Com o aumento dos casos de Covid-19, é preciso que pacientes e cuidadores fiquem atentos ao tratamento para evitar crises exacerbadas da doença
A média brasileira em
casos de mortes pelo vírus COVID-19, que estava em queda desde outubro,
cresceu. No último mês de fevereiro o Brasil registrou a maior média de casos
de COVID-19 desde março de 2020, ultrapassando infelizmente mais de 2.000
óbitos diários. Entre os tipos de pacientes que são infectados pelo Covid-19,
grande parte já possui doenças pré-existentes como as respiratórias crônicas,
destacando-se a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica ("DPOC") e a asma
como as mais prevalentes.
A asma atinge mais de
20 milhões de pessoas no Brasil[i] e é usualmente caracterizada pela inflamação
crônica das vias aéreas, sendo responsável por 7 óbitos por dia no país.
Permanece como uma das maiores causas de falta de ar e chiado no peito em
crianças, adolescentes e adultos[ii]. Seus sintomas podem causar sérios
impactos na vida do paciente, como insônia, fadiga, diminuição do nível de
atividade e faltas na escola e no trabalho [iii iv ]. Ainda que não tenha cura,
a asma, adequadamente tratada, pode ser controlada, permitindo a diminuição de
riscos e, desta forma, a restauração da qualidade de vida.
Porém, durante a
pandemia de COVID-19, alguns pacientes não conseguiram manter seus tratamentos
por medo de sair de casa ou do possível contágio. A interrupção do tratamento
sem dúvida pode levar o paciente a confundir crises exacerbadas de asma com
sintomas de contaminação por Covid-19. Daí a importância de abordar amplamente
este assunto, conscientizar a população sobre a importância de manter o
tratamento e até em aumentar o acesso a medicamentos que tratem da condição,
visto que o diagnóstico precoce e tratamento adequado reduzem taxas de
exacerbação (crises respiratórias), internação hospitalar e a mortalidade[v].
O médico Pneumologista
Dr. José Roberto Megda Filho lista 8 dicas práticas que pacientes com doenças
respiratórias crônicas, como asma e DPOC, podem seguir para reduzir a
frequência das crises e manter a qualidade de vida, mesmo durante a pandemia.
• Seguir regularmente
o tratamento prescrito;
• Vacinar-se contra a
COVID-19 (pacientes asmáticos graves foram incluídos como prioridade), contra a
gripe (influenza) anualmente e contra a pneumonia de acordo com as diretrizes e
o Plano nacional de Imunização (PNI) em vigor [vi];
• Realizar atividades
físicas regularmente, seguindo o plano de orientação médica;
• No caso do adulto,
caso seja fumante, procurar ajuda do seu (sua) médico de confiança ou de um (a)
pneumologista para cessar o hábito tabagista.
• Seguir uma dieta com
baixo teor de carboidratos se estiver com sobrepeso ou obeso, conforme
orientação de um(a) nutricionista;
• Discutir com seu
médico um plano de ação a ser seguido, caso haja uma piora dos sintomas.
• Procurar um serviço
de saúde se não apresentar melhora seguindo o plano de ação proposto no item 6,
se estiver com aumento significativo da falta de ar.
• Caso seja necessário
ir até um hospital ou a consultas médicas, fazer uso de máscara facial de três
camadas de tecido cobrindo completamente o nariz e a boca, evitar aglomerações,
manter o distanciamento social e procurar sempre lavar as mãos ou usar o álcool
gel frequentemente.
Boehringer Ingelheim
http://www.boehringer-ingelheim.com.br e http://www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil
i-DATASUS, banco de dados do Sistema Único de Saúde,
Ministério da Saúde, do Brasil, 2013.
ii-Goulart FAA. Doenças Crônicas Não Transmissíveis: estratégias de controle e
desafios e para os Sistemas de Saúde [Internet]. Brasília: Organização Mundial
da Saúde; 2011. [citado 2014 nov 14]. Disponível em: http://apsredes.
org/site2012/wp-content/uploads/2012/06/ Condicoes-Cronicas_flavio1.pdf
iii-Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Doenças respiratórias crônicas [Internet]. Brasília: Ministério
da Saúde; 2010. (Série A. Normas e Manuais Técnicos); (Cadernos de Atenção
Básica, 25). [citado 2014 nov 14]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_respiratorias_cronicas.pdf
iv-Gazzotti, Mariana Rodrigues, Oliver A. Nascimento et al. "Nível de
controle da asma e seu impacto nas atividades de vida diária em asmáticos no
Brasil." Jornal Brasileiro de Pneumologia 39.5 (2013): 532-538.
v-Pizzichini MMM, Carvalho-Pinto RM, Cançado JED, Rubin AS, Cerci Neto A, et
al. 2020 Brazilian Thoracic Association recommendations for the management of
asthma. J Bras Pneumol. 2020 Mar 2;46(1):e20190307.
vi-Nota técnica Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), da
Associação Médica Brasileira (AMB) e da Associação Brasileira de Alergia e
Imunologia (ASBAI) com orientações sobre asma e COVID-19. Disponível em: http://sbpt.org.br/portal/wpcontent/uploads/2021/02/As ma-COVID-19_PNEUMOSBAI-AMB_11FEV21-1.pdf Acessado em 22 de
fevereiro de 2021.
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