principais fatores de
equilíbrio do organismo, porque está diretamente relacionado com muitas das
respostas que o corpo terá no dia seguinte. Por exemplo, o sono reparador está
relacionado com a liberação de cortisol, que vai nos dar motivação na manhã
seguinte; ou pode afetar a liberação de leptina e grelina, hormônios
responsáveis pela sensação de saciedade e fome, fazendo com que passemos a
ingerir mais carboidratos; ou pode afetar a tireoide e interferir no
metabolismo, ou seja, noites ruins de sono afetam a nossa rotina e a nossa
saúde”, acrescenta a especialista.
Segundo
a Dra. Lirane Suliano, a auriculoterapia consiste na estimulação mecânica de
pontos específicos do pavilhão auricular que desencadeia a produção e liberação
de hormônicos que geram o equilíbrio do organismo, gerando relaxamento e
proporcionar um sono de qualidade com a grande vantagem de não utilizar
medicamentos.
Ela
alerta que “apenas em 2018 os brasileiros consumiram mais de 56 milhões de
caixas de benzodiazepínicos, medicamentos usualmente prescritos para quadros de
ansiedade e insônia, mas que causam efeitos colaterais como dependência e
aumentam o risco de morte, sendo essencial que o paciente possa ter acesso a
tratamentos naturais para casos como a insônia, por exemplo.”
Ela
ressalta que a terapia auricular é reconhecida pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) e está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, por
meio das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e existem
milhares de artigos científicos sobre o assunto.
Lirane Suliano - cirurgiã-dentista, mestre e doutoura pela UFPR. Especialista em Acupuntura e docente da pós-graduação nas áreas de Auriculoterapia, Eletroacupuntura e Laserpuntura, já ministrou aulas para mais de 5 mil alunos, desde 2010, quando iniciou como docente de acupuntura e auriculoterapia em universidades. Autora do livro “Atlas de Auriculoterapia de A a Z”, obra em sua 5ª Edição, é hoje referência no Brasil no ensino dessa técnica, sendo responsável pela criação da pós-graduação em Auriculoterapia Neurofisiológica em parceria com a Universidade Focus, com sede em Cascavel, no Paraná, e por cursos on-line, formando profissionais em todo o país.
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