Quase 90% dos
pacientes com asma grave têm rinite
Semana Mundial da Alergia – de 05 a 11 de junho - "A conexão asma e alergia - Respirando melhor"
De 05 a 11 de junho acontece a Semana Mundial da Alergia e este ano o tema escolhido pela Organização Mundial da Alergia (WAO) é "A conexão asma e alergia - Respirando melhor".
A
asma atinge cerca de 10% da população brasileira e os principais sintomas em decorrência
da inflamação dos brônquios são falta de ar, chiado no peito, tosse, sensação
de cansaço e opressão no peito - manifestação clínica normalmente acentuada
após esforço físico e até mesmo ao falar e rir.
Algumas
pessoas com asma podem ter maior susceptibilidade para infecções respiratórias
virais e bacterianas. Recentemente, observou-se que, em pacientes com asma, que
apresentam um processo inflamatório e um quadro não controlado da doença, a
COVID-19 e a gripe podem evoluir para quadros mais graves. Porém, vários
estudos mostram que paciente com asma não tem maior chance de contrair a
COVID-19.
A
relação asma x rinite – Estima-se que a rinite alérgica
ocorra em cerca de 75% dos pacientes com asma, já que
ambas constituem uma via aérea única. Quando respiramos, naturalmente o ar
entra pelo nariz e os alérgenos também, causando sensibilização alérgica e
fazendo com que haja uma hiper-reatividade no brônquio. Por isso, normalmente,
indivíduos que com rinite têm um risco maior de desenvolver asma sintomática do
que aqueles que não têm rinite.
Um
levantamento realizado pela Fundação PROAR identificou que quase 90%
dos pacientes com asma grave tinham rinite. “Por isso, é muito
importante o controle da rinite para se obter também o controle da asma”,
comenta o Dr. Adelmir de Souza Machado, membro do Departamento Científico de
Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
“Da
mesma forma, pessoas com rinite mais grave podem desenvolver a forma mais grave
de asma, de acordo com um estudo que desenvolvemos na Fundação PROAR. Pacientes com rinite também podem ter
polipose nasal e alergia a medicamentos como a aspirina. Tudo isso pode
desencadear ou exacerbar a asma”, explica Dr. Adelmir.
Sabia
que a rinite pode desencadear as crises de asma?
Mesmo aqueles com asma controlada, podem exacerbar. O resfriado comum, a
influenza (gripe), as rinites alérgicas as rinossinusites, sejam elas
inflamatórias ou infecciosas. Pacientes com polipose nasal desenvolvem asma
mais grave e com risco maior de exacerbação.
O
tratamento das duas doenças deve ser feito conjuntamente. Controle ambiental,
atividade física orientada por um profissional e alimentação saudável fazem
parte das recomendações médicas. “Anti-histamínicos e descongestionantes podem
trazer benefícios para o paciente com rinite, bem como corticosteroide em forma
de spray para o controle da inflamação e dos sintomas da rinite. Identificado o
alérgeno que desencadeia a rinite, é possível também fazer o tratamento com
imunoterapia”, explica o especialista da ASBAI.
Ele conta ainda que pessoas com rinite e polipose nasal podem ter indicação também de imunobiológicos, como o omalizumabe. “Já na asma de moderada à grave, os corticosteroides inalados são indicados. Na asma leve, o tratamento é com corticoides inalados. Para quem tem asma e rinite leves podem também se beneficiar com a vacina para alergia”, conta o alergista e imunologista.
Outras doenças alérgicas respiratórias, como a faringite alérgica e otite também podem ter relação com a asma. A aspergilose broncopulmonar alérgica, que é uma sensibilização ao fungo da família dos aspergilos, também pode ter relação com a asma.
“Doenças
alérgicas não respiratórias, como a dermatite atópica e a
conjuntivite podem estar associadas à asma alérgica em algum momento da vida.
Há pessoas que desenvolvem o que chamamos de Marcha Alérgica,
que é uma sequência de doenças alérgicas, respiratórias ou não, desde a
primeira infância até – mais ou menos – os 10 anos”, explica o membro do Deptº.
Científico de Asma da ASBAI.
A diferença de asma e asma alérgica -
A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pela presença de alguns
sintomas como falta de ar, tosse, chiado no peito, opressão torácica. Ela pode
ter origem alérgica, ou seja, dependente de um anticorpo chamado IgE, ou de
origem não alérgica. O que diferencia uma e outra é a sensibilização do
paciente a determinados antígenos ou substâncias que podem ser poeiras, polens,
alimentos, medicamentos. A detecção da asma alérgica é feita por meio de testes
cutâneos de leitura imediata ou de IgE específica dosada no sangue periférico
para um desses alérgenos.
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