Disfunção na
mandíbula provoca dor recorrente, mas é tratável por intermédio de um
cirurgião-dentista
Ao sentir dores frequentes de cabeça, ouvido ou na
região da face é comum procurar um médico para avaliar o estado de saúde e a
possível causa do problema. Porém, um quadro de dor crônica pode ser sinal de
algo mais sério que requer tratamento de um cirurgião-dentista especialista,
como acontece com a chamada Disfunção Temporomandibular (DTM).
A DTM é um transtorno que afeta a região da
Articulação Temporomandibular (ATM), uma das articulações mais complexas do
corpo humano, responsável por ligar a mandíbula ao crânio. A ATM comanda os
movimentos da mandíbula, dando-lhe mobilidade, o que possibilita a mastigação e
a fala. Existem diversas formas de manifestação da DTM e que podem atingir
tanto crianças, adolescentes ou adultos, tendo como seus principais sintomas:
- Dores
de cabeça;
- Dores
na face ao abrir e fechar a boca;
- Estalos
ao abrir a boca;
- Dores
no maxilar e na região do ouvido;
- Zumbidos
no ouvido;
- Cansaço
na face;
- Dificuldade
na mastigação e na fala.
Estima-se que cerca de 40% da população tenha algum
tipo de sinal de DTM e que até 10% dessas pessoas acabam precisando de
tratamento médico especializado, sendo mais prevalente em mulheres do que em
homens. O cirurgião-dentista João Paulo Tanganeli, integrante da Câmara Técnica
de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial do Conselho Regional de
Odontologia de São Paulo (CROSP), explica que a DTM pode ter causas
multifatoriais em sua origem.
“Tem a predisposição genética, os fatores hormonais
e os fatores comportamentais, ou seja, alguns hábitos que a gente chama de
‘parafuncionais’, como, por exemplo, roer unha, mascar chiclete ou ficar
mordendo lápis. Hábitos ou vícios que a gente faz com a mandíbula, mas que não
são necessários”, explica o cirurgião-dentista. Essas ações podem prejudicar a
condição de saúde da ATM, levando à DTM.
O especialista explica que quem sofre com a
Disfunção Temporomandibular, na maioria dos casos, possui dificuldades para
realizar hábitos simples, como se alimentar ou falar, o que prejudica seu dia a
dia e bem-estar. “Quando o paciente apresenta DTM, ele possui dificuldade para
comer, falar, trabalhar e se relacionar. A dor afeta bastante e pode ser bem
incapacitante, principalmente quando se torna crônica, ou seja, uma dor que vai
durar mais de três meses, por exemplo”.
O diagnóstico é clínico e pode ser complementado
através de exames de imagem, como a ressonância magnética, que podem dar
informações sobre a situação dos músculos, ossos e tecidos da região entre a
mandíbula e o crânio, além do exame termográfico para identificar pontos de
sensibilidade e reparação do local.
O tratamento é feito por um cirurgião-dentista
especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial e, na imensa
maioria dos casos, não há necessidade de intervenções cirúrgicas. Na maioria
das vezes, são indicadas terapias com uso de placas dentárias, sessões de
fisioterapia e de laser, massagens para os músculos da face, termoterapia e
exercícios para o relaxamento muscular, tendo bons resultados clínicos ao final
do tratamento.
Caso o paciente tenha esses sintomas, deve procurar
um cirurgião-dentista que fará a avaliação e diagnóstico. “Todos esses sintomas
complexos podem indicar quadros de DTM e você deve procurar um
cirurgião-dentista. Existem dezenas de tipos de DTM e é o especialista que vai,
de fato, fazer o diagnóstico e identificar de qual disfunção se trata. Os
tratamentos funcionam muito bem e temos um sucesso clínico bastante alto”,
completa o cirurgião-dentista.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP)
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