Antes direcionada às mulheres, responsabilidade
deve ser compartilhada entre o casal
Previsto em leis
que envolvem tratados internacionais de direitos humanos, o direito
reprodutivo é um conjunto de ações que auxiliam a família a planejar a chegada
dos filhos e também a prevenir a gravidez não planejada. Culturalmente
direcionada às mulheres, hoje essa questão é prioridade do homem também.
Mas como os
futuros pais podem se envolver mais no planejamento reprodutivo? Primeiro,
tendo informações globais sobre o assunto e o impacto da medida não só em seu
núcleo familiar, mas na sociedade como um todo.
De acordo com
dados do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o Brasil ainda
apresenta, por exemplo, alto índice de gravidez na adolescência: uma média de
18,1% de nascimentos oriundos de mães adolescentes, apesar de uma baixa taxa de
fecundidade geral. Ao menos 24 mil bebês são de mães com idade entre 10 e 14
anos[i]
Pensando como uma
questão de saúde pública, o planejamento reprodutivo voluntário ainda pode ser
um dos investimentos mais custo-efetivos que um país pode fazer em seu futuro.
Com ele, é possível que as mulheres —sozinhas ou em conjunto com seus parceiros
ou parceiras — tomem decisões sobre se e quando querem ter filhos, podendo
reduzir a mortalidade materna e de recém-nascidos, além de aumentar as
oportunidades para as mulheres e gerar famílias e comunidades mais saudáveis e
prósperas.
Por isso,
elencamos cinco pontos fundamentais sobre planejamento reprodutivo:
1.
Cada gestação
não planejada no Brasil gera um custo de R$ 2.293,00 e o custo relacionado às
gestações não planejadas alcança R$ 4,1 bilhões por ano[ii].
2.
Estudo da
UNICAMP, que avaliou gestações não planejadas no Brasil entre 2010 e 2014,
concluiu que reduções nas taxas de gravidez não planejada não só diminuem
gastos como também as taxas de morbidade e mortalidade materno-fetalii.
3.
A cada dois
anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualiza sua lista de medicamentos
essenciais. Devido à eficácia, segurança e custo-efetividade, os três tipos de
LARC (contraceptivos reversíveis de longa ação), que são implante de
etonogestrel, DIU de levonorgestrel e DIU de cobre, estão inclusos nessa lista[iii]. Dentre eles, o implante de
etonogestrel apresenta o menor risco de falha[iv].
Devido às altas taxas de
eficácia apresentadas, os anticoncepcionais de longa ação são reconhecidos como
os métodos anticoncepcionais mais eficazes pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e pelo Centro de Controle de infecções sexualmente transmissíveis.
4.
Devido
às altas taxas de eficácia apresentadas, os anticoncepcionais de longa ação são
reconhecidos como os métodos anticoncepcionais mais eficazes pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro de Controle de Doenças nos EUA (CDC)v.
5.
As mulheres
correm um risco 20 vezes maior de engravidar quando usam a pílula oral[v]
É importante lembrar que a
camisinha é o único método que previne as infecções sexualmente transmissíveis.
[i]
“Exercício dos direitos reprodutivos de jovens
é desafio da Agenda 2030, destaca UNFPA”. Portal ONU, 03/05/2019. Acesso em
02/08/2019. Disponível em https://nacoesunidas.org/exercicio-dos-direitos-reprodutivos-de-jovens-e-desafio-da-agenda-2030-destaca-unfpa/
[ii] Le HH, Connolly MP, Bahamondes L et al. The burden of
unintended pregnancies in Brazil: a social and public health system cost
analysis. Int J Womens Health.
2014;6:663-70.Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25075201 Último acesso em: 06/08/2019
[iii] 19th WHO Model List of
Essential Medicines. Abril, 2015. Disponível em: http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/EML2015_8-May-15.pdf - Página 34 ou em http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/Executive-Summary_EML-2015_7-May-15.pdf?ua=1
[iv] Trussel J. Contraceptive failure in the United
States. Contraception, 83 (2011)
397–404. Acesso em: 05/04/2016. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21477680
[v] WINNER, Brooke et
al. Effectiveness of long-acting reversible contraception. N Engl J Med, v. 2012, n. 366, p. 1998-2007, 2012.
Acesso em 05/04/2016. Disponível em: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1110855#t=article
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