A obesidade leva à Síndrome Metabólica, um
quadro caracterizado pela resistência insulínica, que pode resultar na Síndrome
dos Ovários Policísticos e gerar, entre outros problemas, a dificuldade de
engravidar. Um olhar atento do ginecologista às pacientes com sobrepeso e
obesas pode resultar em tratamento multidisciplinar, que trata a raiz do
problema
A
consulta ginecológica pode ser um excelente momento para as mulheres,
especialmente as com sobrepeso ou obesas, receberem uma avaliação aprofundada
sobre sua saúde metabólica. “Pacientes com a SOP – Síndrome dos Ovários Policísticos,
em geral, sofrem com a Síndrome Metabólica, um conjunto de sintomas que vão da
resistência à insulina e sobrepeso à elevação do colesterol e triglicérides,
com presença ou não de hipertensão arterial. A Síndrome Metabólica e a resistência
à insulina causam a Síndrome dos Ovários Policísticos e a paciente para de
menstruar. Se o ginecologista apenas tratar o problema como uma ausência de
menstruação e adotar o anticoncepcional oral para regular o ciclo, tratará o
sintoma – e não a causa do problema”, alerta a Dra. Mariana Rosario,
ginecologista, obstetra e mastologista, membro da Associação de Obstetrícia e
Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e do corpo clínico do hospital
Albert Einstein e pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC.
Ela
explica que quando esse quadro é presente, faz-se necessária a adoção de um
tratamento multidisciplinar, no qual um endocrinologista, um nutricionista e
até um preparador físico são indicados à paciente. “O endocrinologista cuidará
da Síndrome Metabólica junto com o ginecologista, que avaliará a SOP e a
controlará. O nutricionista entrará no combate à obesidade e, se possível, o
preparador físico atuará com a adoção de atividades físicas, para acelerar a
perda de peso. Caso não seja possível à paciente ter um preparador físico, ela
mesma pode adotar a prática de caminhadas e atividades físicas diárias, para
iniciar um novo estilo de vida e adotá-lo definitivamente”, aconselha a médica.
A
SOP é uma condição que pode interferir na fertilidade feminina, trazendo
dificuldade de engravidar porque intercorre na ausência de ovulação, no
desequilíbrio da produção hormonal ovariana, predominando os hormônios
masculinos, em detrimento dos femininos, ou mesmo na incapacidade de eles
amadurecerem os óvulos produzidos. Sendo assim, é preciso tratar o problema
integralmente, de maneira que ele não perdure, mesmo que a mulher não deseje
engravidar naquele momento, para que ela não tenha alterações de outras
naturezas, como o aparecimento de pelos indesejados pelo corpo, por exemplo, e
alterações hormonais.
Dra.
Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE
Masto: 42874. RQE GO: 71979.
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