No Dia Internacional da doença,
especialistas esclarecem os sintomas mais comuns, além do tratamento para a
enfermidade
Neste sábado, 17 de abril, é lembrado o Dia Internacional da
Hemofilia, doença rara que atinge 12.983 pessoas no Brasil, segundo dados de
2020, do Ministério da Saúde. O país é a quarta maior população mundial de
pacientes com o problema, conforme a World Federation of Hemophilia (Federação
Mundial de Hemofilia, tradução livre).
A Hematologista da Oncoclínicas Brasília, Marina Aguiar, explica que há a
hemofilia tipo A (decorrente da falta do Fator VIII da coagulação e mais comum)
e tipo B (decorrente da falta do Fator IX da coagulação e mais rara)
cadastrados. "A hemofilia é um distúrbio hemorrágico hereditário que se
caracteriza por desordem no mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se
geralmente no sexo masculino", complementa.
Ela explica que a hemofilia A, representa cerca de 80% de todos os casos, e é
uma deficiência do fator de coagulação VIII, já a hemofilia B é uma deficiência
do fator de coagulação IX.
Sintomas
O principal sintoma, segundo a médica, é a hemorragia excessiva. "Ela pode
ocorrer em uma articulação ou músculo, dentro do abdômen ou da cabeça, ou
devido a cortes, procedimentos odontológicos ou cirurgia", pontua a
especialista, que também atua no Hospital Anchieta de Brasília. "Uma
criança com hemofilia sofre facilmente equimoses na pele", acrescenta.
Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em
geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares provocando: dor
forte e aumento da temperatura na articulação ou músculo e restrição de
movimento articular. Ela destaca que as articulações mais comprometidas
costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo. "Os episódios de sangramento
podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente sob a forma de equimoses
(manchas roxas), que se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e
a cair. Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias,
extração de dentes e traumas", relata.
Diagnóstico
Segundo a professora e hematologista do CEUB, Leda Maria Sales, o diagnóstico é
feito através das informações dadas pelo paciente ou acompanhante sobre
sangramentos articulares (hemartroses) ou musculares. Tais sangramentos podem
ser espontâneos ou provocados por traumas físicos. A confirmação do diagnóstico
é dada pela dosagem no sangue do fator VIII.
Tratamento
Já para o tratamento, a professora Leda Maria conta que é feito com a reposição
parenteral do fator deficiente. Quanto mais precoce for o início do tratamento,
menores serão as sequelas que deixarão os sangramentos.
Paciente com hemofilia A recebe a molécula do fator VIII, e com hemofilia B, a
molécula do fator IX. Os hemocentros distribuem gratuitamente essa medicação
que é fornecida pelo Ministério da Saúde.
"Em caso de hemartrose ou sangramento muscular, além da reposição do fator
deficiente, fazer aplicação de gelo no local no mínimo, três vezes por dia, por
15 ou 20 minutos, até que a hemorragia estanque", afirma Marina Aguiar.
Ela conclui: "vencida a fase aguda, o portador de hemofilia deve ser
encaminhado para fisioterapia a fim de reforçar a musculatura e promover
estabilidade articular"
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