Quando o tema é inflação, os impactos sempre serão avassaladores e prejudiciais para a economia como um todo, independentemente de quem tem dinheiro ou não, de quem pede emprestado e também das pessoas que investem.
É simples, quando pegamos dinheiro emprestado, pagamos juros e os impactos da inflação são ainda maiores, mas mesmo quando se aplica o dinheiro nas instituições financeiras, que por sua vez ficam devendo para os investidores, mas mesmo com os juros a inflação faz com que se perca dinheiro.
Assim, é preciso aprender a verdadeira ‘ciranda financeira’ que existe na vida das pessoas. O primeiro ponto a se ter em mente é que, sempre onde alguém ganha, outra pessoa está perdendo. Portanto, é preciso aprende e fortalecer o conhecimento sobre o comportamento financeiro, usando o dinheiro de forma inteligente e com educação financeira.
Mas, voltando à inflação, ela faz com que o dinheiro perca seu valor, e quando isso ocorre, todos perdem em um determinado ponto, já que se perde de forma contínua o poder de compra de produtos e serviços, o que chamamos de perda do poder aquisitivo.
Como o Brasil é um país consumista, as pessoas são provocadas de forma agressiva a comprar, até este ponto nada errado. O problema é que não existe paralelamente hábitos de guardar parte do dinheiro que se movimenta no dia a dia, e tão pouco de criar reserva financeiras.
Hoje a grande maioria das pessoas, ao serem perguntadas sobre como está a saúde financeira e como se manteria se perdesse sua renda mensal, responderia que a situação é complicada e que não conseguiriam se manter por mais de três meses. Comprovando uma fragilidade da sustentabilidade financeira das pessoas e famílias brasileiras.
Mas, qual a relação da inflação com isso? Tudo, trata-se de um processo que sempre esteve camuflado nas finanças familiares, mas que corrói o poder de compras e leva ao endividamento sem critério, com isso as pessoas ‘quebram’, ficam com os nomes negativos, ou sujos, como se diz comumente. É simples entender, porém, difícil de combater.
Assim, quanto mais o tempo passa, mais pobre nossa sociedade vai se tornando e vão acontecendo falsas soluções que combatem o efeito e não a causa desse problema, como é o caso da Lei do Superendividamento. O correto seria a implementação da educação financeira comportamental.
Mas, a grande questão é que as ações educacionais não são de curto prazo. Mas existem ações práticas que podem amenizar essa situação. É preciso entender que o governo não tem a solução de forma isolada, a população tem que fazer a contrapartida para combater o desequilíbrio financeiro. Para auxiliar você nessa empreitada, veja dez atitudes que podem ser tomadas:
- Primeiro passo é se motivar para mudar. Não
adianta reclamar e sim assumir um novo modelo mental para controlar as
finanças. É preciso tomar atitudes no que for necessário;
- Busque por um novo padrão de vida. Trata-se
de adequar o ganho atual aos gastos cotidianos. Não se pode fugir da
realidade, independente de conseguir novos ganhos;
- Encontre os excessos de gastos e
desperdícios e decrete uma ‘guerra’ contra esses pontos que podem somar
até 50% dos gastos. Não subestime essa informação, excessos existem e
estão em todos os lugares;
- Nas compras, trocar de marcas, quantidades e
volume, não se prender a embalagens bonitas. Tudo deve ser revisto, muitas
vezes a solução está em pequenas ações, que fazem as mudanças necessárias;
- Envolva a família, essa é uma atitude
imprescindível, no começo pode ser um problema convencê-los a entrar nesse
jogo, mas depois isso se tornará mais simples, é preciso reuniões e depois
colocar em prática o definido;
- Busque por novas rendas, muitas vezes o
caminho é buscar por novos ganhos, ousar, empreender. Muitas pessoas
possuem habilidades que podem colocar em prática para ganhos, mas não
fazem;
- Adote novos hábitos, como, por exemplo, usar
o transporte público, aplicativos, até mesmo bicicleta ao invés do carro
próprio. Muitas vezes ao rever esses hábitos terá outros tipos de
recompensa;
- Reveja também custos que terá durante o ano,
que podem ser cortados ou reduzidos. Exemplos são os relacionados a festas
de aniversário ou datas comemorativas;
- Crie uma reserva financeira estratégica,
essas servem para trazer a tranquilidade financeira. É como a caixa d´água
de nossa casa, sempre deverá estar cheia, caso contrário se poderá
enfrentar as consequências;
- Se preocupe com o dia que se trocará o ganho
ativo pelo ganho passivo, é preciso pensar em uma aposentadoria
sustentável. Infelizmente cada vez fica mais claro que o Governo não terá
condições de sustentar as aposentadorias de todos os brasileiros.
É importante ter em mente que a inflação sempre existirá, por isso é fundamental a capacitação para enfrentá-la. Não se pode ficar reféns dessa situação, da falta de conhecimento da educação comportamental financeira. É fundamental buscar conhecimento para criar uma sociedade saudável e sustentável financeiramente.
Reinaldo Domingos - está à frente do canal Dinheiro à Vista. É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira - ABEFIN e da DSOP Educação Financeira. Autor de mais de 100 obras sobre o tema, entre eles como o best-seller Terapia Financeira.
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