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terça-feira, 22 de junho de 2021

Muito trabalho pode se tornar o pior inimigo do funcionário

Excesso de trabalho é realidade para muita gente em todo o mundo. As razões são diversas - e muitas vezes não estão ligadas simplesmente à necessidade de ter que trabalhar demasiadamente para sobreviver - nesse caso, políticas públicas de combate à pobreza e redistribuição de renda deveriam auxiliar o trabalhador - mas, há casos onde a pessoa escolher colocar o trabalho acima de todos os outros aspectos de sua vida.

Especialista em cargos de alta gestão, Uranio Bonoldi, explica que "uma parcela considerável daqueles que trabalham demais é composta pelos ‘workaholics’, pessoas viciadas em trabalho que nunca tiram o emprego da cabeça. Esse hábito é extremamente prejudicial, não só para a saúde mental, mas para a física também".

Esse profissional é muito comum nos cargos de liderança onde, o número de casos de acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame e doença arterial coronariana, devido ao ritmo intenso de trabalho e demandas que muitas vezes não respeitam o horário comercial é frequente.

Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que o trabalho em excesso causa cerca de 750 mil mortes por ano. O estudo revelou também que essa é a principal causa de doenças associadas às profissões, que vão desde estresse e hipertensão, até casos extremos, com complicações cardíacas. Ao que tudo indica trabalhar em excesso por longos períodos não faz bem!

Para Uranio Bonoldi, "é crucial sabermos balancear as demandas do trabalho com horários de lazer e tempo com a família ou amigos. Trabalhar sem limite pode ser até contraproducente e aumentar a chance de burnout ou a síndrome de esgotamento profissional, provocada pelo acúmulo de estresse e tensão por conta do trabalho e, entre os sintomas estão a dificuldade de concentração, insônia, exaustão, pressão alta e dores de cabeça".

A mesma pesquisa indica que a quantidade de profissionais que trabalham exageradamente só está aumentando. Por isso, é fundamental criar uma relação saudável com o trabalho, respeitando os próprios limites. Abaixo, Uranio dá três dicas para serem incorporadas no dia a dia para deixá-lo mais leve e produtivo:

• Faça uma pequena lista dos afazeres do dia: "No começo da jornada de trabalho identifique quais são suas prioridades (não mais que 5 itens), dessa forma você conseguirá focar naquilo que precisa e, no final do expediente, avaliar o quanto produtivo foi no dia".

• Foque em apenas uma função de cada vez: "Temos o hábito de nos ocupar com diversas demandas simultaneamente, no entanto isso pode prejudicar o rendimento do trabalho. É interessante pegar uma tarefa e focar apenas nela até que seja finalizada ou, nas etapas que dependem de entrega de outros colegas, aguardar que finalizem suas partes para você prosseguir - os resultados costumam ser melhores".

• Pequenas pausas durante o expediente: "Trabalhar incessantemente é problemático, o corpo precisa de momentos de descompressão. É crucial que durante o dia você tire intervalos para si, seja para simplesmente descansar, para o lazer ou família - parece simples, mas esse processo ajuda muito o rendimento ao longo da semana".



Uranio Bonoldi - consultor em planejamento estratégico e governança corporativa, professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona sobre "Poder e Tomada de Decisão", escritor e palestrante. Trabalhou por mais de 30 anos em cargos de alta gestão, dentre os quais, CEO da Fundação Butantan.

www.influência

poder.com.br


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