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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Dia Nacional da Surdez: os primeiros sinais no bebê

Na data que relembra a importância da prevenção, otorrino pediatra Celso Vidolin fala sobre os sinais da surdez na infância, seus diagnósticos e tratamentos


Teste do pezinho. Teste da linguinha. Teste do olhinho. Teste da orelhinha. Teste do quadril. Tipagem sanguínea. Vacinas. Quando um bebê nasce, há uma variedade de exames e procedimentos que são realizados no recém-nascido, alguns obrigatórios e de rotina, outros solicitados pela família. Isso acontece para que um possível diagnóstico precoce de alguma doença ou deficiência seja detectado o mais rápido possível.

Pensando nisso, no Dia Nacional da Surdez comemorado em 10 de novembro, o otorrino pediatra e membro da Doctoralia , Dr. Celso Vidolin , responde algumas perguntas sobre a surdez na infância. Confira!


O que pode levar à surdez em crianças? 

Sendo a principal causa entre os casosna infância, a surdez congênita acontece quando a criança desenvolve a deficiência ainda na barriga da mãe: "através do uso de medicamentos inadequados pela gestante durante a gravidez, doenças que causam a surdez adquirida, causa hereditária, infecções contagiosas como a rubéola e o uso de bebidas alcoólicas podem ocasionar má formação no ouvido", alerta o especialista.

Apesar de não ser tão comum quanto a surdez congênita, é possível que o bebê também venha a adquirir a deficiência auditiva após a exposição a sons altos, traumas, infecções sem o tratamento correto e até mesmo a curta duração do aleitamento materno, que encurtaria o efeito protetor do leite, podem causar diversos graus de surdez no recém-nascido.


Quais são os primeiros sinais? O que os pais podem fazer? 

Os pais devem estar atentos quando a criança não se assusta com barulho, ou se não acorda com sons altos. "Aos 3 - 4 meses o bebê já presta atenção nos sons; dos 6 aos 18 meses já é possível localizar a fonte sonora; aos 12 meses é iniciado a produção de algumas palavras e o entendimento de ordens simples; já aos 3 anos, a criança consegue produzir algumas frases que escuta", afirma Dr. Celso. Por isso, se ela não responde quando é chamada, não diz "mamãe" entre um ano ou dois anos, já pode ficar atento e marcar uma consulta com o otorrinolaringologista.


Diagnóstico 

O teste da orelhinha, feito nos primeiros dias de nascimento, é um teste simples e que não causa dor ou desconforto para o bebê. "O teste faz parte da triagem neonatal, separando as crianças em dois grupos, os que têm uma grande chance de ter a audição normal e aqueles que podem apresentar algum problema". O médico coloca um aparelho na orelha da criança que emite estímulo sonoro e mede o seu retorno através de uma pequena sonda que também é inserida na orelha, podendo então, verificar se existem alterações que devem ser tratadas.

Outro exame primordial para o diagnóstico da surdez é o "Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE)", que registra a atividade elétrica da orelha interna (sistema auditivo periférico) até o córtex cerebral (sistema auditivo central), em resposta à um estímulo sonoro. "A partir da análise e diagnóstico do pediatra especialista, os tratamentos podem variar", explica o otorrino pediatra.


Tratamento 

Os aparelhos auditivos são, inicialmente, a melhor escolha para os bebês, quando eles apresentam um pequeno grau de audição. O aparelho é colado na parte posterior da orelha e direciona o som para dentro do ouvido da criança, facilitando a audição e evitando atrasos na linguagem. Também utilizado em casos de surdez moderada, ou em casos em que a surdez é temporária e foi causada por uma infecção no ouvido, é comum o médico prescrever medicamentos, como antibióticos e anti-inflamatórios, e em casos mais persistentes, um tubo de ventilação.

Já o implante coclear, indicado para casos de surdez profunda, atua estimulando o nervo auditivo e, para que o seu resultado seja mais positivo, deve ser implantado quando a criança tem entre 1 e 2 anos. O trabalho de reabilitação com auxílio de um fonoaudiólogo também é fundamental para que o aprendizado da comunicação não seja atrasado em relação aos outros colegas de escola.

"Para o sucesso de qualquer que seja o tratamento, o diagnóstico rápido é essencial. Ele pode ser feito a partir dos 6 meses de vida e evita problemas no desenvolvimento neuropsicológico e na linguagem. Os pais deverão aceitar essa situação e condição da criança, com a ajuda de profissionais especializados para dar apoio e orientação necessária", finaliza o médico.

 

Doctoralia

 

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