Com sintomas como perda involuntária de urina
e até disfunções sexuais, essas lesões, embora pouco conhecidas, prejudicam a
qualidade de vida de muitas mulheres
Você
já ouviu falar em assoalho pélvico? Composto por músculos e tecidos nervosos, é
ele o responsável por trabalhar incansavelmente para evitar aqueles
"acidentes" quando não há nenhum banheiro por perto e, ainda, por
assegurar uma função sexual adequada. Porém, essa região pode sofrer disfunções
que são silenciosas, mas ao mesmo tempo sérias e que prejudicam a qualidade de
vida das mulheres.
Embora
desconhecido para muitos, o assoalho pélvico não tem esse nome à toa. Ele é,
literalmente, o "chão da bacia" e sustenta, com toda a sua extensão
muscular, alguns órgãos como o útero, a bexiga e a vagina. Basicamente, sua
função é permitir o armazenamento e eliminação de fezes e urina, a prevenção de
prolapsos – deslocamento dos órgãos – e até garantir o prazer sexual. E, como
qualquer outro músculo do corpo, pode sofrer lesões graves.
"As
pacientes com lesões no assoalho pélvico podem sofrer perda involuntária da
urina ou fezes durante algum esforço realizado no dia a dia. Além de disfunções
sexuais e de sentir a 'saída' desses órgãos pela vagina, que normalmente é
relatado como a 'saída de uma bola'. Essas disfunções prejudicam
consideravelmente a qualidade de vida das mulheres", explica a Dra.
Virginia Roncatti, uroginecologista do Hospital São Luiz Itaim. As causas podem
ser variadas, mas entre as mais importantes estão o parto normal, a gestação, o
envelhecimento e doenças musculares e neurológicas.
Segundo
a Dra. Virginia, os tratamentos variam de acordo com a causa da lesão e podem
ser conservadores ou, em alguns casos, até cirúrgicos. "Existem trabalhos
mostrando que até 20% de todas as mulheres serão submetidas a uma correção
cirúrgica para algum tipo de disfunção do assoalho pélvico durante sua
vida", afirma a especialista.
No
entanto, é possível prevenir o problema. Ter uma boa assistência no parto,
evitar aumento da pressão intra-abdominal - como tosse crônica ou obesidade –
evitar atividades pesadas e até o cigarro, por exemplo, são algumas precauções
a serem tomadas. Além disso, também é possível exercitar os músculos da região
pélvica com fisioterapia. Feita por profissionais especializados, a
fisioterapia pélvica possui um papel fundamental no tratamento de algumas
destas patologias e varia de técnica de acordo com cada lesão.
Para
contribuir com a prevenção e tratamento das disfunções do assoalho pélvico,
também existem, ao redor do mundo, entidades internacionais voltadas
exclusivamente para o problema. A IUGA (Sociedade Internacional de
Uroginecologia), a ALAPP (Associação Latino Americana de Piso Pélvico) e a
brasileira Uroginap (Associação Brasileira de Assoalho Pélvico) atuam na
conscientização sobre esta parte tão importante do corpo feminino, promovendo ações
na sociedade para o conhecimento dessas patologias ainda pouco divulgadas.
Rede D'Or São Luiz
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