Às vésperas da prescrição, cronograma de
indenizações perde força e deixa mais de 7 mil pescadores atingidos em situação
vulnerável
No próximo dia 5 de novembro, a maior
tragédia ambiental de que se tem notícia no Brasil, o caso Mariana/MG, completa
três anos. Em 2015, cerca de 70 mil pessoas foram atingidas direta ou
indiretamente por um tsunami de lama gerado pelo rompimento da barragem do
Fundão, da empresa Samarco, controlada pela Vale e BHP. Milhões de metros
cúbicos de lama ferrosa varreram distritos e bairros e inundaram 650 km do Rio
Doce até sua foz, no litoral do Espírito Santo.
Três anos depois, o trágico episódio pode se
tornar um retrato do descaso das empresas. Além da possível saída da sociedade
por parte da australiana BHP – o que fragiliza ainda mais as chances de
indenizações aos moradores –, o cronograma de acordos com os cerca de 9 mil
pescadores foi praticamente interrompido às vésperas do crime ambiental
prescrever. Representante da Federação e das Colônias de Pescadores e de
4.500 mil pescadores afetados, o advogado Leonardo Amarante explica
que até o meio do ano, os acordos vinham avançando. Nos últimos 60 dias esse
planejamento começou a ficar intermitente, quase parando, dando um total de
cerca de 20% das indenizações pagas (ou 1800 pescadores), gente que perdeu a
sua principal fonte de renda para uma vida inteira.
Um dos esforços dos representantes é mostrar
que a extensão de áreas afetadas pela lama é maior do que eles alegam,
tornando-as elegíveis às indenizações. “Essas vítimas são as mais vulneráveis.
A Renova quer escolher a quem indenizar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário