O primeiro passo é ter uma conscientização das lideranças para que se possa ter um ambiente mais igualitário
O
Brasil é o nono país mais desigual do mundo, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e são vários os fatores que
implicam nessa posição, como baixa escolaridade, pouca ou nenhuma oportunidade
de emprego e a ausência de renda. A pandemia da Covid-19 que se espalhou pelo
mundo no início do ano passado aumentou ainda mais este problema, escancarando
a diferença entre os mais e menos favorecidos. Mas não se trata apenas de
políticas públicas, afinal é impossível mexer no mercado econômico sem afetar
diretamente as empresas, que são as responsáveis por estas mesmas gerações de
renda.
Portanto,
não é difícil perceber a importância das organizações para a diminuição da
desigualdade social. Antes de tudo, elas geram empregos, e estruturalmente
também podem, e devem, contribuir para o desenvolvimento do capital humano. A
boa notícia é que a cada ano elas enxergam mais essa percepção de poder e a
sociedade ganha com novos investimentos. Mas como a questão deve ser debatida
dentro das empresas?
“Algumas
iniciativas, como aquelas voltadas para a valorização da diversidade,
responsabilidade e ação social estão incluídas na esfera da sustentabilidade,
que na maioria das vezes é feita considerando apenas a sua dimensão ambiental.
É preciso ressignificá-la e trazer a conversa da dimensão social do conceito”,
afirma Pedro Nascimento, sócio e COO do Grupo Anga&Din4mo, holding de
serviços de implementação de cultura humanizada, capitalismo consciente e
inclusão social.
Para
um primeiro passo é necessário ter a conscientização dos líderes dessas
companhias sobre o problema, além de fazer a curadoria de conhecimentos e
ferramentas que os permitam gerar performance financeira e impactos
socioambientais positivos, sem precisar abrir mão de um ou de outro. Com
estruturas de gestão orientadas a esse equilíbrio, há um alcance de resultados
gerados a partir da cultura da empresa e da sua relação com partes interessadas
- como clientes, fornecedores e sociedade em geral - aumentando o engajamento e
a produtividade da sua própria equipe. A questão é ainda mais profunda quando
se olha para os jovens brasileiros.
Grande
parte do impacto dessa desigualdade afeta diretamente a formação dos
indivíduos, com estudos de péssima qualidade e a consequente falta de
capacitação profissional, o que é apenas uma das portas de entrada para o mundo
da criminalidade e da violência. “As organizações devem estimular o crescimento
e geração de jovens talentos, democratizando o acesso a oportunidades de
desenvolvimento e formação para eles, facilitando sua entrada e permanência no
mercado de trabalho por meio de programas de youth branding, ou seja programas
para fortalecer sua marca para o público jovem, e programas de educação e
seleção”, analisa Nascimento. Ele complementa ainda sobre os programas de
desenvolvimento e comunidades para públicos marginalizados de forma a promover
o impacto de carreira.
O
processo, ainda que de forma lenta, vem se transformando aos poucos no Brasil
com a criação e surgimento de startups de impacto positivo - que ganharam mais
visibilidade no mercado nos últimos anos e também oportunidades de novos
investimentos, além de empresas como o Grupo Anga&Din4mo, que são especialistas
em trazer essa mudança unindo mercado de trabalho, economia e sociedade.
“Precisamos ser catalisadores desse processo e incentivar que cada vez mais
grandes corporações participem ativamente dos modelos socioeconômicos mais
igualitários e sustentáveis”, finaliza.
Anga&Din4mo
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