Com a perspectiva das medidas econômicas e a
reforma da previdência aprovada este ano, o Brasil vai crescer em 2019. É o
que mostra pesquisa da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) realizada
com 550 presidentes e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e
segmentos. O otimismo do setor privado na aprovação de
reformas econômicas está alto. A área que os executivos mais sentem confiança
em relação ao novo governo é na economia (61%), com expectativa de aprovação de
reformas como a previdenciária e tributária.
A maioria dos empresários acreditam que a reforma da
Previdência vai ser aprovada esse ano, mas com ressalvas. Essa é a reforma
possível para 63% deles, que responderam a pesquisa “Plano
de Voo Amcham: perspectivas e análises Brasil 2019”. Para eles, a expectativa
é de aprovação de um projeto que não consiga abarcar todos os setores da
sociedade, mas que ainda assim terá um impacto positivo nas contas do governo.
“O clima é de otimismo. Detectamos que os empresários
brasileiros estão confiante na capacidade do governo de
conduzir o comunicar os motivos da reforma e os efeitos que pretendem
ser alcançados”, comenta Devorah Vieitas, CEO da Amcham Brasil. A Câmara
Americana de Comércio reúne no Brasil 5 mil empresas, em 15 cidades, sendo 85%
delas de origem brasileira.
A aprovação de uma reforma estrutural e ampla, que
consiga abarcar todos os setores – incluindo militares e todos os servidores
públicos – até o final do ano, foi votada por 20% do público. O otimismo do setor privado é grande. Só 16% acham
que a reforma ainda enfrentará certa resistência para ser aprovada,
provavelmente não sendo aprovada até o fim do ano. E só 2% não acreditam que
ela sairá em 2019.
Articulação com o Congresso
Mas, para a reforma sair esse ano, vai ser preciso uma
grande capacidade de articulação do governo com o Congresso. Para os empresários, o tema demanda três focos de trabalho
do novo governo. O fator crucial para o Governo Bolsonaro
endereçar seu texto, pelo menos para 32%, é manter a defesa e o debate da
proposta, assumindo a condução da disputa sobre pontos com menores concessões
(ex: militares e servidores públicos).
Mas 30% responderam que o fator decisivo será o
protagonismo do Presidente na discussão, direcionando seu capital popular para
essa pauta estratégica e abrindo mão temporariamente de temas de grande
popularidade. Outros 29% acham que é importante dialogar mais com o Congresso,
com envolvimento de todas as lideranças partidárias para aprovação da reforma
no Congresso, pausando temporariamente o discurso bélico contra opositores.
Só 9% responderam que, antes do grande teste da
Previdência, o governo deve priorizar a aprovação de outras pautas, testando e
mapeando as alianças costuradas e números de votos conquistados.
Os primeiros 40 dias
e outras reformas
A avaliação do governo nos primeiros 40 dias é bem
positiva. 60% respondeu que os anúncios de medidas econômicas é positiva, com
perspectivas de melhora da economia, geração de empregos e aumento de
competitividade. Pouco mais de um terço (36%) achou neutro, uma vez que não
houve tempo ou marcos suficientes para avaliação da gestão. E 4% acharam que o
começo foi negativo, com pouca perspectiva de crescimento da economia.
Além da Previdência, o governo terá algum folego para
aprovar outras reformas. A que tem mais chances de acontecer, para 41%, é um
ambicioso programa de privatização e prestação de serviços de infraestrutura.
Em seguida, vêm a mudança do sistema tributário (15%), reforma administrativa e
liberação comercial (com 13% cada), redução e racionalização dos subsídios
concedidos da União, e autonomia do Banco Central (9% cada).
Baixa confiança
Por outro lado, o público está pessimista em relação à
atenção que o governo vai dedicar a algumas áreas importantes. 37% dos
respondentes estão menos confiantes em medidas para as áreas social e cultural.
Em seguida, vêm a área ambiental (24%), educação e saúde (23%) e relações
exteriores (10%).
Das reformas com menos chance de acontecer nos próximos 4
anos, a mudança do sistema tributário foi a mais votada, com 37%. Também há
baixa expectativa de reforma administrativa (19%), redução e racionalização dos
subsídios concedidos da União (17%) e autonomia do Banco Central (15%).
No tema da competividade, os empresários
entrevistados pela Amcham esperam medidas importantes.
Quase metade (48%) votou na simplificação e redução de carga tributária. O
restante ficou dividido entre atração de investimentos (20%), desburocratização
(15%), ajuste fiscal (10%) e combate à corrupção (6%).
A PESQUISA
A pesquisa
“Plano de Voo Amcham: perspectivas e análises Brasil 2019” foi realizada nesta quinta-feira (7/2) envolvendo 550 presidentes
e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos econômicos.
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