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segunda-feira, 11 de março de 2019

Fobia social: Saiba como identificar e vencer a doença


Em torno de 26 milhões de brasileiros (cerca de 13%) e 7% da população mundial sofre com o transtorno de ansiedade social ou fobia social, segundo estimativas apresentadas no Congresso Brasileiro de Psiquiatria em 2017. Caracterizado pelos sintomas de ansiedade intensa e grande medo da exposição, avaliação ou julgamento de outras pessoas, a doença que também pode ser intitulada ‘antropofobia’, ainda pode provocar a sensação de boca seca, náusea, taquicardia, tensão muscular, tremor, rubor facial, sudorese e dentre outros problemas.

Ao se sentirem observadas, perseguidas ou criticadas, as pessoas que possuem o distúrbio podem apresentar os sinais da fobia a qualquer momento ou circunstância, seja em reuniões, confraternizações ou festas. 

Segundo o psiquiatra da Clínica Penchel e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, Sebastião Arli, a fobia social pode ocorrer em indivíduos que possuem traumas de convivência familiar; sensibilidade emocional e sentimental aumentadas; e problemas físicos, doenças crônicas ou deficiências. “Pessoas nessa condição costumam ter baixa autoestima, complexo de inferioridade e serem inseguras e desconfiadas. Outras situações como a vivência de constrangimentos profundos; desilusões e frustrações em relacionamentos; e o temor em desagradar as pessoas, também podem ser estopins para a ocorrência de casos de fobia social”, aponta.

Por consequência da doença, os pacientes podem tentar se isolar cada vez mais das pessoas e com isso acarretar perdas e dificuldades na área social, profissional e pessoal. “Com o intuito de não se expor e ainda não passar por um estado de intensa angústia, a pessoa com fobia social chega a evitar e se recusar a participar de apresentações de trabalhos escolares ou palestras, pois para ela estas situações são sentidas como os piores pesadelos”, comenta.

Arli explica que na maioria das vezes, o distúrbio é acompanhado por outros transtornos de ordem mental, como por exemplo, a depressão e a dependência química. “O abuso de drogas se torna bastante comum nestas pessoas devido as propriedades desibinidoras destas substâncias”, ressalta.

De acordo com o psiquiatra, os tipos mais comuns de tratamento da fobia são os medicamentosos e os psicoterápicos. Os medicamentos proporcionam o domínio da ansiedade, e em alguns casos, também podem intervir em outros transtornos mentais relacionados a doença.

Já no âmbito psicoterápico, existem várias técnicas disponíveis e dentre elas a Psicoterapia Cognitiva Comportamental, que se mostrou como a de maior sucesso em quadros de fobia social. “Na terapia cognitiva, o paciente aprende junto a um profissional qualificado, a identificar e se desvencilhar de pensamentos negativos, por meio do desenvolvimento de habilidades que ajudam no fortalecimento da autoconfiança e autoconhecimento. Ao longo da terapia, o paciente é exposto de forma gradual a situações sociais que lhe causam ansiedade, inquietação, estresse e temor. O objetivo deste método é fazer com que estas pessoas entendam como lidar com estes sentimentos e conheçam maneiras de cultivar uma visão mais positiva e resiliente sobre os obstáculos da vida diária”, orienta.

Conforme Sebastião Arli, outras ações que podem contribuir para o combate a fobia social é a prática da auto-observação, automotivação, autovalorização e autoaceitação; o reconhecimento de suas limitações, problemas emocionais e psicológicos; a busca pelo conhecimento sobre a enfermidade e as formas superá-la; e a adoção de atividades interativas, recreativas e expressivas como a música, dança, teatro, poesia ou filantropia. “Algo que é preciso deixar claro, é a importância de que o paciente busque pelo auxílio médico o mais rápido possível, assim que notar os sinais da doença”, conclui.






Dr. Sebastião Arli - CRM MG 75.477 -  Residência Médica pelo Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro (CPER/AM) - Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria - Atua em psiquiatria clínica geral e urgências psiquiátricas, transtornos de humor, ansiedade e alimentar, dependência química, TDA

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