Gus Benke |
É importante
momentos de diversão entre pais e filhos, mas é essencial dar espaço para a
criança brincar sozinha para o seu desenvolvimento social e afetivo
Brincar é uma das atividades mais importantes
para o desenvolvimento cognitivo, emocional, físico e social de qualquer
criança. Brincar é imaginar um mundo com diversas estórias e personagens, como
super-heróis, princesas, monstros e muito mais. E brincar sozinho é essencial
para a evolução das crianças e os pais não devem se sentir culpados se não
participarem das brincadeiras dos pequenos.
Neste período de isolamento, em que as
crianças estão em casa por conta da COVID-19, os pais podem incentivar os
filhos a brincarem sozinhos e a desenvolverem sua imaginação. “Reforço que o
principal trabalho da criança é brincar. E um dos aspectos essenciais das
brincadeiras é que elas estimulam a imaginação, isto é, constroem uma
realidade, se inserem nela e vivem intensamente”, afirma o psicólogo da Clínica
de Terapia Cognitiva AMI, Ary Maoski.
“No primeiro ano de vida, a criança faz
brincadeiras sozinhas explorando e manipulando objetos, propiciando o
desenvolvimento dos seus órgãos sensoriais motores. Após esta etapa, a criança
começa a construir coisas com objetos e brinquedos e começa a perceber que é
capaz de interferir, criando coisas novas, seja na sua imaginação ou na
realidade concreta”, explica o psicólogo. Maoski também ressalta que, conforme
a criança amadurece, ela entra em um “mundo do faz de conta”, onde experimenta
objetos, como “usar parte de um brinquedo para ‘fazer de conta’ que está
penteando os cabelos ou está comendo algo com uma colher de brinquedo”.
Como os pais devem incentivar as
crianças a brincarem sozinhas
Primeiramente, estimular a criança a
brincar sozinha não significa largar a mesma em um canto e abandoná-la em um
mundo imaginário. A supervisão e o acompanhamento dos pais ainda é importante.
Caso o pequeno tenha alguma dificuldade em iniciar a brincadeira, os pais podem
se envolver nas atividades iniciais e ir se distanciando aos poucos.
“Se a criança não tem vontade de
brincar, se repete seguidas vezes, consideramos que seja adequado realizar
acompanhamento e uma avaliação do que pode estar ocorrendo. Entender o momento
pelo qual a criança está passando, reforçar os laços afetivos e estimular seu
aprendizado é o nosso desafio como pais”, complementa Ary, psicólogo da Terapia
AMI.
Para desenvolver a criatividade, o
ideal é substituir brinquedos tecnológicos (vídeo games, tablet, TV) por
objetos que podem ser usados de diferentes formas, como peças de montar. Outro
ponto importante é criar um espaço para as brincadeiras, em um local seguro e
com um adulto por perto, com brinquedos apropriados para a idade da criança, para
que ela tenha autonomia e brinque de forma independente. É importante nunca
interromper quando a criança estiver brincando sozinha, pois é neste momento
que ela está imaginando, exercitando a criatividade, a autonomia e
aperfeiçoando diversas habilidades, inclusive a de resolver problemas.
Principais benefícios do brincar
sozinho
De acordo com Ary Maoski,
psicólogo da Terapia AMI, existem inúmeros benefícios das crianças brincarem
sozinhas, entre os principais estão:
- Apoia o desenvolvimento das funções
executivas, tais como planejamento, organização, controle, tomada de decisão,
memória operacional, entre outros (importantes funções para a vida adulta);
- Fortalece a autoestima, pois a
criança percebe que consegue realizar atividades por conta própria, dando um
sentido de autonomia e independência;
- Ajuda a desenvolver a identidade
pessoal;
- Aprende a lidar positivamente com a
solidão;
- Incentiva a imaginação e a
criatividade;
- Explora o ambiente a sua volta.
Terapia AMI
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