Na última semana, eu recebi um relatório muito importante, especialmente para as pessoas que buscam imigrar legalmente para os Estados Unidos. Nos últimos quatro anos ocorreram diversos tumultos causados pela imigração e solicitantes, um grande acúmulo de processos, tarefas e até mesmo a retirada de fundos que mantinham a embaixada funcionando de forma eficiente, com os salários dos colaboradores sendo pagos dentro do esperado. Devido a essas questões, muitas pessoas deixaram a USCIS.
O relatório informa que uma das decisões de Joe
Biden como presidente é colocar ordem nessa situação por meio da
flexibilização, mas algumas pessoas interpretam mal essa última palavra,
acreditando que não haverá qualquer critério para a imigração e que o governo
americano vai sustentar a estadia e obviamente não será dessa maneira.
Certamente, o país está em busca de pessoas que se
encaixam em determinado perfil, com qualificação profissional, renda própria,
investimentos e que possam levar coisas positivas, até mesmo porque
culturalmente não se trata de um país assistencialista e isso não acontece em
nenhum lugar do mundo. Todos os países que abrem espaço para imigrantes pensam
em pessoas com capacidade financeira, intelectual, empreendedores, então
normalmente é uma troca.
Apesar da campanha de Biden ter sido feita sobre o
tema, quando ele fala sobre a flexibilização da imigração, não se trata de deixar
qualquer pessoa viver nos Estados Unidos. O plano intitulado DHS, datado de 3
de maio, foi feito para restaurar a confiança no sistema de imigração legal do
país, listando dezenas de iniciativas para reabrir o país para ainda mais
pessoas.
A taxa de natalidade dos EUA está decrescendo em
25% e, caso essa força não seja restabelecida nos próximos 10 anos, a nação
pode ter sérios problemas na seguridade social, na arrecadação de pagamentos e
na ocupação de vagas de emprego. É por esse motivo que o país voltou a abrir as
portas para imigrantes e não porque os democratas são bonzinhos. Eles precisam
cobrir um rombo. Além disso, o plano do partido é manter o poder por ao menos
três mandatos com a regularização de indocumentados em até 8 anos, concessão de
green
cards após cinco anos, todos os fatores podem levar Biden à
reeleição.
Segundo a chefe de gabinete do USCIS, Felícia
Escobar Carillo, o órgão quer agir com abordagem ampla para abrir a fronteira
por vias legais àqueles que estiverem disponíveis, mas também para aqueles que
foram bloqueados durante a última administração. Portanto, a oportunidade é
válida apenas para aqueles que são capacitados e desejam entrar de forma legal,
e não quem deseja chegar ao país por outros meios.
Um artigo recente do New York Times informou que
caso o presidente consiga seguir este caminho, em breve será mais fácil imigrar
para o país. Isso não significa abrir as portas para todos, mas sim simplificar
a aplicação do visto, especialmente para aqueles que possuam qualificação profissional
ou técnica, refugiados, índios nativo-americanos nascidos no Canadá, vítimas de
tráfico humano, trabalhadores rurais, entre outros, mas no geral para pessoas
que se enquadrem para a mudança de forma legal e regulamentada. Segundo o mesmo
artigo, a administração Biden vem trilhando um caminho para uma definição
processual mais veloz.
Sempre digo que esse tema costuma impactar as
pessoas de forma intensa, seja no emocional, familiar ou financeiro, visto que
atualmente o procedimento para a legalização pode levar anos. De fato, seria
muito mais fácil, honesto e barato para as pessoas e para o próprio país se a
definição dos processos não levassem mais do que seis meses.
Vale ressaltar que a proposta também tem o intuito
de limitar os requerimentos de evidência, visto que em muitos casos são
enviados até três pedidos para os solicitantes em intervalos longos. Por fim, o
artigo relata a intenção de Biden de restaurar as oportunidades de trabalho
para estrangeiros, principalmente em vistos de qualificação profissional ou o
H1-B. Então, com certeza, se a medida for aprovada, trará muitos
benefícios para o sistema de imigração dos Estados Unidos e cobrir o rombo da
taxa de natalidade.
Daniel
Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito
Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da
LeeToledo PLLC Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br.
Toledo também possui um canal no YouTube com quase 110 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados
com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.
Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB São
Paulo e Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB Santos.
Toledo e Advogados Associados
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