Especialista em
direito digital dá dicas para não partir o coração e a conta bancária nos
aplicativos de paqueraShutterstock
Mais um Dia dos Namorados bate à porta junto com o isolamento social. Para os solteiros que querem acabar com a “carentena”, a paquera online acaba sendo uma saída para o período de pandemia.
Os aplicativos de relacionamento são a melhor companhia para mais de 11 milhões
de usuários do Tinder Brasil. Segundo o Match Goup, proprietário do Tinder,
apenas no último trimestre de 2020 o app somou mais de um milhão de novas
assinaturas pagas.
Mas nem sempre o match pode ser perfeito. Segundo Francisco Gomes Junior,
advogado especialista em direito digital, esse ambiente também é propício para
os golpistas, que participam dos apps de paquera para atrair vítimas mais
vulneráveis. “Infelizmente todo mundo está sujeito a golpes e no ambiente
virtual é importante redobrar a atenção. Por mais que tenha trocas de conversas
e experiências é preciso ter a consciência de que nem sempre a pessoa do outro
lado está falando a verdade”, explica.
De acordo com o especialista na maioria das vezes os criminosos agem de maneira
parecida. “Ao realizar contato com a vítima é natural começarem a ganhar a
confiança. Na maior parte das vezes desabafam sobre uma possível crise
financeira e aí que mora o perigo. Nessa hora a vítima já sensibilizada acaba
depositando dinheiro para o golpista que depois simplesmente desaparece, sem
dar satisfação”, alerta o advogado.
Outro golpe também conhecido e que tem feito várias vítimas pelo Brasil é o da
“sextorsão”, onde o golpista passa a convencer a vítima a enviar fotos íntimas
para depois chantageá-la.
Para não cair na roubada, partindo o coração e prejudicando a conta bancária o especialista
dá algumas dicas:
- Leia com atenção os termos de usos dos aplicativos, alguns realizam gravações e fazem monitoramento de conteúdo, deixando o usuário mais vulnerável.
- Ative sempre os dispositivos de bloqueio em duas etapas nos apps.
- Desconfie daquelas pessoas que fazem juras de amor logo nos primeiros
contatos insistindo para obter informações pessoais.
- Suspeite se a pessoa pedir dinheiro emprestado ou compartilhar alguma ação
relacionada a doação.
- Não aceite um encontro imediato, prefira passar mais tempo conversando antes
do encontro presencial para saber mais informações um do outro.
- Nunca envie fotos comprometedoras. Fotos também são dados pessoais e podem
ser expostas.
- Se achar que é o momento certo, marque o encontro em local público e faça uma
chamada de vídeo antes para confirmar se a pessoa é real.
Ao cair em algum golpe a vítima deve registrar um
boletim de ocorrência com todas as provas existentes. “Muitas pessoas que
sofrem golpes não tomam nenhuma providência e ficam no prejuízo, achando que
denunciar não dá resultados” finaliza o especialista.
Francisco
Gomes Júnior - formado pela PUC-SP, pós-graduado em Direito de
Telecomunicações pela UNB e Processo Civil pela GV Law – Fundação Getúlio
Vargas. Foi Presidente da Comissão de Ética Empresarial e da Comissão de
Direito Empresarial na OAB/SP.Instagram @ogf_advogados
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