Amanhã, dia 2, será comemorado o Dia
Mundial das Áreas Úmidas. Estabelecido pelo Comitê Permanente da Convenção de
Ramsar, tratado intergovernamental para a conservação e o uso racional de
zonas úmidas, a proposta do dia é estimular a realização de ações e atividades
que chamem a atenção da sociedade para a importância dessas áreas, para as
suas ameaças principais e para os serviços que esses ecossistemas
prestam para a humanidade. O Brasil é um dos 150 países signatários e conta com
iniciativas focadas em zonas úmidas e possui 27 Sítios Ramsar conhecidos
em território nacional, incluindo-se o Sítio Ramsar do Rio Negro, o maior na
escala mundial, reconhecido em março de 2018.
A WCS Brasil, que atua desde
2004 na Amazônia, lidera a iniciativa Águas Amazônicas
(IAA), para a conservação destas importantes paisagens aquáticas
da Amazônia, que normalmente é lembrada somente pelas suas
florestas de terra firme, e sua importância para a biodiversidade do
bioma. Além de desenvolver projetos para a conservação de espécies da
biodiversidade aquática, como peixes e quelônios (grupo das tartarugas), a
organização também mapeia e monitora as zonas úmidas da região. “A IAA
está focada em levantar dados e apresentar a relevância que essas zonas têm.
Uma delas é garantir a manutenção do estoque pesqueiro”, destaca Carlos
Durigan, diretor executivo da WCS Brasil. Além disso, a WCS Brasil é parte da
Comissão de Governança do Sítio Ramsar do Rio Negro, criada pelo Ministério do
Meio Ambiente, busca desenvolver uma estratégia de gestão participativa para a
região.
Dada a importância para a subsistência
humana na bacia amazônica, especialmente para a manutenção dos estoques
de peixes comerciais (dourada, surubim, jaraqui, tambaqui, entre outros),
as áreas úmidas precisam ser priorizadas em ações de conservação e manejo.
“Tradicionalmente, os ecossistemas terrestres têm sido priorizados em medidas
de conservação e manejo na Amazônia, porém nossas pesquisas demonstram que
sistemas terrestres e aquáticos estão intrinsecamente conectados e um olhar
mais cuidadoso sobre a sua complexidade e riqueza é essencial para se planejar
ações presentes e futuras que possam vir a afetar a vida na região como a
conhecemos”, lembrou o diretor.
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