Na
data que relembra a importância da prevenção, otorrino pediatra Celso Vidolin
fala sobre os sinais da surdez na infância, seus diagnósticos e tratamentos
Teste do pezinho.
Teste da linguinha. Teste do olhinho. Teste da orelhinha. Teste do quadril.
Tipagem sanguínea. Vacinas. Quando um bebê nasce, há uma variedade de exames e
procedimentos que são realizados no recém-nascido, alguns obrigatórios e de
rotina, outros solicitados pela família. Isso acontece para que um possível
diagnóstico precoce de alguma doença ou deficiência seja detectado o mais
rápido possível.
Pensando nisso, no Dia
Nacional da Surdez comemorado em 10 de novembro, o otorrino pediatra e membro
da Doctoralia , Dr. Celso Vidolin , responde algumas perguntas sobre a surdez na
infância. Confira!
O que pode levar à surdez em crianças?
Sendo a principal
causa entre os casosna infância, a surdez congênita acontece quando a criança
desenvolve a deficiência ainda na barriga da mãe: "através do uso de
medicamentos inadequados pela gestante durante a gravidez, doenças que causam a
surdez adquirida, causa hereditária, infecções contagiosas como a rubéola e o
uso de bebidas alcoólicas podem ocasionar má formação no ouvido", alerta o
especialista.
Apesar de não ser tão
comum quanto a surdez congênita, é possível que o bebê também venha a adquirir
a deficiência auditiva após a exposição a sons altos, traumas, infecções sem o
tratamento correto e até mesmo a curta duração do aleitamento materno, que
encurtaria o efeito protetor do leite, podem causar diversos graus de surdez no
recém-nascido.
Quais são os primeiros sinais? O que os pais podem fazer?
Os pais devem estar
atentos quando a criança não se assusta com barulho, ou se não acorda com sons
altos. "Aos 3 - 4 meses o bebê já presta atenção nos sons; dos 6 aos 18
meses já é possível localizar a fonte sonora; aos 12 meses é iniciado a
produção de algumas palavras e o entendimento de ordens simples; já aos 3 anos,
a criança consegue produzir algumas frases que escuta", afirma Dr. Celso.
Por isso, se ela não responde quando é chamada, não diz "mamãe" entre
um ano ou dois anos, já pode ficar atento e marcar uma consulta com o
otorrinolaringologista.
Diagnóstico
O teste da orelhinha,
feito nos primeiros dias de nascimento, é um teste simples e que não causa dor
ou desconforto para o bebê. "O teste faz parte da triagem neonatal,
separando as crianças em dois grupos, os que têm uma grande chance de ter a
audição normal e aqueles que podem apresentar algum problema". O médico
coloca um aparelho na orelha da criança que emite estímulo sonoro e mede o seu
retorno através de uma pequena sonda que também é inserida na orelha, podendo
então, verificar se existem alterações que devem ser tratadas.
Outro exame primordial
para o diagnóstico da surdez é o "Potenciais Evocados Auditivos de Tronco
Encefálico (PEATE)", que registra a atividade elétrica da orelha interna
(sistema auditivo periférico) até o córtex cerebral (sistema auditivo central),
em resposta à um estímulo sonoro. "A partir da análise e diagnóstico do
pediatra especialista, os tratamentos podem variar", explica o otorrino pediatra.
Tratamento
Os aparelhos auditivos
são, inicialmente, a melhor escolha para os bebês, quando eles apresentam um
pequeno grau de audição. O aparelho é colado na parte posterior da orelha e
direciona o som para dentro do ouvido da criança, facilitando a audição e
evitando atrasos na linguagem. Também utilizado em casos de surdez moderada, ou
em casos em que a surdez é temporária e foi causada por uma infecção no ouvido,
é comum o médico prescrever medicamentos, como antibióticos e
anti-inflamatórios, e em casos mais persistentes, um tubo de ventilação.
Já o implante coclear,
indicado para casos de surdez profunda, atua estimulando o nervo auditivo e,
para que o seu resultado seja mais positivo, deve ser implantado quando a
criança tem entre 1 e 2 anos. O trabalho de reabilitação com auxílio de um
fonoaudiólogo também é fundamental para que o aprendizado da comunicação não
seja atrasado em relação aos outros colegas de escola.
"Para o sucesso
de qualquer que seja o tratamento, o diagnóstico rápido é essencial. Ele pode
ser feito a partir dos 6 meses de vida e evita problemas no desenvolvimento
neuropsicológico e na linguagem. Os pais deverão aceitar essa situação e
condição da criança, com a ajuda de profissionais especializados para dar apoio
e orientação necessária", finaliza o médico.
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