Estudos mostram que a curiosidade ajuda a aprender e torna o processo prazeroso divulgação |
Uso da curiosidade
a favor da aprendizagem motiva crianças para pesquisa
Desde a popularização da internet e a facilidade
que o Google possibilitou para a busca de informações, o termo “pesquisa” se
tornou trivial. Nas escolas, a pesquisa passou a ser o simples ato de copiar e
colar o conteúdo, sem indicações de fontes e muito menos o emprego de aspas.
“Esse é um quadro que precisa ser mudado. A criança - que tem paixão inata pela
descoberta - precisa ver a pesquisa como fator instigante de sua curiosidade.
Por isso, não se deve dar a resposta pronta: é preciso alimentar a curiosidade,
motivá-la a descobrir as saídas e orientá-la na investigação até conseguir o
que se procura”, alerta Joseph Razouk Júnior, diretor editorial do Sistema
Positivo de Ensino.
Um estudo realizado pelo Centro de Neurociência da
Universidade da Califórnia, em 2014, mostra que a curiosidade nos ajuda a
aprender e ainda torna o processo prazeroso. “A curiosidade recruta o sistema
de recompensas e as interações entre esse sistema e o hipocampo colocam o
cérebro em um estado em que você tem mais chances de aprender e reter
informações, mesmo que essas informações não sejam de particular interesse ou
importância” conta Charan Ranganath, autor da pesquisa.
Para aproveitar a curiosidade no momento do
aprendizado e aumentar a qualidade das pesquisas escolares, a solução tem sido
a inserção de conceitos de pesquisa científica desde os anos iniciais do Ensino
Fundamental. Em estudos publicados em 2001, Paulo Freire afirma que “não há
ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. Para ele, o educador deve respeitar
os saberes dos educandos adquiridos em sua história, estimulando-os à superação
por meio do exercício da curiosidade que os instiga à imaginação, observação,
questionamentos, elaboração de hipóteses e chega a uma explicação
epistemológica.
“Quando pensamos em pesquisa escolar,
frequentemente lembramos dos trabalhos em que transcrevíamos um texto ou parte
dele, obtido de uma referência, mas a pesquisa vai muito além disso: é por meio
dela que investigamos causas, elaboramos e testamos hipóteses, formulamos e
resolvemos problemas. Por este motivo, ela deve ser incentivada desde a infância”,
sinaliza a mestre em Matemática e assessora pedagógica do Sistema Positivo de
Ensino, Flavia Mescko Fernandes. Para ela, o grande desafio é desmistificar o
conceito de pesquisa e ressignificar o termo, abolindo o hábito de copiar e
colar e ensinando a forma correta de pesquisar.
Flavia ministra o workshop “Você sabia? Usando a
curiosidade como um motivador da aprendizagem”, para professores dos primeiros
anos do Ensino Fundamental. “No curso, nós usamos as etapas sugeridas para a
pesquisa acadêmica e transpomos para a pesquisa escolar, dentre elas estão as
etapas de delimitação do tema, problema, hipóteses, fundamentação teórica,
metodologia, coleta, análise e interpretação de dados”, expõe. A curiosidade é
explorada logo na etapa inicial: do problema que motivará a pesquisa. “É ele
que vai gerar as dúvidas, as inquietações para as respostas que consideramos
serem verdadeiras frente ao conhecimento prévio que temos do assunto”. Ao
passar por todo esse processo de elaboração de uma pesquisa da maneira mais
adequada, o estudante consegue chegar ao Ensino Médio e ao Ensino Superior
tendo uma base mais consolidada e preparada.
O workshop “Você
sabia? Usando a curiosidade como um motivador da aprendizagem” faz parte do
Programa de Cursos do Sistema Positivo de Ensino, um dos serviços da Assessoria
Pedagógica para professores das escolas conveniadas, que acontece em 48 cidades
distribuídas pelo país com 5.428 horas de cursos presenciais e mais de 3 mil
horas de cursos EAD.
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