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segunda-feira, 11 de março de 2019

Alagamentos provocados por chuvas dos últimos dias expõem a população da Grande São Paulo ao risco de leptospirose


Evitar o contato da água de enchentes é o mais recomendado como medida preventiva


O grande volume de chuvas que atingiu a Grande São Paulo nos últimos dias e provocou enchentes e alagamentos em várias cidades provoca transtornos às populações atingidas pelas águas. Não apenas bens materiais são perdidos, como também as pessoas afetadas são expostas às doenças, como a leptospirose. O contato direto com a água da chuva pode representar um risco elevado de contaminação.

Segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de 2007 a 2016 foram registrados 39.623 casos da doença no Brasil, uma média anual de 3.926 casos. As regiões Sul e Sudeste foram as que tiveram maior incidência e o período de outubro a março apresentou maior número de casos.

Os principais agentes transmissores da leptospirose são os ratos, que por meio da urina eliminam a bactéria causadora da doença, a Leptospira. Portanto, evitar o contato com a água de enxurradas e enchentes é o mais recomendado como medida preventiva, assim como evitar lavar sem proteção adequada quintais, caixas de esgoto e áreas que possam ter sido contaminadas.

Em caso de moradias alagadas pela água da chuva, o infectologista da Unidade Referenciada Oswaldo Cruz Vergueiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Filipe Piastrelli, indica medidas necessárias para limpar os ambientes e utensílios. "Deve-se usar luvas, botas de borrachas ou outro tipo de proteção, como sacos plásticos duplos, para as pernas e braços. O que não puder ser recuperado deve ser descartado e a lama que permanecer nos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos deve ser removida com escova, sabão e água limpa. Os alimentos devem ser descartados, pois mesmo se forem lavados ainda podem estar contaminados".

O especialista diz ainda que em casos em que não há a chance de evitar o contato com a água e lama das enchentes, o ideal é permanecer o menor tempo possível e evitar que crianças nadem e brinquem neste ambiente.

"Em geral, os primeiros sintomas são dores pelo corpo, febre e dor de cabeça. Podem ocorrer tosse seca, vômitos e diarreia. Nos casos graves, o paciente pode evoluir com icterícia, que é o amarelamento da pele e dos olhos por alterações hepáticas, insuficiência renal, insuficiência respiratória e hemorragias", explica o infectologista.

O tratamento com antibióticos e internação hospitalar para suporte às alterações que podem ocorrer reduzem o risco de complicações graves. Dentre os casos mais graves, a letalidade pode atingir 40% dos pacientes. No período de 2007 a 2016, o Boletim Epidemiológico identificou uma taxa de letalidade geral de 8,9%.





Hospital Alemão Oswaldo Cruz


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