O empreendedorismo está cada dia mais em pauta nos jornais, revistas e nas redes sociais. Existe um movimento para que aumente o espírito empreendedor nos jovens, universitários e até nas crianças. Além disso, muitas escolas particulares já possuem cursos extracurriculares para a cultura do empreendedorismo.
Segundo a pesquisa GEM Brasil de 2019, cerca de
53,5 milhões de brasileiros, de 18 a 64 anos, estão à frente de alguma
atividade empreendedora, isto é, envolvidos na criação de um novo projeto,
consolidando um recente negócio ou realizando esforços para continuar uma
proposta já existente. Esta pesquisa ainda mostra que no grupo de
empreendedores iniciantes, 88,4% das pessoas fazem isso para ganhar a vida
porque os empregos são escassos. E 51,4%, pouco mais da metade, quer contribuir
para um mundo melhor.
Pois é, neste novo modelo de sobrevivência, do
atual sistema capitalista, faz com que muitos não se baseiem mais no pleno
emprego ou em grandes corporações provedoras perenes de bens e serviços, mas
busquem um propósito para a sobrevida e um empreendimento verdadeiramente
sustentável.
Quando falamos de sustentável, o pessoal já vai
lembrar dos lixos e das árvores, mas entendemos que um empreendimento
sustentável é muito mais do que isso. O projeto precisa se manter
financeiramente, socialmente e ambientalmente em pé e de forma correta.
Em setembro de 2015, a cúpula das Nações Unidas,
sobre o Desenvolvimento Sustentável, aprovou os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) que precisará da participação de todos que habitam no
planeta. Não é uma propaganda para comprar um produto ou serviço tradicional da
moda, mas sim começar a pensar no nosso estilo de vida, modo como funcionam as
coisas e, principalmente, como fazemos ou criamos estratégias e modelos de
negócios.
São no total 17 objetivos e 169 metas com um monte
de explicações de parcerias, acompanhamento e revisão.
Podemos pensar simplesmente que é muito bonito ou
utópico, mas como discuto com os meus alunos: é buscar um verdadeiro propósito
para 2030 em todos os países do planeta. Exemplos de objetivos como “garantir
educação inclusiva, equitativa e de qualidade”; ou ainda “garantir
disponibilidade e manejo sustentável de água”; ou mesmo “assegurar padrões de
consumo e produção sustentável” são alguns dos que constam no 17 ODS.
Existe a utopia de que esses objetivos serão
alcançados, simplesmente, com políticas públicas. E que, como num passe de
mágica, um grande governante de um país nórdico escreve uma lei, juntamente,
com os seus colegas e pronto. Tudo fica perfeito. Porém, sabemos que assim não
vai funcionar de verdade.
Por isso precisamos de empreendedores,
intraempreendedores, que sejam visionários, que desenvolvam negócios de impacto
social, projetos tradicionais com um olhar sustentável. Uma das primeiras
lições que aprendemos no marketing é buscar as necessidades do cliente e as
oportunidades no macroambiente.
E o raciocínio deste artigo fecha exatamente neste
ponto, temos que utilizar os 17 ODS e as suas metas para inspirar, direcionar,
fazer parte do nosso negócio. Empreender para tentar resolver ou ajudar a
solucionar uma destas metas, obviamente, não todas ao mesmo tempo. Esta é a
atual estratégia para o empreendedorismo sustentável.
Para quem estava pensando em empreender e, ao mesmo
tempo, ter um propósito de vida, este é o caminho para trabalhar essa
mentalidade.
Conheça mais sobre os ODS da ONU.
Engaje-se, envolva-se e empreenda com propósito!
Marcus Nakagawa - professor da ESPM; coordenador do
Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDS); idealizador e conselheiro
da Abraps; e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de
vida. Autor dos livros: Marketing para Ambientes Disruptivos e 101 Dias com
Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo (Prêmio Jabuti 2019).
www.marcusnakagawa.com,
www.blogmarcusnakagawa.com;
@ProfNaka
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