Mamografia,
ultrassonografia e ressonância magnética são exames de imagem que geram
informações que se complementam no processo de detecção precoce da doença,
definição e acompanhamento do tratamento
É consenso a importância de realizar periodicamente exames que permitam detectar o câncer de mama em fase inicial, aumentando as chances de sucesso no tratamento. Mas qual a melhor alternativa para fazer o rastreamento: mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética?
A resposta depende do perfil de cada paciente. “Esses três exames de imagem adotam tecnologias diferentes e são complementares, permitindo identificar a doença desde o estágio de pré-câncer, aprofundar a análise e avaliar os tumores sob diferentes aspectos, esclarecendo diagnósticos incertos e fornecendo informações para orientar a estratégia de tratamento”, explica o médico Luiz Henrique Gebrim, mastologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Estudos mostram que o rastreamento reduz em 38% a mortalidade por câncer de mama em mulheres após os 50 anos e apontam que as chances de cura no tratamento de tumores iniciais chegam a 95%. Mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética são aliados fundamentais para o ponto de partida na luta contra esse câncer que é o mais incidente entre as mulheres: o diagnóstico precoce e preciso.
Para iniciar o rastreamento, o mastologista afirma que a mamografia é o exame escolhido pois utiliza a radiação (raio-X) em doses pequenas e seguras para gerar as imagens. “Ela permite identificar calcificações, alterações da arquitetura da mama e nódulos que podem sinalizar para a necessidade de uma investigação aprofundada, dependendo da característica de cada achado”, diz. “Além disso, mulheres com mamas densas (excesso de tecido fibroglandular) tem grande benefício com a associação da ultrassonografia para complementação do rastreamento, pois a imagem da mamografia isolada terá sensibilidade reduzida para detecção de achados nesses casos”.
Atualmente, já está bem difundida a mamografia digital, tecnologia em que a imagem captada por raio-X é digitalizada, permitindo um diagnóstico mais preciso pelo nível de detalhes apresentados. A evolução mais recente do exame é a tomossíntese mamária, chamada de mamografia 3D ou mamografia tridimensional, que traz imagens ainda melhores e mais precisas, com aumento das chances de detecção de lesões iniciais, diferencial particularmente importante em mamas densas e heterogêneas.
Ultrassonografia e ressonância magnética
Complementando a mamografia, a ultrassonografia usa uma tecnologia de emissão de ondas sonoras para formar as imagens, permitindo a diferenciação de lesões císticas (conteúdo líquido) e sólidas, bem como a avaliação precisa da forma e das margens de cada achado, gerando informações que podem sugerir a natureza benigna ou maligna de cada lesão.
“A ultrassonografia é bem eficiente na complementação do rastreamento de mulheres com mamas densas, característica comum até os 45/50 anos de idade. Também é recomendado como exame complementar para avaliação de alterações palpáveis encontradas no autoexame ou para investigar queixas referidas pelas pacientes como secreções, alterações na pele da mama ou no formato do mamilo, entre outras”, explica o mastologista da BP.
Já a ressonância magnética utiliza a emissão de ondas magnéticas para gerar imagens detalhadas. No exame, é injetado um contraste que acentua ou faz “brilhar” as áreas com células malignas. Assim, a presença dessas células pode ser detectada precocemente e com alta precisão.
"A ressonância magnética é bem indicada para o monitoramento de mulheres que apresentam alto risco para o desenvolvimento do câncer de mama como as portadoras de mutações genéticas associadas à doença ou que tenham mãe ou irmã com histórico de câncer de mama ou ovário”, diz o Dr. Gebrim. Nesses casos, o exame pode ser associado à mamografia ou à ultrassonografia, de acordo com a avaliação do médico. A ressonância magnética também é usada para identificar o estágio do tumor – dado importante para definir a estratégia de tratamento – e para monitorar a resposta da paciente à quimioterapia.
Quando detectada uma lesão suspeita por qualquer desses métodos, geralmente é realizada biópsia, que pode ser guiada por qualquer uma dessas tecnologias de imagem. Na biópsia é coletada uma amostra do tecido que será analisada em laboratório para avaliar a presença ou não de células cancerígenas. O resultado de 70% das lesões suspeitas é de benignidade. Dependendo da avaliação do médico, pequenas alterações podem apenas ser monitoradas semestralmente, evitando biópsias desnecessárias.
BP – Beneficência Portuguesa de
São Paulo
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