A
superestimulação acontece quando não permitimos que a criança siga seu próprio
ritmo, quando não respeitamos suas necessidades, seus intervalos de descanso. O
resultado é uma sobrecarga de estímulos que podem ser prejudiciais ao seu desenvolvimento.
Para entender melhor como é ruim sobrecarregar
seu filho ou aluno de informações, imagine um aparelho como um celular. O que
acontece se você o sobrecarrega com arquivos como fotos, áudios e vídeos? Certamente
você pensou que ele fica lento ou que ele começa a dar alguns problemas,
especialmente de armazenamento. Pois é, o mesmo acontece com as pessoas,
especialmente com as crianças, que ainda não sabem lidar com a sobrecarga.
Muitas vezes os pais querem tanto que a criança
desenvolva novas capacidades, que acabam trazendo inúmeras atividades para suas
vidas: outro idioma, esportes, música, dança, fora a fono, a terapeuta e outros
profissionais que podem acabar fazendo parte da vida da criança por outras
necessidades. São incontáveis as possibilidades! E há quem pense que é um favor
a criança fazer tantas atividades, além da escola, claro.
Cada criança terá seu próprio limite. Há, contudo, uma linha que separa
a estimulação da superestimulação e nem sempre ela fica clara para os pais.
Veja alguns indicadores que podem ajudar a perceber se a criança está além do
seu próprio limite:
- Não são permitidos intervalos de descanso entre
as atividades e a criança tem dificuldade para relaxar ou até mesmo para
dormir.
- É nítido que a criança permanece por obrigação em
uma determinada atividade, sem demonstrar sinais de dedicação ou empenho.
- Recusa brincadeiras que possam estimulá-lo na
aprendizagem. Está tão sobrecarregado que se recusa a fazer atividades de maior
empenho de raciocínio.
- Dificuldade em prestar atenção ou em se
concentrar.
A
superestimulação sobrecarrega o cérebro da criança e isso é preocupante, porque
é na infância que se formam as raízes neurológicas e biológicas que irão
determinar o funcionamento do adulto.
Quando não
estimulamos a criança devidamente ela terá dificuldade em formar conexões entre
os neurônios, mas por outro lado, quando a sobrecarregamos há muitas conexões,
muitos caminhos para os neurônios e a mente pode ter dificuldade em saber qual
seguir. A sobrecarga irá fazer com que a criança comece a ter dificuldade em
desempenhar algumas tarefas e atividades, especialmente as ligadas diretamente
à aprendizagem.
Há maneiras de evitar a superestimulação.
Veja algumas dicas a seguir:
- Permita
seguir o ritmo: perceba
o ritmo da criança e permita que ela o siga de uma maneira saudável para
seu desenvolvimento.
- Evite
muitos estímulos juntos:
cuidado com televisão, celular e videogames. Eles podem proporcionar uma
explosão de estímulos que prejudicam funções como atenção e concentração.
- Conheça
a criança:
uma pessoa é diferente da outra. É preciso conhecer as necessidades das
crianças para poder avaliar do que ela precisa e o que ela aguenta fazer. Equilibrar
as atividades com a capacidade pessoal é essencial.
- Brinque
com os estímulos: se
as crianças tiverem prazer ao fazerem atividades extra curriculares será
mais difícil ter um esgotamento. A diversão deve ser parte da vida da
criança.
- Limite
a quantidade de informação e estímulos: muitas informações que não ficam acessíveis para determinadas
idades assim o são exatamente porque eles não estão preparados para recebê-las.
A aprendizagem de um instrumento musical, por exemplo, é indicada a partir
dos seis ou sete anos de idade. Antes disso a aula adequada é de musicalização,
porque a criança irá ter o contato musical, explorando diversos instrumentos
e as próprias habilidades. Para tocar apenas um é preciso ter algumas habilidades
escolares como a alfabetização e a matemática, que irão fazer parte das
aulas musicais.
Janaína
Spolidorio - Especialista em educação é formada em Letras, com pós-graduação em
consciência fonológica e tecnologias aplicadas à educação e MBA em Marketing
Digital. Ela atua no segmento educacional há mais de 20 anos e atualmente
desenvolve materiais pedagógicos digitais que complementam o ensino dos
professores em sala de aula, proporcionando uma melhor aprendizagem por parte
dos alunos e atua como influenciadora digital na formação dos profissionais
ligados à área de educação.
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