O
plano de retorno da educação escolar promete mudar a rotina de crianças,
adolescentes e pais; psicóloga do Hospital do GRAACC dá dicas de como se
preparar para este momento
Com a retomada escolar
prevista para setembro, ainda que de maneira faseada, a mudança certamente
alterará a rotina de muitos que já se habituaram a compartilhar momentos de
estudo, trabalho e lazer em família. Desde crianças, jovens, adolescentes e
adultos, todos serão impactados de alguma forma e é importante observar o
comportamento de cada indivíduo para dar apoio, caso seja necessário.
Para a psicóloga do
Hospital do GRAACC, Renata Petrilli, o sentimento gerado pelo novo momento não
pode ser generalizado. "Sabemos que cada um passou por essa etapa de uma
forma diferente, mas acredito que, principalmente entre adolescentes que querem
muito estar com sua turma de amigos, o reencontro pode ser positivo. Além
disso, é um período importante que marca a volta de cada um para o seu espaço,
seja qual for", afirma.
No entanto, existem
outros lados a serem observados. Há quem ainda não se sinta seguro em enviar
seus filhos de volta à escola. Há também a turma de trabalhadores que manterá a
rotina de home office, estabelecida pelas empresas empregadoras, por tempo
indeterminado, já que os números de mortes pela Covid-19 ainda são considerados
alarmantes.
Além disso, a
psicóloga afirma que o modo como cada um atravessou a pandemia, somado às
experiências e traumas com a doença, podem influenciar no bem-estar. "Uma
pessoa que vivenciou a doença de perto ou teve casos com parentes próximos pode
ter dificuldades para deixar o isolamento. Assim, é importante avaliar
individualmente cada caso para ver se há a necessidade de indicar terapia"
complementa Renata.
Dificuldades entre
telas
"Há o sentimento
de que o conteúdo da escola foi perdido, já que pode ter sido difícil se
adaptar aos novos métodos de vídeo. Temos uma paciente no GRAACC que diz que
não quer mais atendimento por vídeo. Neste caso, temos que nos esforçar para
entender os desejos do outro e ajudar da maneira que for possível", relata
a psicóloga ao comentar sobre a aceitação de atendimentos a aulas on-line. A
prática mostrou que crianças pequenas não se adaptaram ou tiveram dificuldades
para focar sua atenção nessas atividades. Por outro lado, houve quem descobriu
novos aprendizados e oportunidades nos métodos online.
Sinais que podem
indicar procura por ajuda especializada
- Sonolência em
excesso
- Cansaço constante
- Dificuldade de
dormir
Sobre o GRAACC
Instituição
criada em 1991 para garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as
chances de cura. Com hospital próprio, tornou-se referência no tratamento e na
cura do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade.
Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o
desenvolvimento de ensino e pesquisa.
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