No Dia do Hemofílico no Brasil, cirurgião-dentista defende escovação, uso de fio dental e cuidados de rotina normais para quem tem hemofilia
Pessoas
com hemofilia devem tratar da saúde bucal normalmente. Esse é o recado da
Odontologia para o 4 de janeiro, o Dia do Hemofílico no Brasil. E o alerta é
importante, uma vez que o país possui a 4ª maior população mundial com a
doença, segundo dados da Federação Mundial de Hemofilia (World Federation of
Hemophilia). São cerca de 13 mil pacientes em território brasileiro.
A
hemofilia é uma condição que implica em problemas de coagulação, ou seja,
pacientes hemofílicos são mais propensos a sangramentos. Mas, a doença não leva
a nenhuma alteração bucal. “Quem tem hemofilia deve escovar os dentes e fazer o
uso do fio dental rotineiramente, como qualquer outro paciente. Quanto melhor a
saúde da boca, menor o risco de sangramento”, explica o Dr. Luiz Alberto
Valente Soares Junior, membro da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes
com Necessidades Especiais do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP). “No hospital, fazemos retornos semestrais para crianças e anuais para
adultos para o controle da saúde bucal”, completa o cirurgião-dentista que
também atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo.
Apesar
de não ter cura, a hemofilia é tratável. São dois tipos: A e B, que podem
manifestar-se de forma grave, moderada e leve. Tirando a condição leve, que
pode demorar para ser percebida, os outros dois graus da doença costumam dar
sinais logo no nascimento ou na infância. “Por isso, é improvável descobrir ser
hemofílico na ida ao consultório. Em todo caso, é obrigação do
cirurgião-dentista questionar e conhecer o paciente antes de qualquer
tratamento”, afirma.
A
entrevista do paciente, chamada de anamnese, ditará os cuidados necessários,
voltando a atenção do profissional para quaisquer procedimentos que possam
causar sangramentos. Já as cirurgias só devem ser realizadas por
cirurgião-dentista habilitado com expertise em coagulopatias. “No estado de São
Paulo, geralmente, esse atendimento é feito nos centros de referência, sejam
hemocentros, hospitais ou faculdades”, aponta. Afinal, são esses locais que
oferecem o tratamento e a prevenção de complicações aos pacientes hemofílicos
através da rede de 32 hemocentros em todas as regiões do Brasil.
A
saúde bucal do hemofílico é tão importante quanto a de qualquer outro paciente
e com o acompanhamento correto não oferece riscos à vida ou à integridade
física.
Conselho
Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário