É uma vergonha que, logo no dia seguinte ao resultado das eleições municipais, o governo João Doria anuncie a regressão de todo o estado de São Paulo à fase amarela do chamado plano de flexibilização econômica. Por que o anúncio só foi feito depois do dia 29? Antes, ninguém sabia que a medida já seria necessária?
É
nítido que a falta de transparência imperou na decisão
de Doria. Basta lembrar que, dezenove dias atrás, a imprensa noticiou e o
governador publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que não aumentaria
as restrições da quarentena, logo depois das eleições.
No
dia seguinte à eleição de Bruno Covas, o governo anunciou o endurecimento
de algumas medidas.
Não
estou aqui questionando a veracidade do aumento da curva de casos, que é
evidente, mas a maneira mentirosa
com que Doria lidou com a situação, enganando
a população e, principalmente, quem precisa trabalhar para
sobreviver à gigantesca crise econômica que assola os micro e pequenos
empresários, trabalhadores autônomos, gente que não pode se dar ao luxo de
ficar em casa ou evitar entrar num transporte público lotado, correndo o risco
de, a qualquer momento, tornar-se mais uma vítima dessa doença que tanto faz o
nosso povo sofrer.
Se
estivesse, de fato, preocupado
somente em proteger a população, a regressão à
fase amarela teria vindo antes,
mesmo que tal decisão afetasse negativamente o governo e todos os seus aliados.
Mas o que vimos foi o próprio governador promovendo
aglomerações em situações em que pessoalmente prestou
apoio durante a campanha eleitoral e inclusive na reunião que comemorou a
vitória de Covas. Aliás, havia tanta gente nessa comemoração que uma famosa
emissora de televisão informou no ar que as suas equipes que participaram desse
evento foram afastadas preventivamente por catorze dias para evitar qualquer
risco aos colegas de redação.
Presenciamos, portanto, a síntese de um governo que falta com a verdade e que, por isso, não merece a confiança da população que vive no estado de São Paulo.
Deputado estadual Tenente Coimbra
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