Na infância, na vida escolar ou familiar, as mulheres são estimuladas a desenvolver características relacionadas à comunicação e flexibilidade. E essas aptidões acabam se tornando um diferencial no âmbito profissional. Uma pesquisa da Harvard Business Review revelou que mulheres que possuem cargos de liderança demonstraram mais eficiência que os homens durante as crises. Esse estudo, elaborado por Jack Zenger e Joseph Folkman, avaliou 454 homens e 366 mulheres entre março e junho do ano passado. As mulheres foram classificadas superiores em treze das dezenove competências gerais de liderança. A partir das respostas dos entrevistados, o público feminino se sobressaiu, principalmente por conta do uso de habilidades interpessoais – as chamadas soft skills -, como colaboração, resiliência, trabalho em equipe e motivação.
O estudo também mostrou que, no período de
adaptação por conta da Covid-19, as mulheres expressaram maior conscientização
e preocupação sobre os medos e inseguranças dos colaboradores e passaram mais
confiança em planos e estratégias. Isso mostra que nós temos maior capacidade
de lidar com adversidades, criatividade e, além disso, somos colaborativas e
trabalhamos muito melhor por meio de cooperação que em competitividade.
Historicamente, os homens eram maioria nos bancos
das universidades. Hoje, já é possível ver mais mulheres tanto em cursos de
graduação, quanto em especializações. Ou seja, nós estamos estudando mais e
logo estaremos ocupando os maiores cargos. É questão de tempo. A mulher não
conquista a liderança pelo poder, nem pelo status, mas pelo exemplo. Ela mostra
o caminho e faz todos em volta crescerem com ela. Com isso, conquistar a
admiração é uma consequência, e não um objetivo.
Segundo dados da Organização Internacional do
Trabalho, empresas que monitoram o impacto da diversidade de gênero na
liderança reportaram um crescimento de até 20% nos lucros. Um dos grandes
fatores para esse crescimento é o fato de as mulheres terem uma visão mais
técnica ao enxergar o panorama geral da empresa. Essa visão do todo,
multiplicidade de funções e capacidade de organização de diversas tarefas ao
mesmo tempo é algo que vem do múltiplo papel assumido pela figura feminina ao
longo da história de profissional, mãe e dona de casa.
Mulheres nos cargos de liderança das empresas têm
sido cada vez mais uma tendência na sociedade. Atualmente, é comum ouvir falar
que as organizações contratam pelo currículo e demitem pelo comportamento. Ou
seja, essa forma da mulher ver o mundo é um fator decisivo na empregabilidade.
Desenvolver as chamadas soft skills é fundamental, homens e
mulheres podem fazê-lo, mas temos como vantagem o fato de que algumas dessas
habilidades nos são natas. O que pode nos colocar em vantagem em momentos de
crise ou em qualquer outro contexto. Basta continuarmos liderando e servindo de
exemplo para outras mulheres e também para os homens.
Michaela Vicare -
diretora de Gente & Gestão (RH) na Tecnobank.
Nenhum comentário:
Postar um comentário