Diante de um cenário tão preocupante, que afeta o mundo todo, mas
agora principalmente o Brasil, olhar para si pode ser um grande desafio
Há poucos dias atrás,
completou-se um ano desde que a pandemia explodiu no mundo. Quando tudo
começou, acreditava-se que a esta altura já estaríamos vivendo “normalmente”. Porém,
a realidade no Brasil é outra, os casos aumentaram muito e já são mais de 300
mil mortos por COVID-19 no país. Além da crise econômica, sanitária e
financeira que a pandemia trouxe, outra onda acontece na pandemia, o aumento de
hábitos prejudiciais, como fumar, consumo de bebidas alcoólicas, alimentação
ruim e falta de atividade física.
Guilherme Pintto, escritor
best-seller com “Seja o Amor da Sua Vida” e “O Óbvio Também Precisa Ser Dito”,
é conhecido também na internet pelo seu trabalho sobre a importância do amor
próprio, por isso hoje dará dicas de como se cuidar, se olhar com cuidado,
durante este período tão difícil que a sociedade enfrenta.
Antes, é necessário reforçar
que estes são cuidados complementares, mas seguir com as orientações da Organização
Mundial da Saúde (OMS) é fundamental. Máscaras, álcool em gel e distanciamento
social além de serem formas de se proteger, também protege as outras pessoas.
“Já temos muito um discurso que é importante desenvolver amor-próprio, ser o amor da própria vida... Mas como fazemos isso? Como olhar para si mesmo sem parecer egoísmo? É possível encontrar conforto em meio ao caos? Autocompaixão não é mágica, é consciência. É processo." afirma Guilherme.
1.
"A consciência é o abdômen a ser fortalecido
para sustentar a postura da autocompaixão”.
Gerei essa frase fazendo RPG
quando descobri que o meu abdômen é um dos responsáveis pela melhora da minha
postura. Pessoas com histórias traumáticas tendem a carregar resquícios do
trauma no corpo físico, segundo O corpo guarda as marcas, do Bessel Van Der
Kolk. Fiquei extremamente rígido (e talvez ainda seja). Meu corpo acabou se
fechando tanto para o mundo devido a minha narrativa, que as únicas visões que
tive durante muito tempo foram a do chão e a distância de qualquer tentativa de
afeto.
Por isso que a consciência é
importante. Apenas saber que precisava ser o amor da minha vida era quase como
uma afronta. Eu sabia! Meu corpo implorava, mas por quê? Como? Ser mais amoroso
comigo mesmo não ia me deixar menos protegido? E a autocrítica que estou
acostumado? Ela é difícil, sim. Machuca, mas me motiva, ainda que por um
período curto... Parem de dizer SEJA e me digam COMO, por favor? Obrigado. De
nada.
Com o tempo passei a
perceber que desenvolver o hábito de me acolher e ser mais gentil comigo mesmo
levaria tempo e se tornaria um processo longo e contínuo, adaptando-se
constantemente conforme vamos amadurecendo e gerando novas perspectivas. Ou
seja, antes de começar a criar uma relação de afeto com a galerinha que mora
dentro da gente, acredito que o primeiro passo seja entender os porquês que nos
darão base para continuarmos alimentando movimentos que são 100% saudáveis e
benéficos a nós mesmos e, de quebra, aos outros também.
2.
Autoestima ou autocompaixão?
Então, na literatura
científica é muito mais comum e presente a palavra autoestima. E, ainda que de
longe elas pareçam sinônimos, estas coabitam no mesmo espaço, porém possuem
significados diferentes. Olha só!
Segundo Kristin Neff,
referência no mundo sobre estudos de autocompaixão, “...autoestima, embora seja
benéfico nos sentirmos bem com nós mesmos, a necessidade de ser "especial
e acima da média" acabava levando a narcisismo, a comparações constantes
com os outros, a raiva como defesa do ego, a preconceito, etc. A outra
limitação da autoestima é que ela tende a ser contingente está ali à nossa
disposição em momentos de sucesso, mas com frequência nos abandona em momentos
de fracasso, justamente quando mais precisamos dela! Percebi que a
autocompaixão era a alternativa perfeita à autoestima, porque oferecia um senso
de autovalorização que não exigia ser perfeito ou melhor do que os outros.”
Dentro da minha leitura, a autoestima se sustenta pela avaliação do externo,
fortalecida na performance social. Ou seja, o limite de ter ou não autoestima
está em não deixar de cumprir as expectativas de quem é importante para você.
Caso contrário, não sendo mais “além do esperado”, seu valor começa a ser
questionado. Diferente da autocompaixão, que muito mais do que existir, é uma
ação, um movimento de acolhimento e cura, acolhendo em você em sua integridade,
oferecendo tanto um abraço e uma voz compassiva, lembrando o quanto é humano,
como ações para aos poucos irmos transformando o cenário.
3.
Construa o amor aos poucos…
É por isso que eu amo a
autocompaixão, porque ela nos aceita imperfeitos, humanos, como realmente
somos, sabe? Tem um exercício no último livro que é o do papel quando você se
propõe a ter um date com você mesmo. Acho super importante desenharmos nossas
qualidades, nossas limitações, porque, ao observarmos, vamos aos poucos
percebendo que somos tudo isso e mais um pouco. E está tudo bem.
Guilherme Pinto - escritor
best-seller com os livros “Seja o Amor da Sua Vida” e “O Óbvio Também Precisa
Ser Dito”, também é autor da obra “Como Me Tornei O Amor da Minha Vida”. Antes
de escrever, em 2014, fundou seu canal no Youtube - atualmente com mais de 795
mil inscritos - para superar seus traumas e propagar o amor na internet. É
comunicador social, graduando em psicologia pela PUC MG.
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