Excesso de trabalho é realidade para muita gente em todo o mundo. As razões são diversas - e muitas vezes não estão ligadas simplesmente à necessidade de ter que trabalhar demasiadamente para sobreviver - nesse caso, políticas públicas de combate à pobreza e redistribuição de renda deveriam auxiliar o trabalhador - mas, há casos onde a pessoa escolher colocar o trabalho acima de todos os outros aspectos de sua vida.
Especialista em cargos
de alta gestão, Uranio Bonoldi, explica que "uma parcela considerável
daqueles que trabalham demais é composta pelos ‘workaholics’, pessoas viciadas
em trabalho que nunca tiram o emprego da cabeça. Esse hábito é extremamente
prejudicial, não só para a saúde mental, mas para a física também".
Esse profissional é
muito comum nos cargos de liderança onde, o número de casos de acidente
vascular cerebral (AVC) ou derrame e doença arterial coronariana, devido ao
ritmo intenso de trabalho e demandas que muitas vezes não respeitam o horário
comercial é frequente.
Uma pesquisa realizada
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) mostra que o trabalho em excesso causa cerca de 750 mil mortes
por ano. O estudo revelou também que essa é a principal causa de doenças
associadas às profissões, que vão desde estresse e hipertensão, até casos
extremos, com complicações cardíacas. Ao que tudo indica trabalhar em excesso
por longos períodos não faz bem!
Para Uranio Bonoldi, "é crucial
sabermos balancear as demandas do trabalho com horários de lazer e tempo com a
família ou amigos. Trabalhar sem limite pode ser até contraproducente e
aumentar a chance de burnout ou a síndrome de esgotamento profissional,
provocada pelo acúmulo de estresse e tensão por conta do trabalho e, entre os
sintomas estão a dificuldade de concentração, insônia, exaustão, pressão alta e
dores de cabeça".
A mesma pesquisa
indica que a quantidade de profissionais que trabalham exageradamente só está
aumentando. Por isso, é fundamental criar uma relação saudável com o trabalho,
respeitando os próprios limites. Abaixo, Uranio dá três dicas para serem
incorporadas no dia a dia para deixá-lo mais leve e produtivo:
• Faça uma pequena
lista dos afazeres do dia: "No começo da jornada de trabalho identifique
quais são suas prioridades (não mais que 5 itens), dessa forma você conseguirá
focar naquilo que precisa e, no final do expediente, avaliar o quanto produtivo
foi no dia".
• Foque em apenas uma
função de cada vez: "Temos o hábito de nos ocupar com diversas demandas
simultaneamente, no entanto isso pode prejudicar o rendimento do trabalho. É
interessante pegar uma tarefa e focar apenas nela até que seja finalizada ou,
nas etapas que dependem de entrega de outros colegas, aguardar que finalizem
suas partes para você prosseguir - os resultados costumam ser melhores".
• Pequenas pausas
durante o expediente: "Trabalhar incessantemente é problemático, o corpo
precisa de momentos de descompressão. É crucial que durante o dia você tire
intervalos para si, seja para simplesmente descansar, para o lazer ou família -
parece simples, mas esse processo ajuda muito o rendimento ao longo da
semana".
Uranio Bonoldi - consultor em planejamento estratégico e governança
corporativa, professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona
sobre "Poder e Tomada de Decisão", escritor e palestrante. Trabalhou
por mais de 30 anos em cargos de alta gestão, dentre os quais, CEO da Fundação
Butantan.
poder.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário