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quinta-feira, 8 de abril de 2021

3 dicas para o autocuidado na pandemia

Diante de um cenário tão preocupante, que afeta o mundo todo, mas agora principalmente o Brasil, olhar para si pode ser um grande desafio


Há poucos dias atrás, completou-se um ano desde que a pandemia explodiu no mundo. Quando tudo começou, acreditava-se que a esta altura já estaríamos vivendo “normalmente”. Porém, a realidade no Brasil é outra, os casos aumentaram muito e já são mais de 300 mil mortos por COVID-19 no país. Além da crise econômica, sanitária e financeira que a pandemia trouxe, outra onda acontece na pandemia, o aumento de hábitos prejudiciais, como fumar, consumo de bebidas alcoólicas, alimentação ruim e falta de atividade física.

Guilherme Pintto, escritor best-seller com “Seja o Amor da Sua Vida” e “O Óbvio Também Precisa Ser Dito”, é conhecido também na internet pelo seu trabalho sobre a importância do amor próprio, por isso hoje dará dicas de como se cuidar, se olhar com cuidado, durante este período tão difícil que a sociedade enfrenta.

Antes, é necessário reforçar que estes são cuidados complementares, mas seguir com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) é fundamental. Máscaras, álcool em gel e distanciamento social além de serem formas de se proteger, também protege as outras pessoas.

“Já temos muito um discurso que é importante desenvolver amor-próprio, ser o amor da própria vida... Mas como fazemos isso? Como olhar para si mesmo sem parecer egoísmo? É possível encontrar conforto em meio ao caos? Autocompaixão não é mágica, é consciência. É processo." afirma Guilherme.


1.   "A consciência é o abdômen a ser fortalecido para sustentar a postura da autocompaixão”.

Gerei essa frase fazendo RPG quando descobri que o meu abdômen é um dos responsáveis pela melhora da minha postura. Pessoas com histórias traumáticas tendem a carregar resquícios do trauma no corpo físico, segundo O corpo guarda as marcas, do Bessel Van Der Kolk. Fiquei extremamente rígido (e talvez ainda seja). Meu corpo acabou se fechando tanto para o mundo devido a minha narrativa, que as únicas visões que tive durante muito tempo foram a do chão e a distância de qualquer tentativa de afeto.

Por isso que a consciência é importante. Apenas saber que precisava ser o amor da minha vida era quase como uma afronta. Eu sabia! Meu corpo implorava, mas por quê? Como? Ser mais amoroso comigo mesmo não ia me deixar menos protegido? E a autocrítica que estou acostumado? Ela é difícil, sim. Machuca, mas me motiva, ainda que por um período curto... Parem de dizer SEJA e me digam COMO, por favor? Obrigado. De nada.

Com o tempo passei a perceber que desenvolver o hábito de me acolher e ser mais gentil comigo mesmo levaria tempo e se tornaria um processo longo e contínuo, adaptando-se constantemente conforme vamos amadurecendo e gerando novas perspectivas. Ou seja, antes de começar a criar uma relação de afeto com a galerinha que mora dentro da gente, acredito que o primeiro passo seja entender os porquês que nos darão base para continuarmos alimentando movimentos que são 100% saudáveis e benéficos a nós mesmos e, de quebra, aos outros também.


2.   Autoestima ou autocompaixão?

Então, na literatura científica é muito mais comum e presente a palavra autoestima. E, ainda que de longe elas pareçam sinônimos, estas coabitam no mesmo espaço, porém possuem significados diferentes. Olha só!

Segundo Kristin Neff, referência no mundo sobre estudos de autocompaixão, “...autoestima, embora seja benéfico nos sentirmos bem com nós mesmos, a necessidade de ser "especial e acima da média" acabava levando a narcisismo, a comparações constantes com os outros, a raiva como defesa do ego, a preconceito, etc. A outra limitação da autoestima é que ela tende a ser contingente está ali à nossa disposição em momentos de sucesso, mas com frequência nos abandona em momentos de fracasso, justamente quando mais precisamos dela! Percebi que a autocompaixão era a alternativa perfeita à autoestima, porque oferecia um senso de autovalorização que não exigia ser perfeito ou melhor do que os outros.” Dentro da minha leitura, a autoestima se sustenta pela avaliação do externo, fortalecida na performance social. Ou seja, o limite de ter ou não autoestima está em não deixar de cumprir as expectativas de quem é importante para você. Caso contrário, não sendo mais “além do esperado”, seu valor começa a ser questionado. Diferente da autocompaixão, que muito mais do que existir, é uma ação, um movimento de acolhimento e cura, acolhendo em você em sua integridade, oferecendo tanto um abraço e uma voz compassiva, lembrando o quanto é humano, como ações para aos poucos irmos transformando o cenário.


3.   Construa o amor aos poucos…

É por isso que eu amo a autocompaixão, porque ela nos aceita imperfeitos, humanos, como realmente somos, sabe? Tem um exercício no último livro que é o do papel quando você se propõe a ter um date com você mesmo. Acho super importante desenharmos nossas qualidades, nossas limitações, porque, ao observarmos, vamos aos poucos percebendo que somos tudo isso e mais um pouco. E está tudo bem.

 


Guilherme Pinto - escritor best-seller com os livros “Seja o Amor da Sua Vida” e “O Óbvio Também Precisa Ser Dito”, também é autor da obra “Como Me Tornei O Amor da Minha Vida”. Antes de escrever, em 2014, fundou seu canal no Youtube - atualmente com mais de 795 mil inscritos - para superar seus traumas e propagar o amor na internet. É comunicador social, graduando em psicologia pela PUC MG.


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