O
laboratório da escola, da forma como era utilizado a alguns anos atrás, está
ficando obsoleto. O avanço digital está tornando rapidamente programas e softwares
ultrapassados e o ensino muito distante da realidade dos alunos e do mercado de
trabalho.
“A
percepção é que os alunos precisam muito mais do que um simples laboratório de
informática. Como a maioria das crianças hoje nas escolas já são nativos digitais,
a educação digital deveria tratada como uma segunda linguagem. “Precisamos
ensinar tanto português como programação”, defende o empresário especialista em
educação digital Rodrigo Santos.
Alguns
países como Canadá, Estados Unidos, China, Coréia do Sul, Nova Zelândia e até
mesmo a Índia entenderam que a educação digital desenvolve no estudante
conceitos e habilidades que serão importantes para a carreira profissional,
como resolução de problemas, gestão do tempo, empatia para trabalhar em grupos
e inovação.
Um
estudo do Banco Mundial, divulgado no ano passado, revela que, 75 milhões de
empregos podem ser substituídos por uma mudança na divisão do trabalho entre
humanos e máquinas, enquanto 133 milhões novos papéis podem emergir mais
adaptados à nova divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos, nos
próximos anos.
Mesmo
aquelas tarefas de trabalho que são basicamente realizadas por humanos, como
comunicação, coordenação, estratégias de desenvolvimento e gestão começarão a
ser automatizadas, diz o estudo.
Segundo
Santos, uma das metodologias mais assertivas nessa direção foi desenvolvida no
Brasil: o LET (Lean Education Technology), baseada no
modelo STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts e Math).
Ela
utiliza três conceitos centrais, com princípios relevantes de ensino e
aprendizagem: descoberta (fase do aprendizado), missão (receber um problema
para ser resolvido) e a construção e prototipagem (criação e apresentação do
projeto com protótipos de alta e baixa fidelidade) para a solução do problema.
Desenvolvido
pela equipe de Tecnologia Educacional da Happy Code, o terceiro maior provedor
particular do ensino de tecnologia no Brasil e a sexta maior iniciativa no
mundo, o Letramento Digital, como é conhecido, deverá mudar a percepção de
aprendizagem nas escolas nos próximos anos.
A
Happy Code possui parceria com 150 escolas no Brasil e 50 em Portugal que estão
aplicando o LET como cursos extracurriculares. Santos espera que as escolas
entendam o “poder transformador da educação digital” e passem a oferecer a
tecnologia na grade curricular nos próximos anos.
Apesar
de o desemprego passar dos 12 milhões de pessoas, no Brasil, há mais de 100 mil
vagas abertas para profissionais qualificados, principalmente em áreas de
competência tecnológica na saúde, infraestrutura, direito, educação, marketing,
entre outras.
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