O roubo e furto de dispositivos, como celulares e
tablets, tem se intensificado no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, o número de
roubos de celular voltou ao patamar atingido antes do início da pandemia.
Segundo informações do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime (Depec),
em janeiro deste ano foram 21.025 boletins de ocorrência registrados. Já em
fevereiro, houve uma queda na somatória de roubos e furtos: 19.679 boletins.
Atualmente, a maioria das pessoas utiliza o
telefone celular para acessar redes sociais e aplicativos bancários com acesso
a saldo. Como resultado, a maioria das transações financeiras já são realizadas
nos smartphones, aproveitando os benefícios e a conveniência de uma experiência
fluída e da mobilidade.
Com a utilização do PIX, método de pagamentos
rápidos, os números de sequestros-relâmpago também aumentaram, onde os bandidos
rendem as vítimas e as obrigam a transferir o dinheiro pelo celular, via PIX,
para uma determinada conta. Com os inúmeros casos noticiados, o Banco Central criou
barreiras adicionais para transferências, como limite de valor para contas de
pessoa física e MEI em horários específicos, buscando diminuir eventuais
prejuízos desses crimes.
Atualmente, o método mais eficaz e sem atrito para
a prevenção deste tipo de fraude é a Biometria Comportamental, uma vez que, já
de posse do aparelho e das informações confidenciais do usuário, as
instituições financeiras precisam contar com algo que não pode ser roubado ou
copiado: o comportamento do usuário. Anomalias ou mudanças de padrões
comportamentais são detectadas em tempo real sem impactar a experiência do
usuário e sem ter conflito com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Essa análise é feita por meio de algoritmos de
Machine Learning, que compreende como uma pessoa normalmente interage com seu
dispositivo. As soluções de biometria comportamental coletam dados referentes a
velocidade de digitação, a direção que normalmente deslizam na tela do
smartphone ou como movimentam o mouse ou tocam no touchpad. Essas informações
são fundamentais para entender se a pessoa, que está manuseando um dispositivo
móvel no momento, é o usuário genuíno.
É fundamental adicionar camadas de proteção para
diferenciar os clientes dos criminosos. Assim como análise do dispositivo,
token e outros mecanismos foram implementados no passado, a biometria
comportamental traz mais de 2 mil novos parâmetros, tais como análise de idade,
automações, manuseio do dispositivo, distração e outras variáveis para
identificar riscos.
É preciso estar ciente destes riscos e não manter
anotações com senhas nos dispositivos, configurar o celular para não permitir a
desconexão da rede ou localização quando bloqueados e configurar a senha do
SIMcard.
Todas essas medidas combinadas e a adoção de novas
tecnologias, como a biometria comportamental, serão capazes de mitigar ou
reduzir o risco das fraudes ao mesmo tempo em que mantêm as facilidades do
mundo digital.
Cassiano Cavalcanti - diretor de pré-vendas da
BioCatch para América Latina
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